Nossa Senhora é nosso escudo em todas as batalhas, especialmente na hora da morte
Quando
lemos no livro do Gênesis a ardilosa ação de satanás que, tomando a
forma de uma serpente, foi ao encontro de Eva para a tentar, vemos que
ele – satanás – se preocupou em falar com Eva, e não com Adão, foi
oferecer a Eva suas opções mentirosas sobre ter conhecimento. Isso não
por Eva ser inferior, fraca ou burra, mas pelo papel da mulher no mundo.
A mulher tem uma espiritualidade mais profunda, ela é o sinal da graça
de Deus no mundo, por ela nascemos e também por ela recebemos educação e
amor maternal que formam bons seres humanos, é portanto canal da graça
de Deus. Entende-se, portanto, a ação de satanás em obstruir o canal da
graça divina, manchar o sinal da graça de Deus no mundo e atingir assim a
todos.
No entanto, em resposta a essa afronta de satanás, Deus em sua
perfeição criou Maria. O mesmo Deus que deu diretrizes exatas e
perfeitas para que fosse feita a Arca da Aliança e o Templo Sagrado, o
mesmo Deus que, antes, deu medidas exatas e orientações metódicas sobre
como devia ser feita a Arca de Noé, esse mesmo Deus foi quem, nesse
momento em que satanás interferia em seu plano e incutiu em Adão e Eva e
em todos nós o pecado, em sua Infinita Sabedoria criou o nosso plano de
salvação e nele estava e está Ela, Maria. O que não podia ser
diferente, numa Perfeição, que excede todo entendimento e qualquer
palavra humana dita ou escrita sobre tema, Deus criou Maria, a Seu
tempo, com uma perfeição e atenção superiores a todas as Suas outras
obras criadas ou diretrizes dadas aos patriarcas.
Não é de crer que sendo Deus Perfeito, Excelso e extremamente
detalhista com a Arca de Noé, a Arca da Aliança, o Templo Sagrado de
repente escolhe a qualquer pessoa para receber Seu Filho. Esse
pensamento não é compatível com o agir de Deus em nenhum momento da
nossa história da salvação, mesmo para fazer ações muito menores que
esta ele sempre escolheu alguém justo. Mas essa foi uma situação nunca
antes vista ou vivida, Deus estaria entre nós, portanto deveria vir a
nós por um canal de graça límpido, um sinal da graça de divina sem
mancha, uma mulher em seu estado original de inocência. Não bastava que
ela fosse virgem, ela deveria ser criada e formada no ventre materno sem
o pecado original que esta em toda alma humana quando nasce, desde a
queda do homem no jardim do Edén.
Mas qual seria a razão dessa exigência? Ora, Deus não compactua com o
pecado, nem a sombra do pecado, onde habita o pecado Deus não habita,
pois a essência puríssima de Deus não compactua com o impuro, é um dos
primeiros ensinamentos de Deus nas Sagradas Escrituras, detalhado em
todo o livro do Levítico.
Assim, para que Deus viesse até nós Ele criou para Si mesmo um canal
perfeito e sem mancha, que é puro, perfeitamente agradável, Ele criou
Maria, santa, pura e imaculada desde o ventre, que nunca conheceu nenhum
pecado, nem venial. Puríssima Virgem Maria, uma mulher que estava a
salvo das artimanhas de satanás, uma mulher a quem ele não poderia
jamais tocar, pois não tinha ela a mancha do pecado original que inclina
a todos nós para mal. Maravilhosa Inteligência do Senhor, que humilhou
satanás em sua astúcia, por meio de uma mulher satanás acreditou ter
colocado a perder toda a humanidade tão amada pelo Pai, mas por meio de
uma mulher o Senhor o humilhou, pois nada podia fazer contra ela, ela
nunca lhe daria ouvidos.
Maravilhosa Sabedoria!
E por esse canal puríssimo que Ele criou para Si próprio, veio a nós.
E tivemos por 33 anos o Senhor Jesus, nosso Amado, pisando nessa
terra e vivendo conosco, até cumprir sua missão, o cume da história da
salvação a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
Essa história da nossa redenção conquistada para nós pelo Soberano
Jesus. Com a co-redenção vivida pela Santíssima Virgem, que sofreu em
sua alma todas as dores que Jesus sofria em corpo e alma e que agora
sofre por cada alma no mundo, pois antes de entregar o Seu Adorado
Espírito, o Amado Jesus nos deu tudo: cada gota de sangue, cada gota de
água do seu corpo, cada pensamento, cada valor imensurável da sua dor,
todos os seus méritos imensuráveis, todo o valor da sua conquista e
também nos deu a sua mãe. Nos deu o canal da graça que Ele criou para
si. Nos deu tudo, tudo! E nada que Ele nos deu podemos rejeitar, nada.
E foi assim que procederam os primeiros cristãos. Depois da Ascensão,
os apóstolos se espalharam pelos quatro cantos da terra, requisitando
cada nação e povo já conquistados pelo Senhor. E enquanto estavam
estirando as cruzes cristãs pelo mundo em sinal do poderio do Senhor e
dando seu sangue em acréscimo para isso somado ao Preciosíssimo Sangue
de Jesus, a Puríssima Maria estava ainda viva, numa oração incessante
que fortalecia os apóstolos e a Igreja. Todos sabiam do poder da Virgem
Orante, tanto que em todas as catacumbas lá esta Ela com as mãos postas
ou levantadas em oração pela Igreja, pelos membros da Igreja, por seus
filhos.
E assim como toda mãe e ainda muitas vezes mais, Ela olha para
aqueles que a Ela rejeitam. Mas espera que estes peçam as suas orações
diante do amado Jesus, atitude que nem mesmo os apóstolos e mártires
deixaram de fazer.
Rogai, por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém
Maravilhoso e doce aprendizado dos nossos patriarcas, que assim
faziam e nós assim fazemos, recorremos a Puríssima Virgem, para que reze
por nós a todo o tempo, mas principalmente na hora da nossa morte.
Todos os santos dizem e concordam, nossa maior batalha será na hora
da morte, nessa hora é que seremos assolados das tentações por satanás,
num último golpe para perdermos a fé e irmos com ele para o inferno.
Portanto, nesse momento da grande batalha nos vêm Ela quando chamada,
Aquela que foi criada por Deus para ser o canal perfeito da graça,
Aquela que tem o coração que mais agrada ao Bom Deus, Aquela que é
sempre atendida por Jesus, pois é a alma mais justa dentre as almas
justas, Ela vêm e roga por nós.
Poderia alguém contar com escudo mais poderoso contra satanás e advogada mais amada diante de Jesus?
“Maria é aquela torre de Davi, de que fala o Espírito Santo nos
sagrados Cânticos: ‘Ao redor dela se elevam fortalezas; ali se vêem
suspensos mil escudos e todas as armas dos valentes’ (Ct 4,4). Vós sois,
portanto, Virgem Santíssima – como diz Santo Inácio Mártir – ‘um escudo
inexpugnável para aqueles que andam empenhados no combate’”.
(via Salus in Caritate)
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