terça-feira, 13 de setembro de 2011

LITURGIA DIÁRIA - COMPAIXÃO.


Primeira Leitura: 1º Timóteo 3, 1-13

SÃO JOÃO CRISÓSTOMO BISPO E DOUTOR
(branca, pref.comum ou dos pastores - ofício da memória)

Leitura da primeira carta de são Paulo a Timótio - 1Eis uma coisa certa: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime. 2Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente, regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar. 3Não deve ser dado a bebidas, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado; 4deve saber governar bem a sua casa, educar os seus filhos na obediência e na castidade. 5Pois quem não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de Deus? 6Não pode ser um recém-convertido, para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio. 7Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas. 8Do mesmo modo, os diáconos sejam honestos, não de duas atitudes nem propensos ao excesso da bebida e ao espírito de lucro; 9que guardem o mistério da fé numa consciência pura. 10Antes de poderem exercer o seu ministério, sejam provados para que se tenha certeza de que são irrepreensíveis. 11As mulheres também sejam honestas, não difamadoras, mas sóbrias e fiéis em tudo. 12Os diáconos não sejam casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa. 13E os que desempenharem bem este ministério, alcançarão honrosa posição e grande confiança na fé, em Jesus Cristo. - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(100)
REFRÃO: Viverei na pureza do meu coração!


1. Salmo de Davi. Cantarei a bondade e a justiça. A vós, Senhor, salmodiarei. Pelo caminho reto quero seguir. Oh, quando vireis a mim? Caminharei na inocência de coração, no seio de minha família. - R.
2. Pelo caminho reto quero seguir. Oh, quando vireis a mim? Caminharei na inocência de coração, no seio de minha família. Não proporei ante meus olhos nenhum pensamento culpável. Terei horror àquele que pratica o mal, não será ele meu amigo. - R.
3. Exterminarei o que em segredo caluniar seu próximo. Não suportarei homem arrogante e de coração vaidoso. - R.
4. Meus olhos se voltarão para os fiéis da terra, para fazê-los habitar comigo. Será meu servo o homem que segue o caminho reto. - R.
Evangelho: Lucas 7, 11-17

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 11No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. 12Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. 13Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores! 14E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te. 15Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe. 16Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo. 17A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança. - Palavra da salvação.
catolicanet.com


Homilia - Pe Bantu

O texto de hoje é caraterizado pela compaixão. Pois tudo nasce de um sentimento espontâneo do Senhor como homem mas senhor da vida. Não é pedido, não exige a fé, é o Senhor que tem compaixão dos órfãos e é o que faz justiça às viúvas. E derrepente Jesus levanta a voz para a viúva e diz: não chores. O autor da vida usa o verbo no presente do imperativo para dizer que deve parar de chorar uma vez que não mais vai existir motivo para esse lamento e dor. Quem tem Jesus, deixa de sofrer a morte. E os sofrimentos do tempo presente não têm nada haver com gloria que se ha-de revelar no final dos tempos quando tudo se consumar em todos, dirá São Paulo. Portanto, trata-se de uma palavra de consolação, que prepara uma intervenção, que evitará a causa do pranto. E então tendo-se adiantado, tocou o caixão. Os portadores, páram e disse: Jovem a ti digo:levanta-te. E ergueu-se o morto e começou a falar e Jesus o entregou à sua mãe.
A ordem de Jesus é imperiosa e contundente. O verbo é imperativo passivo, que podemos traduzir por impessoal ou reflexivo. Jesus era senhor dos mortos e estes lhe obedecem assim como as forças da natureza. Quem é este a quem os ventos e o mar obedecem? O morto ergueu-se ou incorporou-se. E começou a falar. O alento da vida se expressa de novo por meio da fala.
Jesus tomou o jovem pela mão e o levou até a mãe que não podia acreditar o que seus olhos estavam vendo. No ato há uma reminiscência da atitude de Elias quando, ressuscitado o filho, desceu até o andar térreo para entregá-lo à sua mãe viúva. Além de ser dono dos mortos, Jesus atua como uma cópia de Elias, o antigo profeta, restaurador do verdadeiro culto divino a Javé entre os israelitas. Por isso, a exclamação dos presentes: Um grande profeta há surgido! Deus visitou seu povo e sua fama se espalhava por toda a parte!
Num mundo como o atual, em que a ausência do Deus criador, entrega ao homem o direito de sua vida e até a faculdade sobre outras vidas sob seu domínio, como no caso dos fetos maternos, é bom refletir sobre este milagre de Jesus. A vida depende de quem a pode dar, não de quem a quer tirar. Destruir é fácil; porém isso não implica direito, mas força; justiça, mas violência. O verdadeiro poder tem como base a construção e o bem, a saúde e a cura. O médico cura, o criminoso mata: aí está a diferença.
Jamais Jesus destruiu um inimigo ou ameaçou um rival: Quem soube recriminar discípulos que queriam botar fogo sobre os que não queriam hospedá-los (Lc 9, 54), chorou sobre Jerusalém, prevendo a destruição (Lc 19, 41) e advertiu as mulheres que o compadeciam da sina fatal de seus filhos (Lc 23, 28), sempre usou seu poder e sua autoridade para fazer o bem (At 10, 38). Usou sua autoridade moral para pedir perdão para os inimigos e fazer o bem para os perseguidores (Lc 6, 27). Deriva-se desta conduta uma Teologia que tem como base a revolução e a luta pela justiça, que considera inimigos e opressores os mais favorecidos e oprimidos e com direito à retaliação os mais desprotegidos?
No episódio de hoje, vemos como Jesus atua sem ser pedido, unicamente pela sua compaixão, como ser humano. Ter piedade dos que sofrem é um exercício aprovado pela atuação de Jesus até tal ponto que opera um milagre com poderes fora do comum. Oxalá esta seja a tua atitude perante os teus irmãos!

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