Povo adquirido por Deus, anunciai os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas à sua luz maravilhosa, aleluia (1Pd 2,9).
Jesus ressuscitado se faz presente na comunidade reunida em seu nome. Sua Palavra transmite vida e segurança aos seus seguidores, acalmando as tempestades e iluminando as noites escuras da caminhada. Nesta celebração, renovemos nosso compromisso de anunciar o Evangelho e ir ao encontro dos mais necessitados da grande comunidade dos filhos e filhas de Deus.
Leitura dos Atos dos Apóstolos – 1Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. 2Então os doze apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. 3Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. 5A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um pagão que seguia a religião dos judeus. 6Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé. – Palavra do Senhor.
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos!
1. Ó justos, alegrai-vos no Senhor! / Aos retos fica bem glorificá-lo. / Dai graças ao Senhor ao som da harpa, / na lira de dez cordas celebrai-o! – R.
2. Pois reta é a palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça. – R.
3. O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam, esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ressurgiu Cristo, o Senhor, que criou tudo; / ele teve compaixão da humanidade. – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – 16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo. – Palavra da salvação.
O evangelho de hoje traz o episódio do barco no mar agitado. Jesus se encontra na montanha, os discípulos no mar e o povo em terra. Na maneira de descrever os fatos, João procura ajudar as comunidades a descobrir o mistério que envolvia a pessoa de Jesus. Ele faz isso evocando textos do Antigo Testamento que aludem ao êxodo.
Na época em que João escreve, o barquinho das comunidades enfrentava o vento contrário tanto da parte de alguns judeus convertidos que queriam reduzir o mistério de Jesus ao tamanho das profecias e figuras do Antigo Testamento, como da parte de alguns pagãos convertidos que pensavam ser possível uma aliança entre Jesus e o império.
De tardinha, esta palavra nos remete, à trevas, a escuridão e noite que lhe sucedem imediatamente. Estas por sua vez trazem para nós às realidades das nossas limitações humanas que consistem nos medos e nas dúvidas, nas incertezas e nas tempestades, nas tristezas e nas angústias, nos conflitos interiores, nos casos perdidos e a problemas que humanamente falando parecem não terem solução. E por causa disso, a fé dos discípulos ficou abalada e como que sacudida pelo vento forte e pelas ondas do mar. Até porque o Evangelista João propositadamente nos conduz a este cenário. Os discípulos de Jesus abandonam a terra firme, onde poderiam caminhar sem riscos e perigos. Dirigem-se ao lago onde sem chão por pisar senão a do frágil barco que os transportará para outro lado julgam encontrar segurança.
A palavra atravessar, revela precisamente a efemeridade da contingência humana. Na vida nada é eterno, tudo passa. Só a palavra de Deus não passará. Ora senão vejamos como João descreve o texto. O s discípulos saem de uma cidade e vão para outra. O sair implica uma rotura, uma mudança com o passado. E a mudança implica a aderência ao novo que muitas vezes provoca em nós resistência, dificuldades em acreditar e mudar de vida. E por isso, os discípulos se vêem em dificuldade, em aderir a nova doutrina trazida por Jesus, que deve provocar neles a conversão total através do processo de provações, purificações representadas pela escuridão que se aproximava deles.
Meu irmão, minha irmã, tu que estás sofrendo e passando por situações difíceis, quais são eu não sei. Mas tu sabes. Não fuja da terra firme, não te deixes ficar abandonado, abandonada. Corra para Jesus a terra firme. Não diga já fiz tudo o que tinha por fazer e agora é melhor desistir. Olhe para os discípulos. Eles tinham já remado uns cinco ou seis kilomentos. Tinha esgotado todas as suas forças. Mas não se renderam ao desânimo, não perderam a esperança. Porque logo depois viram Jesus andando sobre a água e então chegou a solução de todos os medos.
Portanto, à expressão não tenham medo, é dirigida para ti. Não na segunda pessoa do plural para na do singular. Ele te conhece profundamente e sabe o que tu precisas. Ele sabe a tua dor, situação por que estás passando. Por isso não tenha medo. Confie n’Ele e tenha coragem. Entrega-t profundamente à confiança, esperança e fé em Deus que tudo pode. Lembra-te com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mudado.
Faça sua essa oração: Pai, em meio às tempestades, faze-me compreender que o Ressuscitado caminha comigo, incentivando-me a não temer e a permanecer firme no rumo traçado por Ele.
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