Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses – Irmãos, 18de qualquer maneira, com segundas intenções ou com sinceridade, Cristo é anunciado. E eu me alegro com isso e sempre me alegrarei. 19Pois eu sei que isso resultará na minha salvação graças à vossa oração e à assistência do Espírito de Jesus Cristo. 20Segundo a minha viva expectativa e a minha esperança, não terei de corar de vergonha. Se a minha firmeza continuar total, como sempre, então Cristo vai ser glorificado no meu corpo, seja pela minha vida, seja pela minha morte. 21Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. 22Entretanto, se o viver na carne significa que meu trabalho será frutuoso, neste caso não sei o que escolher. 23Sinto-me atraído para os dois lados: tenho o desejo de partir, para estar com Cristo – o que para mim seria de longe o melhor -, 24mas para vós é mais necessário que eu continue minha vida neste mundo. 25Por isso, sei com certeza que vou ficar e continuar com vós todos, para que possais progredir e alegrar-vos na fé. 26Assim, com a minha volta para junto de vós, vai aumentar ainda a razão de vos gloriardes em Cristo Jesus. – Palavra do Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!
1. Assim como a corça suspira / pelas águas correntes, / suspira igualmente minha alma / por vós, ó meu Deus! – R.
2. Minha alma tem sede de Deus / e deseja o Deus vivo. / Quando terei a alegria de ver / a face de Deus? – R.
3. Peregrino e feliz caminhando / para a casa de Deus, / entre gritos, louvor e alegria / da multidão jubilosa. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Tomai meu jugo sobre vós / e aprendei de mim, que sou de coração humilde e manso! (Mt 11,29) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então, contou-lhes uma parábola: 8“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. 10Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isso vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”. – Palavra da salvação.
O Evangelho que a Igreja hoje nos propõe contém uma dessas páginas que só o evangelista S. Lucas nos relata. Enquanto se dirigia a Jerusalém pela última vez, o Senhor foi convidado para ceiar na casa de um dos chefes dos fariseus (v. 7). Ali, observando como se disputavam os primeiros lugares à mesa, aproveita-se da ocasião para contar aos presentes mais uma de suas parábolas (v. 8). É importante, diz Ele, procurar sentar-se no lugar mais discreto, para que assim, quando chegar o anfitrião, ele nos chame a ocupar o lugar de honra: Amice, ascende superius, “Amigo, vem mais para cima” (v. 9-10), pois no Reino dos Céus, ao contrário do que sucede nos banquetes da terra, é quem se humilha que será exaltado, enquanto os que se elevam serão humilhados (v. 11). Este ensinamento, porém, não se reduz a uma simples exortação à modéstia, já que se insere no contexto mais amplo da subida de Cristo para a sua páscoa definitiva. Desde Lc 9, com efeito, Jesus caminha rumo à Cidade Santa, onde será humilhado de todas as formas e, por fim, exaltado na cruz à vista de todos: “Sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2, 8-9). O caminho da exaltação de Cristo e, portanto, da de todos nós é a humildade, vivida não como um comportamento fingido e teatral, para que os outros nos julguem humildes, mas com sinceridade de coração, para que o nosso relacionamento com Deus se paute na verdade — na verdade de que só Ele é grande, e de que os tronos do Reino celeste estão reservados não como “privilégios de classe”, mas como dom puro e gratuito. Na vida espiritual só cresce, por assim dizer, quem caminha “para baixo”, quer dizer, quem busca reconhecer em tudo tanto o seu próprio nada como a grandeza majestosa do nosso Bom Deus e Senhor. Quem se humilha, como o fez a Virgem SS., é exaltado, mas quem se exalta, como o fez Lúcifer, é precipitado na própria baixeza. — Que Jesus infunda, pois, em nossos corações a virtude da humildade, a fim de que, humilhados aos olhos do Altíssimo, possamos ser um dia exaltados por Ele e, morta em nós a raiz da soberba, finalmente admitidos às bodas eternas do Cordeiro.
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