“O surgimento da Renovação na seqüência do Concílio Vaticano II foi um dom particular do Espírito Santo à Igreja. Certamente um dos os resultados mais importantes desse despertar espiritual foi a aumentada sede de santidade…” João Paulo II
Se perguntassem para mim: Qual a maior necessidade da renovação carismática católica? Eu responderia: voltar ao espírito do início da ação do Espírito Santo. Voltar ao espírito do início não significa ficar no passado, e sim recuperar o mesmo entusiasmo e ardor pelo Reino de Deus.
O risco de todos os avivamentos é com o tempo se institucionalizarem além do necessário, e como conseqüência perderem o dinamismo da liberdade do Espírito. E isso é esquecer o propósito de Deus ao conceder “esta nova chance para a Igreja”, segundo palavras de Paulo VI, em um dos seus encontros com dirigentes da renovação carismática.
A renovação carismática nasceu para manter viva a consciência de que a Igreja é chamada a um contínuo Pentecostes. Este era o desejo de João XXIII ao convocar o Concílio Vaticano II. No final da carta de convocação dos bispos escreveu: “Renova em nossa época os prodígios de um novo Pentecostes…”.
Uma das respostas a esta oração do sucessor de Pedro, aconteceu em um final de semana de fevereiro de 1967. Um grupo de estudantes da universidade de Duquesne, nos Estados Unidos, se reuniu para um retiro. A finalidade era rezar e estudar o livro de Atos dos Apóstolos. Na noite do sábado acontece a experiência maravilhosa do batismo no Espírito, e a manifestação espontânea dos carismas.
Estes jovens foram o instrumento para uma verdadeira revolução espiritual na Igreja católica, segundo alguns, somente comparada ao Pentecostes da sala do cenáculo de Jerusalém.
A renovação carismática mostrou a sua força pela simplicidade. Sem recursos de nenhuma espécie, apoiando-se unicamente na riqueza do Espírito Santo, contando com a intercessão de Maria, assumiu a missão de anunciar com paixão o evangelho.
As sementes foram os pequenos grupos de oração. No início aconteciam nas casas, e quando era permitido em alguma sala das paróquias. A característica era o fervor, louvor, exercício dos carismas, amor a Palavra.
Não podemos esquecer dos seminários de vida no Espírito. Eu vi seminários de vida começarem com alguns bancos cheios e encerrarem em catedrais ou teatros lotados. Eu preguei durante anos (junto com Pe. Eduardo, Padre Jonas, a saudosa tia Laura…) no Estádio do Morumbi com 150.000 participantes. Não estou falando somente de números, mas da obra de multiplicação quando estamos na dependência de Jesus, guiados pelo Espírito Santo. Eram dias de abertura à Palavra, restauração de vidas, cura de enfermidades, libertação do mal. E o interessante pouca estrutura, e infinita entrega voluntária dos servos.
O Espírito Santo não necessita de ajuda e sim de docilidade às suas inspirações. Voltar ao início significa não cair na armadilha de “modismos” ou “estratégias” passageiras. Exige a coragem de entregar a vida a Jesus, romper como pecado, acender o fogo do Espírito no coração, e ser testemunha das maravilhas de Deus. E tudo mais será dado em acréscimo.
Vem Espírito Santo, Inunda-nos!
Espírito do Pai, vivifica-nos!Espírito do Filho, salva-nos !Amor eterno, abrasa-nos,Com Teu fogo, infama-nos,Com Tua luz, ilumina-nos.Fonte viva, sacia-nos,De nossos pecados, purifica-nos.Por Tua unção, robustece-nos,Com Teu consolo, recreia-nos,Com Tua graça, guia-nosE protege-nos com Teus anjos.Não consistas jamais separar-nos de TiE ouve nossa oração, Deus Espírito Santo.Toca-nos com Teu dedoE infunde-nos a torrente de virtudes.Fortalece-nos com Teus dons,Deleita-nos com Teus frutos.Guarda-nos do inimigo mau,Unge-nos para o combate derradeiro,Ampara-nos na hora da morte.Chama-nos, então, para junto de Ti,Para louvar toda a eternidade,O Pai, o Filho e a Ti,Com todos os santos, ó doce Consolador.Amém.
NOTA DO BLOG: Realmente, após o surgimento dos chamados "movimentos espirituais" denominado assim por Roma, representa toda a força do Espiríto Santo, frente as tisunamis do espiritualismo pagão que adentra cada vez mais no novo mundo. Mas, infelizmente, como traduz muito bem o Padre Alberto: "O risco de todos os avivamentos é com o tempo se institucionalizarem além do necessário, e como conseqüência perderem o dinamismo da liberdade do Espírito" . Hoje, todos que fazem parte desses movimentos, e claro, os da Renovação Carismática, sabem que já não existem mais a ousadia no espírito de antes. A grande maioria dos grupos de oração estão paralíticos. Estáticos pelos modismos, limitados pelso seus péssimos pastores, manco pela disputa de status ou plataforma social. Já quase não existem homens do Espírito. Homens que largam seu projetos pessoais, suas vontades, anseios, e tudo que se idealiza a partir de uma necessidade. Já não se lançam mais no colo do Pai, como alguém, que salta de uma torre, sabendo que será amparado. É preciso renunciar todo dia, trocar valores todo dia. Claro, isso não é fácil, não é simples, somos assolados todos os dias por uma torrente de tentações, atrações e armadilha que nem sabemos até quando permaneceremos de pé. É muito dificil. Mas, São Boaventura, discípulo de São Francisco de Assis, exibia no século XIII: "em Deus ninguém entra de modo correto, a não ser pelo Crucificado. O caminho do Senhor, o caminho de Deus, o caminho de Pentecostes implica em passar pela cruz. Então, é difícil viver a monção do Espírito".
Somente renovados por um novo Pentecostes, por uma Renovação renovada, teremos a esperança de que os frutos do Espírito Santo, possam se desenvolver em nossas vidas.
Rezemos uns pelos outros, e roguemos ao Senhor, para que sejamos preservados do iminente tropeço e consequente queda. LIVRAI-NOS DO MAL.
Wellington Dantas.
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