quinta-feira, 4 de março de 2021

Liturgia Diária - O Rico e o Pobre Lázaro.

 Reflexão do Evangelho do 26º domingo comum (Lc 16,19-31) | Juventude de  Itaporanga

Leitura (Jeremias 17,5-10)

Leitura do livro do profeta Jeremais.
17 5Eis o que diz o Senhor: "Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!
6Assemelha-se ao cardo da charneca e nem percebe a chegada do bom tempo, habitando o solo calcinado do deserto, terra salobra em que ninguém reside.
7Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.
8Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio; se vier o calor, ela não temerá, e sua folhagem continuará verdejante; não a inquieta a seca de um ano, pois ela continua a produzir frutos.
9Nada mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração. Quem o poderá compreender?
10Eu, porém, que sou o Senhor, sondo os corações e escruto os rins, a fim de recompensar a cada um segundo o seu comportamento e os frutos de suas ações".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 1

É feliz quem a Deus se confia!

Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.

Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva á morte.

Evangelho (Lucas 16,19-31)

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

Felizes os que observam a palavra do Senhor, de reto coração; e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 16 19"Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava.
20Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico.
21Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico. Até os cães iam lamber-lhe as chagas.
22Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
23E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.
24Gritou, então: ‘Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas’.
25Abraão, porém, replicou: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.
26Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá’.
27 O rico disse: ‘Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos’.
29Abraão respondeu: ‘Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!’
30O rico replicou: ‘Não, pai Abraão; mas se for a eles algum dos mortos, arrepender-se-ão’.
31Abraão respondeu-lhe: ‘Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos’".
Palavra da Salvação.
 
 Reflexão
 

Jesus traçou um paralelo entre o rico e o pobre, nesta parábola que podemos considerar  uma palavra muito dura! Porém, esta é a realidade da vida que vivemos.  E como podemos notar, o problema não é de hoje.  Ele sempre existiu.  Uma boa estória para um filme, para uma novela, tem de mostrar os dois lados da sociedade. Uma grande fortuna, e uma  realidade de pobreza extrema. E por ironia do destino, geralmente há um romance engendrado entre  um jovem rico, e uma moça pobre, para o desespero e a revolta dos familiares  daquele jovem...

Você reparou que Jesus não deu nome ao rico? Por que será? É por que Jesus tem uma opção pelos pobres.  Jesus sabe que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus. E não é pela sua riqueza em si, mais sim,  pelo que o rico pensa sobre a sua forrtuna. O rico coloca a sua riqueza no lugar de Deus.  Por isso a riqueza se torna um ídolo, e Deus não suporta idolatria. O outro motivo é que o rico se basta a si mesmo, desprezando a proteção ode Deus e ajuda dos demais, principalmente dos pobres.  Ele, o rico acha que o dinheiro compra tudo. E é exatamente aí que ele se engana.  Pois o seu FIM  será um desastre, como Jesus mostrou  nesta parábola.

Porém o motivo mais pesado que não permite a entrada do rico na Glória eterna, é a sua FALTA DE CARIDADE.  E como já sabemos, a caridade é o passaporte para o Céu. O rico não só despreza o pobre, como o odeia.  Ele pensa, ele acha, que a pobreza  é gerada pela preguiça, e por isso para ele todos os pobres são vagabundos, e que não devemos dar-lhes nada pois ele se acostumam e não nos deixam mais em paz.

O pobre insistia em ficar na porta do rico  e se contentava com as migalhas que caíam da sua mesa.  É incrível a gente ver como é possível um mendigo viver com  tão poucos recursos. Só uma peça de roupa, não tem onde se banhar, (para cuidar da sua higiene corporal), nem onde fazer suas excreções, não tem água nem comida para satisfazer suas necessidades básicas, e assim ele está diretamente dependente da caridade dos que por ali passam. E por incrível que nos pareça, ele continua lá. Na calçada, no chão, e não morre, para a raiva dos ricos.

Nos bairros nobres das grandes cidades,  onde vemos as moradas dos  super ricos, nós não vemos nenhum mendigo por ali. Por que será?

Ah! É que a  polícia se encarrega de afastar os mendigos da porta dos  nossos irmãos mais importantes da sociedade.  Porém, como vimos na parábola de hoje, depois da morte, a realidade muda de forma brusca, muda radicalmente, muda totalmente, e o menos vira o mais e o mais, agora é o menos importante, o condenado ao fogo eterno! Por isso, irmãos, é que temos de ter pena dos nossos irmãos ricos. Temos de rezar pela sua conversão. Você achou graça, não foi? Pois é assim que nos  manda fazer o Filho de Deus!

Os cães vinham lamber suas feridas. Isso até os dias de hoje acontece. Não necessariamente lambendo as suas feridas, mas lhe fazendo companhia. Ele, o mendigo, reparte o pouco que lhe dão com o seu companheiro de sela. É ele aparentemente está livre para sentar-se em qualquer calçada, porém, na realidade é um prisioneiro da sua carência, do desprezo dos demais, e da  falta de recursos. É por isso que na vida eterna ele terá MUITA FARTURA!

Queridas irmãs e irmãos. Mais uma  vez aqui vamos lembrar de que esta vida  é uma oportunidade  que temos de fazer por merecer a Glória eterna. E não é fazendo como aquele homem rico da parábola não!  Você já sabe. É pela prática da caridade que conquistamos  a vida eterna.

Cuidado com os Lázaros que lhe estendem a mão, que lhe abordam no semáforo. Nesta crise em que estamos atravessando, há muitos deles por aí! Não se faça de surdos, nem de disfarça para aparentar que não os vê. Pois Jesus está monitorando a sua pessoa. Deus vê tudo!

Não seja como o rico da parábola. É melhor para você, é melhor para o futuro da sua alma! Pense nisso agora e sempre.

 

 

José Salviano.

 

Nenhum comentário: