sexta-feira, 29 de julho de 2011

A ESPIRITUALIDADE TEM SUAS RAIZES NO INTERIOR DO CORAÇÃO.


Mt 23,23-26
«Limpa primeiro o copo por dentro, que também por fora ficará limpo»
Jesus faz claramente uma denúncia: «Ai de vós (...)! Ai de vós (...)!» (Mt 23,23.25). Seu alvo são os mestres da Lei e os fariseus, representantes das classes poderosas que exercem seu domínio espiritual e moral sobre o povo. Como podem orientar as pessoas sendo guias cegos?? Sua cegueira consiste na incoerência de cumprir escrupulosamente pequenos detalhes, que tem lá sua importância, mas deixar de lado coisas fundamentais, como a justiça, o amor e a fidelidade. Cuidam de sua imagem, que não corresponde ao seu interior, cheios «de roubo e cobiça» (Mt 23,25). Curiosamente, Jesus emprega termos relativos a aspectos econômicos.

O Evangelho é um convite às pessoas e aos grupos que desempenham papéis relevantes nas comunidades cristãs, ou seja, seus líderes, para que façam um exame de consciência.
  • Respeitamos os valores fundamentais?
  • Valorizamos mais as normas do que as pessoas?
  • Impomos aos demais aquilo que nós mesmos não somos capazes de fazer?
  • Falamos a partir da presunção de nossas idéias ou da humildade de nosso coração?
Como dizia Dom Hélder Câmara: «Quisera ser uma poça d’água para refletir o céu».
  • As pessoas vêem, nos seus pastores, homens de Deus que diferenciam o supérfluo do essencial?
A fraqueza merece a compreensão, a hipocrisia provoca rejeição.
Ao escutar o Evangelho podemos cair numa cilada.
Jesus disse aos mestres da Lei e aos fariseus que eram hipócritas.
Também havia os que eram sinceros.
Nós podemos pensar que este texto também se aplica atualmente aos bispos e sacerdotes.
Certamente, como guias das comunidades cristãs, devem estar atentos para não cair nas atitudes que Jesus denuncia, mas há que se recordar que todo homem ou mulher-crente pode guardar em seu interior um fariseu cego!
Jesus nos convida: «Limpa primeiro o copo por dentro, que também por fora ficará limpo» (Mt 23,26).
Então, eu ou você chegamos diante da comunidade, no altar, e explicamos para todos: Viram? Os mestres da Lei eram maus! Além de serem descendentes daqueles que mataram os profetas no passado, eles viviam de aparências.
Fingiam ser santos porém, na realidade eram parecidos com defuntos maquiados, de batom passados nos lábios, para parecerem pessoas vivas.
Ao explicar tudo isso de forma eloqüente, ainda acrescentamos que a nossa sociedade está cheia de pessoas que são iguais àqueles hipócritas dos tempos de Jesus Cristo. E ainda recomendamos aos ouvintes para que não sejam falsos, mentirosos, e hipócritas também.
Prezados irmãos. Percebeu que nesta reflexão está faltando uma coisa muito importante? Percebeu que está faltando nos incluir no grupo daqueles que são ou que às vezes também são como os mestres da Lei e os fariseus hipócritas?
É! Infelizmente nunca podemos nos excluir da possibilidade de sermos frágeis, ou mesmo miseráveis pecadores. Porque podemos nos acostumar a uma vida corrida de compromissos, de rituais, de uma vida que na realidade não passa de aparência de santidade.
PRECISAMOS ENCONTRAR TEMPO PARA NOS ENCONTRAR COM DEUS, e isso se faz necessário ser diariamente! Através da oração constante, da leitura meditada, e da preparação das nossas palestras, sermões ou encontros catequéticos. Não podemos vacilar um só instante. Não podemos deixar a peteca cair. Não podemos nos esquecer que o inimigo de Deus está sempre de olho em nós, para detectar os nossos momentos de fraqueza. E Estes momentos ocorrem pela solidão, pelos vícios, pelo estresse, pela revolta contra as injustiças onde nos aparece a vontade de vingança, etc.
Portanto, vamos tomar muito cuidado com a nossa religiosidade, com a nossa espiritualidade, para que não nos tornemos uns hipócritas também.
CONCLUSÃO
Devemos sempre estar alertas em relação à nossa vivência da fé porque, se não nos cuidarmos, podemos criar um abismo muito grande entre o que falamos e o que vivemos ou, pior ainda, podemos viver uma religiosidade de aparências, uma religiosidade ritual em detrimento de uma real vivência de fé, de uma resposta pessoal aos apelos que nos são feitos para que assumamos os compromissos do nosso batismo a partir de uma vida verdadeiramente profética que denuncie os contra valores do mundo e anuncie a verdade dos valores que foram pregados por Jesus Cristo.
Deste modo, a nossa vida religiosa não será simplesmente ritual, mas também compromisso. (CNBB)
A espiritualidade tem suas raízes no interior do coração.





Pe Emilio

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