sexta-feira, 6 de agosto de 2010

LITURGIA DIÁRIA - A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

Lucas 9, 28-36

Naquele tempo, 28Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar. 29Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. 30E eis que falavam com ele dois personagens: eram Moisés e Elias, 31que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém. 32Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia. 33Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse: Mestre, é bom estarmos aqui. Podemos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!... Ele não sabia o que dizia. 34Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem e encobriu-os com a sua sombra; e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor. 35Então da nuvem saiu uma voz: Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o! 36E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesus sozinho. Os discípulos calaram-se e a ninguém disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto.

A Festa da Transfiguração do Senhor remonta ao século V, no Oriente. Na Idade Média estendeu-se por toda Igreja Universal, especialmente com o Papa Calisto III.
Encontramos uma perfeita complementaridade na diversa narração pelos evangelistas da cena misteriosa da Transfiguração. Assim sendo, para Mateus se Jesus revela como o novo Moisés; Para Lucas, a cena prepara a da paixão; Em Marcos Transfiguração anuncia a Ressurreição.
A descrição da Transfiguração é como que antecipação da Ressurreição. Alías, em Jesus tudo encaminha para esse termo. E com Jesus o homem, uma vez vencida a morte, se encontre, transfigurado, na glória de Deus.
E para que a mensagem do Mestre não ficasse no vazio, diante dos três prediletos discípulos Pedro, Tiago e João que seriam também as testemunhas do Getsêmani, Jesus se transfigura como os corpos gloriosos depois da ressurreição. Fazendo-lhes ver aquilo que todos seremos um dia. Quando tudo se consumar em todos.
O alto monte recorda o monte Sinai; a voz do Pai proclama Jesus é o Filho predileto e por isso, a presença de Moisés e Elias recordando e ao mesmo tempo representando o Antigo Testamento: toda lei e todos os profetas.
Os três pilares da Igreja testemunham que a antiga aliança cede lugar à nova. O Filho amado perpetuará a glória momentânea através do sacrifício. E todas as referências ao Servo de Javé de Is 42,1 e do sl 2,7 se plenificam em Jesus.
No momento da Transfiguração, o testemunho prestado ao Filho foi selado pela primeira vez pela voz do Pai e por Moisés e Elias, que aparecem junto de Jesus como seus servos. Os profetas olham para os apóstolos Pedro, Tiago e João; os apóstolos contemplam os profetas.
Num só lugar, encontram-se os príncipes da antiga aliança e os da nova. O santo Moisés viu Pedro, o santificado, o pastor escolhido pelo Pai viu o pastor escolhido pelo Filho. O primeiro tinha outrora aberto o mar para que o povo de Deus pudesse passar no meio das vagas, o segundo propôs erguer uma tenda para abrigar a Igreja. O homem virgem do Antigo Testamento viu o homem virgem do Novo: Elias pôde ver João. Aquele que foi arrebatado num carro de fogo viu aquele que repousou sobre o peito do Fogo (Jo 13,23). E a montanha tornou-se então o símbolo da Igreja: no seu cume, Jesus unifica os dois Testamentos que esta Igreja acolhe. Deu a conhecer que é o Senhor de um como do outro, do Antigo que recebeu os seus mistérios, do Novo que revelou a glória das suas ações.
Todos devem escutá-lo, seguir o seu caminho. Pois ele é o Caminho, a verdade e a vida. E que caminho seguir é o de tomar todos os dias a cruz e seguir pelo caminho do sacrifício pessoal já percorrido pelos precursores Elias e João Batista, se quiserem encontrar-se com ele na glória eterna dos filhos de Deus.
A Transfiguração é uma exortação viva para que escutemos Jesus quando fala dos seus sofrimentos e da sua morte, sem deixar de reconhecê-lo como Messias definitivo, como servo fiel de Deus.
A Transfiguração revela a dimensão gloriosa da humanidade de Jesus, participante da vida divina, na qual é abrangida toda a fragilidade da humanidade. A minha e a tua. Por isso, saiba que o sofrimento e a morte são passageiros. Mas a vida que nos vem de Cristo dura para sempre. Suba com Jesus para o monte e deixa-te transfigurar com Cristo para que como Pedro, Tiago e João viram a gloria de Jesus que também tu a possas contemplar.
Pe Bantu

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