quarta-feira, 5 de outubro de 2011

M I S S I O N Á R I O S.



Em outubro comemoramos o mês das missões e do rosário. Celebramos várias festas Marianas e acontecimentos históricos marcantes como o início da evangelização nas Américas, o novo mundo que então se descortinava.
A semana e o dia da criança nos levam a refletir sobre a nossa responsabilidade atual para que a dignidade humana se inicie logo nos primeiros momentos da vida.

Porém, em geral, a marca maior deste mês são as Missões. A Igreja nasce na missão e da missão.
O papa Bento XVI, nos diz que : “A construção da comunhão eclesial é a chave da missão”.
O documento de Aparecida ao lançar a Missão Continental, lembra que isso significa viver em estado permanente de missão – grande desafio para nossa mentalidade e nossos costumes.
Por isso, não é suficiente nos lembrarmos de missão apenas daqueles que partiram para terras distantes, ou que trabalham nas fronteiras da Igreja na sua obra evangelizadora que, certamente, é universal, pois temos muito serviço nas portas de nossas casas.
Porém, ressaltamos que as fronteiras da evangelização não é apenas uma relação geográfica, mas os limites da cultura, da religião que nascem em nossas sociedades e em nossas cidades, na nossa família, no trabalho e na escola. A missão, neste sentido, está bem ao nosso lado, à nossa porta e janela. Temos necessidades enormes de trabalhos bem concretos em várias pastorais em nossas comunidades. É o exercício do apostolado cristão entusiasmado e coerente.


A missão hoje é abrir portas para aquele que está perto de nós, e que precisa da nossa palavra de fé. A nossa omissão neste caso pode ser fatal no testemunho de vida. Hoje urge, mais do que em todos os tempos, irmos ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e povos. Devemos encontrar as pessoas lá onde elas estão, e não onde gostaríamos de encontrá-las. Devemos ir ao encontro do real e não do imaginário. E para tanto o missionário é antes de tudo um destemido, um audacioso.

A formação de pessoas no sentido da consciência de sua vocação missionária é uma necessidade urgente. Aliás, esse assunto esteve muito presente nas reuniões das foranias que realizei nesta semana. Para que tenhamos bons missionários, precisamos informar e formar os cristãos das necessidades da Igreja e de sua efetiva participação na obra evangelizadora. Também essa foi uma das preocupações do Papa Bento XVI em nossa conversa pessoal durante a visita “ad limina” – a formação do cristão.

É necessários estarmos sensibilizados para o apoio mais efetivo às missões, seja no cunho espiritual, seja também no material, como é o caso da coleta mundial pelas missões católicas que ocorrerá no quarto final de semana deste mês.
A nossa Arquidiocese tem trabalhos missionários fora dos limites territoriais em duas Dioceses Irmãs, tanto com o envio missionário em alguns meses durante o ano, como também com presença contínua de missionários partilhando da vida de comunidades e trabalhando pela evangelização.

É necessário promovermos, especialmente, entre os jovens uma sensibilidade maior para a missão, levando-os a se oferecerem para esta empreitada e também fomentarmos uma solidariedade econômica, uma mais ampla generosidade dos cristãos para as necessidades essenciais da Igreja nos territórios de missão.
A missão a que somos impulsionados para nós deve ser um dom, pois a tarefa de anunciar o evangelho é um compromisso generoso que deve ser assumido por cada batizado anunciando com coragem o evangelho, com todas as suas conseqüências.

Devemos afastar o medo e a indiferença, que no final paralisam o coração. O mundo à nossa volta precisa de discípulos-missionários, que “significa, antes de tudo, anunciar Jesus, fazê-lo conhecido e amado, testemunhando na vida cotidiana essa vida coerente, humilde e alegre de viver no seu amor. Significa anunciar com fidelidade e integridade cada um dos seus ensinamentos, tal como guardados e ensinados pela Igreja. Ser missionário é enfrentar os problemas pela luz de Cristo, luz das nações e dos povos.”

Portanto, a evangelização é mais do que ensinar é principalmente testemunhar com a própria vida os valores do Reino e a alegria do seguimento de Jesus Cristo. A missão é instrumento de mudança, de transformação, deve permear toda a cultura.
Mas não nos esqueçamos da oração, pois nada pode substituir a ação do Espírito Santo. Nada tem efeito sem esta ação, e nada pode convencer as mentes mais duras sem sua eficácia transformadora pelo interior da pessoa. Sem sua colaboração todos os esquemas se tornam apenas ações humanas, o que é pouco para converter pessoas.

A Igreja precisa hoje de homens e mulheres que se deixem conduzir pelo Espírito Santo, que sejam pessoas de oração, ungidas pelo poder de Deus.
Peçamos à Maria, a Estrela da Evangelização, a nossa boa e terna mãe do Rosário, de Aparecida, de Nazaré, da Penha, que nos ajude com a sua intercessão a vivermos com entusiasmo a missão. Que a força do sim de Maria, a sua entrega total e destemida possa ser contagiante para todos nós neste mês e em toda a nossa caminhada eclesial.


Dom Orani João Tempesta


A
Pemiliocarlos

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