Leitura do primeiro livro dos Reis.
1Aproximando-se o fim da sua vida, Davi deu estas instruções a seu filho Salomão: 2“Vou seguir o caminho de todos os mortais. Sê corajoso e porta-te como um homem. 3Observa os preceitos do Senhor, teu Deus, andando em seus caminhos, observando seus estatutos, seus mandamentos, seus preceitos e seus ensinamentos, como estão escritos na Lei de Moisés. E assim serás bem-sucedido em tudo o que fizeres e em todos os teus projetos. 4Então o Senhor cumprirá a promessa que me fez, dizendo: ‘Se teus filhos conservarem uma boa conduta, caminhando com lealdade diante de mim, com todo o seu coração e com toda a sua alma, jamais te faltará um sucessor no trono de Israel'”. 10E Davi adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi. 11O tempo que Davi reinou em Israel foi de quarenta anos: sete anos em Hebron e trinta e três em Jerusalém. 12Salomão sucedeu no trono a seu pai, Davi, e seu reino ficou solidamente estabelecido.
Palavra do Senhor.
Dominais todos os povos, ó Senhor.
Bendito sejais vós, ó Senhor Deus, Senhor Deus de Israel, o nosso pai, desde sempre e por toda a eternidade!
A vós pertencem a grandeza e o poder, toda a glória, esplendor e majestade.
A vós, Senhor, também pertence a realeza, pois sobre a terra, como rei, vos elevais! Toda glória e riqueza vêm de vós!
Sois o Senhor e dominais o universo, em vossa mão se encontra a força e o poder, em vossa mão tudo se afirma e tudo cresce!
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, / pois o Reino de Deus está chegando! (Mc 1,15)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 7Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés como testemunho contra eles!” 12Então os Doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.
Palavra da salvação.
Reflexão
Jesus envia hoje seus discípulos para pregar o Evangelho e expulsar os espíritos impuros. Diante de tamanho e tão grave encargo, de que armas se podem valer esses novos evangelizadores? Que recursos o Senhor lhes põe à disposição? De fato, o menor e mais fraco dos demônios é incomparavelmente maior e mais forte do que os Golias de nossa miúda raça. Desse-lhes o Senhor a mínima permissão, poderiam as potestades do mal, poderosas e astutas, dizimar num átimo todo o gênero humano e dar nossa carne "às aves do céu e aos animais da terra" (1Sm 17, 44)! Se, portanto, tal é a desigualdade de forças entre os homens e as hostes do inferno, é de se esperar que Jesus, ao enviar seus discípulos a tão feroz contenda, lhes dê algum "poder sobre os espíritos impuros". Afinal, se grande e perigosa é a batalha, bons e eficazes devem ser os equipamentos de combate.
Mas não é nem elmo, nem couraça, nem gládio, nem escudo a arma que lhes confia o Senhor. Pois se nem os soldados humanos podem levantar-se contra o inimigo se estiverem sob o peso duma armadura demasiado grande, por muito maior razão não podem os combatentes do espírito estar sobrecarregados com as preocupações do mundo. Por isso, despoja Cristo os seus missionários de quanto lhes possa pesar o passo: "Recomendou-lhes", pois, "que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura." Não os envia Cristo como Saul quisera enviar Davi, de capacete de bronze e equipagem inusitada (cf. 1Sm 17, 38-40); antes lhes permite levar apenas um pobre bordão, a fim de avançarem contra o demônio como a um cão miserável (cf. 1Sm 17, 43). Tira-lhes o Senhor todo recurso humano, para que só nos auxílios divinos coloquem a sua esperança.
É com esse mesmo ânimo de entrega à Providência que Jesus nos envia às lutas espirituais que dia a dia temos de travar. Os demônios, com efeito, vêm contra nós com a espada da tentação, com a lança das insinuações e com o escudo da mentira; nós, porém, vamos contra eles "em nome do Senhor dos exércitos, do Deus das fileiras de Israel" (1Sm 17, 45), que nos providencia o pão nosso de cada e, com o seu braço forte, nos livra do Maligno e nos preserva do pecado. Abracemos, pois, esse estilo de vida livre e despojado, que faz nossas almas humildes, desprendidas dos cuidados terrenos. Esteja o nosso coração folgado, entregue, como criança, às mãos paternais do nosso Deus, que provê às andorinhas o alimento diário e tem em grande conta até os fios de nossa cabeça. Como criancinhas em Cristo, seremos como leões diante do diabo e suas tolas investidas!
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