Celebraram, Senhor, teu santo Nome, louvando em coro tua mão vitoriosa. Pois a Sabedoria abriu a boca dos mudos e tornou eloquentes as línguas das crianças, aleluia (Sb 10,20s).
O Ressuscitado se manifesta aos seus seguidores e lhes oferece o grande dom da paz. Como outrora aos discípulos, o Senhor se revela hoje aos que se abrem ao perdão e à conversão, vivendo no amor fraterno. Celebremos com júbilo a Páscoa de Cristo, que nos chama a ser testemunhas dessa profunda experiência de fé e de vida.
Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 11como o paralítico não deixava mais Pedro e João, todo o povo, assombrado, foi correndo para junto deles, no chamado pórtico de Salomão. 12Ao ver isso, Pedro dirigiu-se ao povo: “Israelitas, por que vos espantais com o que aconteceu? Por que ficais olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar com nosso próprio poder ou piedade? 13O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. 14Vós rejeitastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação para um assassino. 15Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas. 16Graças à fé no nome de Jesus, esse Nome acaba de fortalecer este homem que vedes e reconheceis. A fé que vem por meio de Jesus lhe deu perfeita saúde na presença de todos vós. 17E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. 18Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. 19Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados. 20Assim podereis alcançar o tempo do repouso que vem do Senhor. E ele enviará Jesus, o Cristo, que vos foi destinado. 21No entanto, é necessário que o céu o receba, até que se cumpra o tempo da restauração de todas as coisas, conforme disse Deus, nos tempos passados, pela boca de seus santos profetas. 22Com efeito, Moisés afirmou: ‘O Senhor Deus fará surgir, entre vossos irmãos, um profeta como eu. Escutai tudo o que ele vos disser. 23Quem não der ouvidos a esse profeta será eliminado do meio do povo’. 24E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, também eles anunciaram estes dias. 25Vós sois filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com vossos pais quando disse a Abraão: ‘Através da tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra’. 26Após ter ressuscitado o seu servo, Deus o enviou em primeiro lugar a vós, para vos abençoar, na medida em que cada um se converta de suas maldades”. – Palavra do Senhor.
Ó Senhor, nosso Deus, como é grande / vosso nome por todo o universo!
1. Ó Senhor, nosso Deus, como é grande / vosso nome por todo o universo! / Perguntamos: “Senhor, que é o homem, † para dele assim vos lembrardes / e o tratardes com tanto carinho?” – R.
2. Pouco abaixo de Deus o fizestes, / coroando-o de glória e esplendor; / vós lhe destes poder sobre tudo, / vossas obras aos pés lhe pusestes. – R.
3. As ovelhas, os bois, os rebanhos, / todo o gado e as feras da mata; / passarinhos e peixes dos mares, / todo ser que se move nas águas. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Este é o dia que o Senhor fez para nós, / alegremo-nos e nele exultemos! (Sl 117,24) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 35os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E, dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois, disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras 46e lhes disse: “Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e, no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”. – Palavra da salvação.
Dentro da Oitava da Páscoa, a Igreja nos convida a meditar as diversas aparições que Cristo ressuscitado fez a seus discípulos e amigos — mais de quinhentos, de acordo o testemunho de Paulo (cf. 1Cor 15, 4-8; CIC 642). Por isso, o Evangelho de hoje dá continuidade ao episódio de Emaús, onde o Senhor se deu a conhecer a Cléofas e seu companheiro de caminhada. Agora, é diante dos Onze, reunidos em Jerusalém, que Jesus se apresenta. Situada por São Lucas pouco antes da Ascensão do Senhor ao céu, essa passagem nos oferece uma boa oportunidade para considerarmos mais detidamente aquilo que na vocação dos Apóstolos é próprio e não transmissível (cf. CIC 860), a saber: o terem sido eles testemunhas oculares da Ressurreição. Tal aspecto é, de fato, tão essencial e imprescindível que foi com base nele que o bem-aventurado Pedro quis preencher o lugar que outrora Judas, o traidor, havia ocupado: "Convém, pois, que destes homens que têm estado em nossa companhia todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, a começar do batismo de João até o dia em que do nosso meio foi arrebatado, um deles se torne conosco testemunha de sua Ressurreição" (At 1, 21s).
Testemunhas reais de que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, os Apóstolos, por meio de sua pregação e dos sinais que a confirmaram (cf., por exemplo, At 2, 43), são as "pedras de fundação de sua Igreja" (CIC 642); são, também por isso, a garantia firmíssima e fidelíssima de que não é vã a fé que deles recebemos (cf. 1Cor 15, 14) e, ainda hoje, dois mil anos após os eventos pascais, professamos com voz firme e confiante: "É verdade!", exclama jubilosa a Igreja através dos séculos, "o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão" (Lc 24, 34). Temos, pois, a certeza de que a Ressurreição de Nosso Senhor é, sim, um fato histórico e transcendente, de ordem tanto físcia quanto sobrenatural. Não se trata, portanto, de uma bela historieta, cheia do simbolismos arbitrários e aguados. Com efeito, se o Senhor não houvesse ressurgido dos mortos, a fé ardentíssima dos primeiros crentes, dispostos aos maiores e mais extremos sacrifícios, seria de todo incompreensível; se, por outro lado Ele permanecesse vivo em nossos corações apenas com o seu "exemplo" e o seu "ideal", como poderíamos explicar todo o sangue derramado pela convicção de que o Senhor ressuscitara?
Renovemos, pois, a nossa fé no Cristo vencedor da morte, cujo corpo glorioso tiveram os Apóstolos a dita de apalpar e constatar que Ele não é um espírito (cf. Lc 24, 39), senão o único e mesmo Senhor Jesus "que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão" (CIC 645). Com Ele comeram e privaram, dEle ouviram e aprenderam, dEle deram testemunho a quantos tinham ouvidos de ouvir. Sejamos também nós testemunhas concretas de que Cristo vive glorioso pelos séculos sem fim. Peçamos-lhe a graça de ser sinais vivos da renovação que Ele mesmo veio realizar. Que a Virgem Maria também nos aumente a fé em seu Filho ressuscitado e nos alcance a coragem de O confessar com amor e fortaleza diante dos homens.
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