Leitura da profecia de Miquéias.
7 14 Conduzi com o cajado o vosso povo, o rebanho de vossa
herança que se encontra espalhado pelas brenhas, para o meio de vergéis;
que ele paste como outrora em Basã e em Galaad.
15 Como nos dias em que saístes do Egito, fazei-nos ver prodígios.
18 Qual é o Deus que, como vós, apaga a iniqüidade e perdoa o
pecado do resto de seu povo, que não se ira para sempre porque prefere a
misericórdia?
19 Uma vez mais, tende piedade de nós! Esquecei as nossas faltas e jogai nossos pecados nas profundezas do mar!
20 Mostrai a vossa fidelidade para com Jacó, e vossa piedade para com Abraão, como jurastes a nossos pais desde os tempos antigos!
Palavra do Senhor.
O Senhor é indulgente e favorável.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
Pois ele te perdoa toda culpa
e cura toda a tua enfermidade;
da sepultura ele salva a tua vida
e te cerca de carinho e compaixão.
Não fica sempre repetindo as suas queixas
nem guarda eternamente o seu rancor.
Não nos trata como exigem nossas faltas
nem nos pune em proporção às nossas culpas.
Quanto os céus por sobre a terra se elevam,
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
quanto dista o nascente do poente,
tanto afasta para longe nossos crimes.
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
Vou voltar e encontrar o meu pai e direi: meu pai, eu pequei contra o céu e contra ti (Lc 15,18).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
15 1 Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo.
2 Os fariseus e os escribas murmuravam: Este homem recebe e come com pessoas de má vida!
3 Então lhes propôs a seguinte parábola:
11 “Um homem tinha dois filhos.
12 O mais moço disse a seu pai: ‘Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai então repartiu entre eles os haveres.
13 Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia,
partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a
sua fortuna, vivendo dissolutamente.
14 Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria.
15 Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos.
16 Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
17 Entrou então em si e refletiu: ‘Quantos empregados há na
casa de meu pai que têm pão em abundância e eu, aqui, estou a morrer de
fome!’
18 Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
20 Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda
longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao
encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 O filho lhe disse, então: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.
22 Mas o pai falou aos servos: ‘Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés.
23 Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa.
24 Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa’.
25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
26 Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia.
27 Ele lhe explicou: ‘Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo’.
28 Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele.
29 Ele, então, respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te
sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um
cabrito para festejar com os meus amigos.
30 E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo!’
31 Explicou-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
32 Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado’”.
Palavra da Salvação.
Reflexão
Neste Evangelho Jesus nos dá uma demonstração de como é a mentalidade de Deus. O Pai sempre sente compaixão pelo filho que se arrepende. Todos nós, hoje, podemos nos considerar um filho pródigo, pois, vivemos fazendo as contas e pedindo a Deus a parte da herança que nos cabe. Saímos da casa do Pai onde temos à nossa disposição fartura de alimento e queremos saciar a nossa fome de felicidade desejando nos apossar de uma falsa liberdade, buscando no mundo a mesma comida que os “porcos comem. Quando nos afastamos de Deus e, arrependidos, queremos voltar, também nos enganamos, pois erroneamente entendemos que o Pai quer ter conosco uma relação de patrão e empregado. Voltamos querendo ser recebidos como empregado que regressa acabrunhado, sem direito nenhum, para somente receber um prato de comida e não percebemos que Ele está de braços abertos para nos receber como filhos amados, pondo à nossa disposição tudo quanto possui para festejar o nosso retorno com um banquete. Precisamos entender que em uma relação de Pai e filho, a todo o momento podemos ter acesso a nossa herança para usufruí-la de uma maneira que nos faça desfrutar a vida e ser feliz. Não precisamos de fazer cálculos exigindo a nossa parte como se fosse um salário que apenas serve para comprar coisas que não têm serventia, pois alimentam exclusivamente os desejos da nossa humanidade.
O Pai sempre nos receberá! O nosso arrependimento e humildade nos darão a garantia de que já fomos justificados e que o Pai nos acolhe com a Sua misericórdia. No entanto, estejamos conscientes de que quem não se arrepende não precisa ser perdoado. Às vezes nós somos o filho mais velho que não compreende o porquê da misericórdia de Deus para com os pecadores. Vivemos na casa de Deus como hóspede que não se sente à vontade nem se acha com livre-arbítrio de provar de tudo que o Pai põe ao seu dispor. E quando retorna o “filho pródigo”, nós também, não compreendemos a compaixão que o Pai tem para com ele e queremos que Deus faça tudo de acordo com a nossa “justiça”, que é injusta. - Você já experimentou voltar para Deus arrependido e humilhado? Como você se sentiu? – Quando você erra volta-se pra Deus com o coração de filho (a) ou de empregado (a)? – Você acha que o filho mais velho se comportou com a mentalidade de filho ou de empregado?
Helena Serpa
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