Aparentemente, o âmbito da prática religiosa, caminha em contexto contrário ao do aquecimento global. Neste, temos dados estatísticos perturbadores, que sinalizam catástrofes, a serem provocadas, pela elevação progressiva da temperatura terrestre. Na prática religiosa cristã trabalhamos com informações contrárias. Parece que em certos ambientes religiosos se aproxima uma era glacial. O crescimento explícito do Reino não é uma linha reta. Ora cresce com grande vigor, ora estiola e regride irreversivelmente. Como nos alarmes de segurança, no entanto, plantados nas casas, ou nos automóveis, há muitos alarmes falsos, (que só servem para assustar inutilmente seus donos), também as profecias sobre a Igreja e o crescimento do Reino podem ser um grande equívoco. Assim, os enciclopedistas deram avaramente só mais uns 20 anos de existência à Igreja. O comunismo prometia extinguir a religião numa geração. Tais pessoas querem prever fatos, quando na realidade expressam desejos.
Mas existem previsões que são perceptíveis “a olho nu”. Jesus já havia alertado: “O Reino de Deus vos será tirado e será entregue a uma nação que produza frutos” (Mt 21, 43). É o que aconteceu com certos países da África do Norte e da Ásia, onde o cristianismo deu lugar a outra civilização. Parece que alguns países europeus, protagonistas da fé cristã por muitos séculos, entraram num ambiente de luz bruxuleante, e de materialismo glacial. Ao constituir a União Européia, se negaram a prestar homenagem à sua raiz cristã. Humanamente falando, prevê-se que em breve as feras voltarão a uivar na Europa, e se voltará a adorar os carvalhos. Isso são as previsões humanas. Sempre poderá ocorrer o que é pura graça de Deus. De repente aparece um Gorbatchev, cuja atuação põe o comunismo a correr; ou vem uma nova mentalidade que reconhece a superioridade dos ensinamentos de Cristo. Não podemos nos conformar com as previsões humanas. Porque “a esperança não decepciona” (Rom 5,5). Confiemos na única globalização real, que tem o aval divino: “muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul e tomarão lugar no reino de Deus” (Lc 13, 29). Na Igreja o calor da fé vai sobreviver.
Por: Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Fonte: CNBB
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