terça-feira, 1 de novembro de 2011

A IGREJA DEVE ESTAR ANSIOSA POR RECEBER O IRMÃO QUE ERROU.


Lucas 17:3-4


"Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe; se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe" (Lucas 17,3-4). Há vezes que o pecado é flagrante o suficiente que tem que ser enfrentado diretamente. Nesses casos, naturalmente, devemos estar preparados e ávidos para aceitar o arrependimento do pecador e perdoar-lhe. Antes, porém, será necessário admoestar "os insubmissos", advertindo-os sem rodeios e estimulando-os a mudar (I Tessalonicenses 5,14). Quando o pecado visível de Pedro feriu os irmãos gentios e levou muitos dos cristãos judeus ao mesmo erro, Paulo o repreendeu face a face em público (Gálatas 2,11-14). Não se tratava de um irmão fraco em tropeço, mas um pecado de conseqüências públicas, por parte de Pedro, que precisava ser tratado. Qualquer um de nós pode precisar de uma repreensão direta às vezes. O livro de Provérbios nos incentiva a aceitar as admoestações e usá-las como uma oportunidade para fazer as devidas correções, apesar da repreensão ser dolorosa. No caso de Pedro, ele falou mais tarde a respeito do nosso "amado irmão Paulo" (II Pedro 3,15), mostrando que ele não tinha nenhum rancor pelo fato de Paulo o haver repreendido abertamente.

"Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes . . . Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado. Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão" (II Tessalonicenses 3,6,14-15). Às vezes, um irmão que está em pecado não presta atenção ao estímulo e à admoestação de outros cristãos. Tanto pessoalmente quanto por carta, Paulo havia ensinado e admoestado aos tessalonicenses acerca da necessidade de trabalhar. Em I Tessalonicenses 5,14 ele tinha pedido que outros irmãos admoestassem os indisciplinados. Em II Tessalonicenses 3, mais uma vez ele adverte severamente os que se recusavam a trabalhar. Depois ele afirma claramente que, quando alguém se recusa a obedecer à Palavra de Deus após reiteradas admoestações, essa pessoa deve ser publicamente notada como infiel e os irmãos devem se afastar do contato social com ela. I Coríntios 5 trata de um caso semelhante. O pecado era diferente (um caso grave de imoralidade sexual), mas Paulo ordenou aqui também que o irmão que se achava no erro fosse publicamente reconhecido como infiel e que os outros não se associassem com ele, nem mesmo para comer com ele. Em Mateus 18,15-17, quem se recusa a corrigir um pecado contra outra pessoa deve ser tratado da mesma forma.

Ao pormos em prática essa diretriz precisamos tomar certos cuidados. Em primeiro lugar, não se deve tomar essa atitude a primeira vez que alguém peca. Os casos descritos nos textos acima estavam em estágio avançado; já se haviam dado exortações. Em segundo lugar, a igreja deve estar ansiosa por receber o irmão que errou quando ele se arrepende. Ele não deve ser considerado um inimigo, mesmo após ser disciplinado pela congregação (II Tessalonicenses 3,15). E, se ele retornar à fidelidade ao Senhor, deve ser recebido com muito amor e ternura (II Coríntios 2,5-11).

Há três razões para essa atitude. Primeira: o amor pelo irmão que pecou. A esperança é que a pessoa, percebendo a gravidade de seu pecado, retorne ao Senhor e seja salva (I Coríntios 5,5; II Tessalonicenses 3,14-15). Assim como o homem imoral de I Coríntios 5, muitos se arrependem hoje após que a igreja a que pertencem os nota publicamente como infiéis (II Coríntios 2,5-11). Segunda: o amor pela igreja. Paulo falou da influência contagiosa do pecado que é tolerada na igreja (I Coríntios 5,6-8). Se as pessoas que não estão servindo ao Senhor fielmente permanecem na comunhão da igreja, sua infidelidade será contagiosa e se espalhará aos outros membros da congregação. Por fim, o amor pelo Senhor. Essa ação deve ser tomada "em nome do Senhor Jesus Cristo" (II Tessalonicenses 3,6; I Coríntios 5,4). Paulo disse que essa ordem põe a igreja à prova para descobrir se ela é fiel ao Senhor em todas as coisas (II Coríntios 2,9). Muitas igrejas são reprovadas nesse teste. Talvez por causa de um desejo de não se tornarem impopulares ou por uma falta de coragem de enfrentar os membros que vivem persistentemente no pecado, muitas igrejas toleram os membros infiéis e não obedecem a esses princípios bíblicos. O nosso amor por Deus deve ser maior que o nosso desejo de recebermos a aprovação do homem.



Com minha benção.
Pe.Emílio Carlos Mancini +
A

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