segunda-feira, 9 de agosto de 2010

LITURGIA DIÁRIA - O IMPOSTO DO TEMPLO


Mateus 17, 22-27
22Matá-lo-ão, mas ao terceiro dia ressuscitará. E eles ficaram profundamente aflitos. 23Logo que chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto da didracma aproximaram-se de Pedro e lhe perguntaram: Teu mestre não paga o imposto do templo? 24Paga sim, respondeu Pedro. Mas quando chegaram à casa, Jesus preveniu-o, dizendo: Que te parece, Simão? Os reis da terra, de quem recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros? 25Pedro respondeu: Dos estrangeiros. Jesus replicou: Os filhos, então, estão isentos. 26Mas não convém escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares abrirás a boca e encontrarás uma moeda valendo duas vezes o imposto. Toma-o e dá-o por mim e por ti.



Jesus abre mão aos direito de Filho do dono até mesmo do poder temporal e econômico. No Evangelho de hoje estamos diante de dois problemas!. O problema é pagar o imposto do Templo que se vai resumir na entrega de Jesus à Seu Pai. E por isso fala da morte pela qual será necessário passar para poder ter vida eterna com o Seu Pai: O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele será ressuscitado. Todavia os discípulos não entendem logo de primeira. E por isso ficam tristes. A tristeza deles pode ser também minha e tua quando nos tornamos inimigos da cruz de Cristo ao fugirmos do sofrimento, da mortificação por amor ao reino do Céu.
O segundo problema é o imposto imperial. Partamos do princípio de que imposto implica domínio sobre os bens da pessoa e por isso Jesus pergunta a Simão: o que é que você acha? Quem paga impostos e taxas aos reis deste mundo? São os cidadãos do país ou são os estrangeiros? A resposta de Pedro foi clara e nos fez ouvir tudo o que deveríamos ouvir sobre o como os grandes tiranizam os estrangeiros, os pobres e excluídos da sociedade. Ele fazem uso dos bens que em princípio vindos de Deus deveriam ser bem geridos para o bem comum todos os homens e mulheres. Pois são pertenças de Deus assim como os homens são filhos de Deus, antes de ser súditos de qualquer poder. E se eles tivessem em mente que os bens são dos filhos do dono, no caso, dono aqui queremos fazer referência a Deus de Quem tudo tem a sua origem e destino, não teriam exigido das pessoas o pagamento de imposto. E portanto, eles não têm obrigação de pagar impostos.
O confronto e a ruptura entre Jesus e as instituições se dão no nível mais profundo e decisivo, que supera a própria instituição do Estado e do Templo. Senão vejamos. O pagamento do imposto ao templo era obrigatório para todo israelita, mesmo para os que habitavam fora da Palestina. Os cobradores do imposto, ao interrogar Pedro sobre o costume de Jesus a respeito desse imposto, julgavam que Ele se recusava a pagá-lo, numa forma de ruptura com os esquemas sócio-religiosos da época. O discípulo lhes respondeu: Sim, paga! E foi pedir a Jesus a soma suficiente para cumprir essa obrigação.
Este não põe dificuldade, mas reflete com Pedro a respeito do que estão fazendo. De fato, por ser Filho do Dono de tudo, como disse anteriormente, está isento desta obrigação geral. No entanto, está disposto a abrir mão desse seu direito. A razão é simples. Embora seja livre e secundário pagá-lo, Ele o faz para evitar escândalo. Assim, apesar de não fazer sentido, livremente paga. Contudo, nessa situação, era mais importante não indispor os cobradores de impostos em relação à fé.
A conduta do Mestre revela prudência, ou seja, evitar escandalizar quem não estivesse preparado para defrontar-se com um gesto de liberdade. Em última análise, seu pensamento segue numa direção bem diferente: Jesus mostra, uma vez mais, qual é a verdadeira missão do Messias: dar a própria vida e ressuscitar.
Quantas pessoas neste mundo não conseguem abrir mãos a certos direitos que têm, mesmo quando está em jogo a vida, o casamento, o relacionamento, o emprego só porque tal pessoa é isso ou é aquilo? Preferem jogar tudo fora e inclusive à vida do irmão, da irmã, da esposa, do esposo, do funcionário, colega em fim, para defender os seus privilégios?
Peçamos ao Espírito de liberdade, para que nos torne capazes de abrir mãos de certos direitos, quando estiverem em jogo os interesses do Reino dos Céus na vida das pessoas
Pe Bantu

Nenhum comentário: