Haiti: seis meses após o terremoto, situação ainda é dramática.
Escassez de água potável aumenta risco de epidemias.
Escassez de água potável aumenta risco de epidemias.
ROMA, segunda-feira, 12 de julho de 2010 (ZENIT.org) - Transcorridos seis meses do terremoto de 12 de janeiro que devastou o Haiti, causando a morte de mais de 200 mil pessoas e deixando outros 300 mil feridos além de um milhão de desabrigados, a maior parte da população atingida vive ainda em situação de emergência em abrigos improvisados, enfrentando escassez de água potável e um alto risco de epidemias.
Segundo denuncia a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) em um relatório divulgado na última sexta-feira, a situação para muitos haitianos “permanece ainda precária, enquanto cresce a frustração entre a população, dada a lentidão da reconstrução”.
Os quase dois milhões de pessoas afetadas pelo terremoto, das quais 1,2 milhão permanecem abrigadas em acampamentos provisórios, continuam a depender das agências humanitárias.
Um dado positivo, porém, é a melhoria registrada no fornecimento de assistência médica. Nos cinco meses que sucederam ao desastre, as equipes do MSF atenderam mais de 173 mil pacientes, realizando mais de 11 mil intervenções cirúrgicas. Mais de 81 mil haitianos receberam apoio psicológico.
A rede internacional da Cáritas, por sua vez, de acordo com um relatório datado de 8 de junho, forneceu ajuda alimentar, água, atendimento médico ou psicológico a cerca de 2,3 milhões de haitianos desde a catástrofe.
Material para reparos de emergência foram distribuídos a cerca de 160 mil pessoas, na capital Porto Príncipe e em áreas rurais. Entretanto, mais de um milhão de pessoas ainda vivem em campos improvisados, enquanto 600 mil pessoas abandonaram a cidade em direção às áreas rurais.
A Cáritas já instalou estruturas para fornecimento de água e serviços sanitários que beneficiam cerca de 170 mil pessoas. Kits de higiene pessoal foram distribuídos para 280 mil vítimas. 480 salas de cirurgia de emergência foram instaladas em 21 hospitais.
No relatório, o cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa e presidente da Cáritas Internacional, destacou a necessidade de “reconstruir as escolas, as casas e as vidas das pessoas”.
O arcebispo lamentou a falta de atenção dada pela opinião pública internacional à situação do Haiti antes do terremoto: “Antes, este país e sua extrema pobreza seguiam amplamente esquecidos. É deplorável que tenha sido necessário um terremoto destas proporções para que o mundo tomasse consciência do escândalo representado pela situação do Haiti”.
A Cáritas elaborou um plano de reinserção social e reconstrução para os próximos cinco anos, identificando algumas prioridades: habitação, educação, redução de riscos de catástrofes, saúde e restabelecimento dos meios de subsistência.
“Ainda que possa parecer contraditório – lê-se no relatório – as pessoas jamais tiveram tal acesso à assistência de saúde antes do terremoto. Agora, é necessário estabilizar a situação e assegurar a todos o acesso à saúde”.
NOTA DO BLOG:
Meses após o trágico acontecimento, em que dizimou milhares e milhares de vidas, a situação do Haiti, ainda é motivo de preocupação. Depois de passado o impacto, a tragédia já não tem mais tanto interesse. Já não dar mais audiência, é preciso que se mostre novas "tragédias", de preferência com proporções maiores. As fortes imagens do terrível terremoto, já não estão mais nos sensacionalistas programas de TV. Elas tiveram seu momento, passou. Uma vez, distanciada do fato, as pessoas são levadas ao esquecimento e ao esfriamento solidário. Bom, pelo menos tragédias não irão faltar. Outros terremotos, furacões, tsunamis e até mesmo as barbáries cometidas em atos extremos de violência, que estão sempre acontecendo.
Que nos fique pelo menos o aprendizado de que, os sofrimentos que acontecem em nossas vidas, não se trata nunca de punição divina. Assim como Deus, que permite a existência desse mal, por que sabe que dele pode tirar bem infinitamente maior, assim também deve ser conosco. Não sair a procura de culpados, mas, parar e refletir. Nem tudo é tão ruim como se apresenta. Sempre devemos olhar para as partes positivas que existem em todos os acontecimentos ruins. Vejam que diante de tantos males, o mundo nunca havia olhado para o haiti como agora, como afirmou o cardeal Oscar Andrés Rodríguez, arcebispo de Tegucigalpa e presidente da Cáritas Internacional. Infelizmente, para que o mundo parasse pra olhar para a já "desoladora" situação do Haiti, foi necessário o sacrifício de 200 mil vidas.
Em um dos Angelus do último mês de março, o Papa Bento, convida a refletirem sobre os sofrimentos, destacando: "As desventuras, os acontecimentos funestos não devem ser para nós motivo de curiosidade ou de busca dos culpados, mas sim uma ocasião para refletir, para vencer a ilusão de poder viver sem Deus e para reforçar, com a ajuda do Senhor, nosso empenho em mudar de vida”. Destaca ainda: “perante a apressada conclusão de considerar o mal como efeito da punição divina, Jesus restitui a verdadeira imagem de Deus que é bom e não pode querer o mal, advertindo sobre a tendência a pensar que as desgraças são o efeito imediato de culpas daqueles a quem acontecem”.
Wellington Dantas.
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