Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 32sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. 5,1Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. 2Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor. 3A devassidão ou qualquer espécie de impureza ou cobiça sequer sejam mencionadas entre vós, como convém a santos. 4Nada de palavras grosseiras, insensatas ou obscenas, que são inconvenientes; dedicai-vos antes à ação de graças. 5Pois, sabei-o bem, o devasso, o impuro, o avarento – que é um idólatra – são excluídos da herança no Reino de Cristo e de Deus. 6Que ninguém vos engane com palavras vazias. Tudo isso atrai a cólera de Deus sobre os que lhe desobedecem. 7Não sejais seus cúmplices. 8Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz. – Palavra do Senhor.
Sejamos, pois, imitadores do Senhor, / como convém aos amados filhos seus.
1. Feliz é todo aquele que não anda / conforme os conselhos dos perversos; / que não entra no caminho dos malvados / nem junto aos zombadores vai sentar-se; / mas encontra seu prazer na lei de Deus / e a medita, dia e noite, sem cessar. – R.
2. Eis que ele é semelhante a uma árvore / que à beira da torrente está plantada; / ela sempre dá seus frutos a seu tempo, † e jamais as suas folhas vão murchar. / Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. – R.
3. Mas bem outra é a sorte dos perversos. † Ao contrário, são iguais à palha seca / espalhada e dispersada pelo vento. / Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, / mas a estrada dos malvados leva à morte. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa Palavra é a verdade; / santificai-nos na verdade! (Jo 17,17) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus colocou as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus. 14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, mas não em dia de sábado”. 15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia. – Palavra da salvação.
Reflexão
A cura da mulher encurvada contém uma mensagem — sempre atual como o Evangelho — de profunda importância para a nossa vida espiritual. Cristo é a revelação de Deus, é a manifestação pessoal dos sentimentos do coração e dos pensamentos daquele que habita em luz inacessível. De modo que até em seus milagres, e não só em suas palavras e discursos, manifesta-se alguma das verdades que o Senhor nos quer transmitir. De fato, como diz S. Agostinho, aquele que criou o corpo é criador também da alma, de sorte que as curas que Jesus operou em cegos, leprosos, paralíticos e hidrópicos são um sinal da cura interior que ele deseja realizar em nós. E o que são essas doenças senão uma imagem das enfermidades da alma? Não é o cego figura de quem não crê em Deus, e o manco, de quem já não percorre o caminho da vida? Assim também a deformidade daquela mulher de que nos fala hoje o Evangelho era obra de Satanás, que a amarrou por dezoito anos, impedindo-a de endireitar-se e olhar para o alto. E acaso não somos todos, em virtude do pecado, escravos do demônio? Não nos encontramos amarrados em seus laços, seduzidos por suas mentiras, desviados como ele da face de Deus? É dessa escravidão que nos veio libertar Jesus, reconciliando-nos com o Pai, enriquecendo-nos com a graça da adoção e fortalecendo-nos com os auxílios espirituais necessários para lutarmos contra a carne, o diabo e o mundo. Agora que nos sabemos redimidos e livres, mantenhamos o olhar, não para as coisas cá de baixo, mas para o céu, onde Cristo está sentado e temos à nossa espera uma herança imarcescível. Que aquele que, ao ser levantado da terra, tudo atraiu para si (cf. Jo 12, 31s), nos conceda a graça de aspirarmos só aos bens celestes, deixando para os porcos as bolotas deste vale de lágrimas.
https://padrepauloricardo.org
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