As
virtudes são as disposições habitual e firme de fazer o bem. São
desejos de nossa inteligência e vontades que comandam nossos atos,
ordenam nossas paixões, e nos guiam segundo a razão e a fé.
A
caridade é a virtude teologal (dada por Deus) que nos leva a amar a
Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós
mesmos, por amor de Deus. (cf. Cat. n. 1822). Amar o próximo sem ser por
amor a Deus é filantropia, mas não caridade.
Jesus
fez da caridade “o novo mandamento”. “Tendo amado os seus que estavam
no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1). Assim, manifestou o amor do Pai
que Ele recebe. Amando-se uns aos outros, os discípulos imitam o amor de
Jesus que eles também recebem.
Por
isso disse Jesus: “Assim como o Pai me amou, também eu vos amei.
Permanecei em meu amor” (Jo 15,9). E ainda: “Este é o meu preceito:
Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Jesus insistiu com
os discípulos: “Permanecei em meu amor. São Paulo disse que: Cristo
morreu por nosso amor quando éramos ainda “inimigos” (Rm 5,10).
E
Jesus exige que amemos, como Ele, mesmo os nossos inimigos, que amemos o
próximo como o bom samaritano, e amemos como Ele as crianças e os
pobres.
São Paulo traçou um quadro incomparável da caridade:
“A
caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se
ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura
o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se
alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Cor 13,4-7).
Diz
ainda o Apóstolo: “Se não tivesse a caridade, nada seria…”. E tudo o
que é privilégio, serviço e mesmo virtude… “se não tivesse a caridade,
isso nada me adiantaria”. A caridade é superior a todas as virtudes. E a
primeira das virtudes teologais: “Permanecem fé, esperança, caridade,
estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade” (1 Cor 13,13).
Sabemos
que o exercício de todas as virtudes é inspirado pela caridade, que é o
“vínculo da perfeição” (Cl 3,14). Devemos amar como filhos de Deus e
não como escravos por medo, ou como mercenários em busca de recompensa,
pois precisamos responder ao amor Daquele “que nos amou primeiro” (1 Jo
4,19).
A caridade tem como frutos a
alegria, a paz e a misericórdia; ela exige a bondade e a correção
fraterna; tem de ser desinteressada e liberal; é amizade e comunhão.
Santo Agostinho disse que: “A finalidade de todas as nossas obras é o
amor. Este é o fim, é para alcançá-lo que corremos, é para ele que
corremos; uma vez chegados, é nele que repousaremos.” (Comentário ep.
João , 10,4).
Prof. Felipe Aquino
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