Leitura do livro do profeta Isaías.
50 4 O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que
eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele
desperta meus ouvidos para que escute como discípulo;
5 (o Senhor Deus abriu-me o ouvido) e eu não relutei, não me esquivei.
6 Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces
àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e
dos escarros.
7 Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me
senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser
desapontado.
Palavra do Senhor.
Meus Deus, me Deus, por que me abandonastes?
Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.
Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o, toda a raça de Israel!
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses.
2 6 Jesus Cristo, sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus,
7 mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.
8 E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
9 Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes,
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.
11 E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz; pelo
que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome
(Fl 2,8s).
N = Narrador
L = Leitor
P = Presidente
G = Grupo ou assembleia
N (Narrador) Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos.
15 1 Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os
escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e
entregaram-no a Pilatos.
2 Este lhe perguntou:
Leitor (L): “És tu o rei dos judeus?”
N: Ele lhe respondeu:
Presidente (P): “Sim.”
3 Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
4 Pilatos perguntou-lhe outra vez:
L: “Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!”
N: 5 Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado.
6 Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem.
7 Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio.
8 O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder.
9 Pilatos respondeu-lhes:
L: “Quereis que vos solte o rei dos judeus?”
N: 10 (Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.)
11 Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás.
12 Pilatos falou-lhes outra vez:
L: “E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?”
N: 13 Eles tornaram a gritar:
Grupo (G): “Crucifica-o!”
N: 14 Pilatos replicou:
L: “Mas que mal fez ele?”
N: Eles clamavam mais ainda:
G: “Crucifica-o!”
N: 15 Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
16 Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte.
17 Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça.
18 E começaram a saudá-lo:
G: “Salve, rei dos judeus!”
N: 19 Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo.
20 Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar.
21 Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do
campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a
cruz.
22 Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio.
23 Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou.
24 Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um.
25 Era a hora terceira quando o crucificaram.
26 A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus.
27 Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda.
28
29 Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo:
G: “Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias,
30 salva-te a ti mesmo! Desce da cruz!”
N: 31 Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros:
G: “Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar!”
32 Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos!
N: Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam.
33 Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra.
34 E à hora nona Jesus bradou em alta voz:
P: “Elói, Elói, lammá sabactáni?”,
N: que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
35 Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam:
G: “Ele chama por Elias!”
N: 36 Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo:
L: “Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo”.
N: 37 Jesus deu um grande brado e expirou.
38 O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes.
39 O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse:
L: “Este homem era realmente o Filho de Deus”.
N: Palavra da Salvação.
Reflexão
Estamos, com a graça de Deus, iniciando a semana da graça, a Semana Santa, Semana Maior, semana da Paixão, da Morte e da Ressurreição gloriosa de Jesus.
O nosso ponto de chegada é a Ressurreição, é ela que ilumina e traz toda a luz para as dores, para as paixões e para a grande paixão da vida que é o sofrimento de Cristo. E, Ele, com certeza, se manifesta nos sofrimentos, nas dores e na vida de cada um de nós. Por isso, esse domingo não é só o Domingo de Ramos, é também o domingo da Paixão de Jesus.
Se Jesus entra glorioso em Jerusalém, reconhecido e aclamado por alguns, os mesmos ou alguns dos que O aclamam vão também gritar em meio ao engano, a ilusão, a massa de manobra que promove um grupo de judeus, vão gritar pela sua crucifixão.
Vamos contemplar o Cristo que é aclamado como o Rei de Israel, o bendito que vem em nome do Senhor, mas vamos contemplar o Jesus que é traído, que é gritado para ser crucificado. É o drama das contradições humanas, é o drama das nossas próprias contradições.
Jesus vem ao nosso encontro na pessoa dos pobres e sofredores, vem ao nosso encontro naqueles que nos opomos
Muitas vezes, amamos a Deus, temos Deus como tudo em nossa vida, mas também nos opomos a Ele. Se temos a graça de estarmos na Sua presença, muitas vezes, caímos na desgraça de nos corromper pelo pecado. Se temos a graça de amá-Lo na Eucaristia, caímos na infeliz desgraça de rejeitá-Lo na pessoa do próximo. Se O amamos com nossas palavras e atos, nós, muitas vezes, O rejeitamos na pessoa dos nossos irmãos, que é a presença d’Ele no meio de nós.
Vamos celebrar a nossa Semana Santa nos santificando pela Palavra, vamos celebrar acolhendo-O como nosso Senhor e Salvador. Ao mesmo tempo, vamos acompanhar a Sua Paixão, acompanhar todo o drama que envolve a Sua morte para não continuarmos crucificando Jesus com as nossas obras e atos, mas nos arrependermos, nos purificarmos, nos renovarmos, sermos de verdade do grupo dos Seus seguidores, aqueles que não abandonam seja qual for a situação da vida e do mundo onde passamos.
Que sejamos a verdadeira Igreja de Cristo que O ama sobre todas as coisas e que vive na comunhão com os seus irmãos. Sejamos a Igreja de Cristo que acolhe Jesus; e que saibamos acolher os outros como pessoas que simbolizam e representam Jesus para nós.
O Jesus que nós amamos vem ao nosso encontro na pessoa dos pobres e sofredores, vem ao nosso encontro naqueles que nos opomos, mas eles vêm de alguma forma trazer Jesus para nós. Acolhamos Jesus porque Ele está no meio de nós!
Uma boa e abençoada Semana Santa para todos!
Canção Nova
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