Nós nos apegamos tanto às coisas materiais, ao que é passageiro, que nos esquecemos de alimentar nossa alma, que é eterna.
Lourdes,
18 de fevereiro de 1858. A Santíssima Virgem Maria aparece a uma jovem
de 14 anos. É uma menina pobre e simples. A Virgem, entre outras coisas,
lhe diz:
“Eu te prometo que serás muito feliz, não neste mundo, mas no outro”.
Mas o que significam essas palavras tão fortes. Eu costumo pensar nelas com frequência.
Como você sabe, eu adoro ler livros sobre as vidas dos santos. Também
gosto muito dos seus escritos, porque me ensinam o caminho que eles
percorreram para a santidade, seus temores, inquietudes e o tipo de vida
que levaram.
Todos, sem exceção, tiveram que passar por grandes e dolorosas
provas. Desde a incompreensão, as chacotas e até as dores físicas. No
entanto, nunca perderam a humildade nem a alegria de espírito. É algo
que sempre me chamou a atenção.
A confiança plena e absoluta que eles tinham em Deus também me
intriga. Eles se entregaram ao Pai, aceitando sua vontade a todo
instante.
Temos os melhores exemplos nas figuras dos grandes santos, como o Padre Pio e São Francisco de Assis.
O que os motivava? Como conseguiam conservar a alegria? Por que perseveraram na fé?
Sabemos que eles eram pessoas de oração. Passavam longas jornadas rezando, na presença de Deus. Mas havia algo mais. O quê?
Hoje à tarde, fui à Missa na Igreja de Lourdes, no Panamá. Estava
pensando nestas coisas, refletindo, tentando compreender. Você sabe o
quanto sou teimoso e que geralmente entendo pouco das coisas. Já ia
começar a Eucaristia e logo percebi que eu tinha a solução para a minha
inquietude. Tudo estava tão claro, e eu não via. Encontrei a resposta
nas palavras da Virgem, dirigidas à Santa Bernardete:
“Eu te prometo que serás muito feliz, não neste mundo, mas no outro”.
Aí, eu pensei:
“Nossa pátria é o céu. A vida atual é uma viagem longa e cansativa. Mas o Paraíso nos espera”.
Nós nos apegamos tanto às coisas materiais, ao que é passageiro, que nos esquecemos de alimentar nossa alma, que é eterna.
E, justamente na Missa, esse tema foi debatido. Como passamos nossa
vida sofrendo por ter mais, buscando uma riqueza que, no final, não
poderemos levar conosco!
Voltando aos santos: o que dava esperança e alegria a eles? Eles não
se apegaram a coisas materiais, mas, sim, às espirituais. Eles queriam, a
todo instante, cumprir a santa vontade de Deus. E, sobretudo….
…Tinham os olhares voltados para o céu.
Quando desanimavam por causa das grandes provas que deveriam passar,
pensavam no amor infinito de Deus para recuperar o bom ânimo. Pensavam
também nas maravilhas que poderiam encontrar no Paraíso, vivendo
eternamente na doce presença do Pai.
Pense: “tudo neste mundo é passageiro”. Tudo passará. Você pode fazer
grandes negócios, mas, no fim, você não leva nada, com exceção de suas
boas obras.
Não me lembro onde li estas sábias palavras: “o melhor negócio de sua vida é salvar a sua alma e ganhar almas para Cristo”.
Elas são muito certas. E me levam a refletir sobre o que estou fazendo
com a minha vida. Também me fazem recordar aquela linda canção que
cantávamos para as crianças:
“Nós estamos aqui neste mundo,
Este mundo que teu amor nos deu;
Mas a meta não está nesta terra:
É um céu que está além.
SOMOS OS PEREGRINOS,
QUE VAMOS ATÉ O CÉU,
A FÉ NOS ILUMINA:
NOSSO DESTINO NÃO ESTÁ AQUI.
A META ESTÁ NO ETERNO,
NOSSA PÁTRIA É O CÉU.”
Claudio de Castro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário