quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A N G Ú S T I A S.


Tenho ouvido e até lido com alguma frequência que há pessoas que vivem angustiadas por causa de ouvirem o que se tem dito a respeito do fim dos tempos e daquilo que virá com alguma brevidade.
Nessas aflições dirigem-se a sacerdotes, atordoam-nos com queixas e lágrimas, esperando sempre ouvir da boca deles que tudo o que atualmente se profetiza é mentira e embuste, o que também se está a dizer, sem que seja feito exame prévio das profecias, antes de ser emitida uma opinião. Esta situação está a espalhar-se por muitos lados, em muitas paróquias.

Confesso que me preocupa mais esta atitude que qualquer coisa que tenha lido a respeito de futuras catástrofes mundiais, porque a maior catástrofe das nossas vidas é justamente não querermos assumir que precisamos de as modificar para que a angústia e o medo desapareçam das nossas almas e nos façam viver na paz dos filhos de Deus.

Antes de dizermos que é falso e deixarmos as pessoas embaladas no pecado em que vivem, devemos simplesmente aconselhar que as vidas sejam reformadas e que as pessoas angustiadas procurem viver de acordo com os Mandamentos da Lei de Deus, mandamentos esses que a maioria dos cristãos atuais nem sequer sabe dizer na totalidade.
Em primeiro lugar, examinemos os motivos da angústia de tantas pessoas.
A sua angústia deve-se muitas vezes a medo pelo que lhes pode acontecer por viverem fora da Lei de Deus.

Angustiam-se, mas não querem deixar de praticar o aborto, sempre que se virem em situação de dificuldade de gravidez indesejada.
Angustiam-se, mas não querem deixar de odiar, de difamar e de desejar mal ao próximo que talvez os tenha prejudicado de alguma forma.
Angustiam-se, mas não querem deixar de viver na frivolidade, na vida de facilidades, de telenovelas, de compras caras… na medida das suas possibilidades… e às vezes até fora dessas possibilidades.
Angustiam-se, mas não querem deixar de procurar curandeiros, espíritas, bruxos, cartomantes e outros.
Angustiam-se, mas não rezam mais por causa do seu medo. O medo não lhes traz mudança de vida.

Por isso o medo não é coisa de Deus, mas do inimigo das nossas almas, que espalha o medo, a angústia e a tristeza, para nos perturbar e nos afastar mais daquilo de que Deus nos avisa.
Estas pessoas que se angustiam por causa das profecias não pensam que podem morrer neste instante ou daqui a minutos… ou daqui a dias, sem chegarem a ver nada daquilo de que têm medo, mas ainda assim a correrem o perigo de passarem para a outra vida, despreocupadamente, caindo na justiça de Deus a qual não temem mais, quando ouvem dizer que o que se profetiza é tudo falso?

Não nos compete fazer julgamentos, mas compete-nos e é o nosso dever premente modificar as nossas vidas cada dia, procurando que o dia de hoje seja para nós de maior pureza, maior generosidade e maior amor a Deus e ao próximo, que o dia de ontem. Quem sabe se veremos o dia de amanhã?!
É preciso que pensemos todos nós que o medo e a angústia não vêm de Deus, são uma cilada daquele que nos quer desviar a atenção, para que ouçamos conselhos que nos sosseguem e nos permitam continuar a viver na facilidade e no pecado.

Mas há pessoas que se angustiam por causa de familiares que vêem longe dos caminhos de Deus, caminhando em terrenos resvaladiços, tortuosos e lamacentos de pecado e até de ateísmo ou heresia.
Então que fazer? A angústia não leva a lado nenhum, mesmo quando é referida aos nossos familiares. Se recusarmos a angústia, caminharemos na paz a então faremos algum bem aos nossos entes queridos. É na paz que poderemos desenvolver o apostolado por eles e por outros que por todo o mundo Deus nos confia, mesmo que não saibamos quem são. Um dia no Céu saberemos.
É na paz que conseguiremos rezar por eles e até sacrificar-nos um pouco, porque já dizia Nossa Senhora em Fátima que “Vai muita gente para o inferno porque não há quem se reze e se sacrifique por eles”.

Bem sei que nos dói que os nossos familiares trilhem um caminho que vemos nitidamente mau, que não se preocupem com as suas almas. Então pensamos no que será deles a curto prazo. Mas os nossos familiares também podem morrer em breve, talvez hoje, quando não rezamos por eles, preocupados com os nossos medos e angústias, quando perdemos tempo a discutir a veracidade das profecias deste ou daquele profeta.

Quantos de nós não teremos tempo para ver nada disso… Quantos de nós morreremos em breve, e estamos desperdiçando o tempo precioso que ainda nos resta por misericórdia de Deus que diariamente nos faz a graça de nos dar mais um dia. Lembramo-nos de Lhe agradecer ao acordar? O tempo que temos cada dia não é direito nosso, é graça de Deus.

Que importa se morreremos no ano que vem ou daqui a um minuto? O que interessa é não perder tempo e cuidar da alma! Lembremo-nos que daremos contas de todo o tempo que desperdiçamos entre distrações, frivolidades, festarolas, pecados vários…às vezes bem graves. E depois afligimo-nos e angustiamo-nos, quando alguém nos fala em profecias!

Quantos morrem rapidamente em acidentes diversos? Quantos que hoje estão de boa saúde, amanhã lhes é manifestada uma doença grave daquelas terminadas em “ite” em “ose”, ou de outros termos médicos, e que nos levam rapidamente deste mundo?
Enquanto aqui vivermos, estamos sempre em perigo, não nos iludamos com palavras doces que nos dizem para nada temer, porque nada irá acontecer, mas procuremos a paz de Deus, entregando-lhe cada dia uma vida que procuramos modificar para melhor, deixando as facilidades, renunciando ao pecado, mesmo que isso nos traga sofrimentos e novas responsabilidades, e procurando uma vida de oração cada vez mais intensa.

Estamos neste mundo para nos santificarmos, não para nos divertirmos, não para fugirmos das responsabilidades e dos sofrimentos, não para vivermos em frivolidade, não para procurarmos saber o futuro, não para a preguiça, para as raivas, para as difamações, sensualidade e outros pecados. Não estamos no mundo para perder tempo!

Deixemos os medos e iniciemos vida nova. Isso sim, nos porá no bom caminho da esperança e da confiança em Deus. Então teremos paz, mesmo que vejamos os nossos familiares por maus caminhos. Rezemos por eles, mais intensamente, quanto maior for a nossa preocupação a seu respeito. Façamos também por eles algum sacrifício no segredo dos nossos corações, e podemos ter a certeza de que o nosso Deus não é insensível à nossa dor e às nossas orações. Um dia, mais cedo ou mais tarde, nem que seja à hora da morte tocará esses corações e eles hão-se salvar-se.

Lembremo-nos de que o medo é mau e desterremo-lo para longe de nós. Tenhamos confiança em Deus e caminhemos para Ele na paz e na pureza de vida, cada dia com mais amor.
É então que viveremos sem medos do que possa acontecer no futuro, seja o que for, porque a nossa entrega a Deus nos dará uma confiança nEle cada vez maior.
Seja o que for que tenhamos de sofrer, nada será maior que o nosso pecado, o pecado com que já atraiçoámos o nosso Pai.

Não esqueçamos de que Ele é Pai e nada nos dará a sofrer que seja maior do que as forças que nos dará para esses momentos. Quando não pudermos mais, Ele nos levará para a Sua felicidade eterna, onde não há mais dor, mas a alegria de ver o Seu rosto.
Peço a Deus que com este meu pobre escrito possa transmitir a paz do Seu Amor e a confiança e a mudança de vida em alguma alma angustiada. Entretanto é preciso saber que, toda alma que está preparada para o que vier a acontecer, nao se angustia, nem teme coisa alguma. Somente teme, ou se angustia, quem nao reza, nem confia em Deus.

Enfim, não escutem as vozes de cigarra que vos enganam dizendo que nada do que estão falando vai acontecer. Olhem o mundo, as loucuras da economia, o caos que se instala por causa das dívidas de todas as nações. Compare isso com aquilo que a Bíblia nos ensina, e verão que é falso profeta exatamente aquele que não alerta as pessoas.
Até os mortos nos túmulos já sabem que a crise atual é também a última. Afinal, quando vivos eles sabiam das profecias, agora com Deus sabem que acontecerá.




(Anonimo)
aarao

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