terça-feira, 27 de junho de 2023

12ª Semana do Tempo Comum - A porta estreita.

 26/06 - Evangelho do Dia: Mt 7,6.12-14 - Rádio Rainha da Paz

O Senhor é a força de seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos (Sl 27,8s).

Mediante o diálogo e a compreensão mútua – “somos irmãos”, diz Abrão a Ló -, as famílias resolvem seus problemas. Esta liturgia nos inspire a trilhar sempre o caminho estreito do bom senso e da fraternidade para melhorar nossa convivência em família e na sociedade.

Primeira Leitura: Gênesis 13,2.5-18

Leitura do livro do Gênesis 2Abrão era muito rico em rebanhos, prata e ouro. 5Ló, que acompanhava Abrão, também tinha ovelhas, gado e tendas. 6A região já não bastava para os dois, pois seus rebanhos eram demasiado numerosos para poderem morar juntos. 7Surgiram discórdias entre os pastores que cuidavam da criação de Abrão e os pastores de Ló. Naquele tempo, os cananeus e os ferezeus ainda habitavam naquela terra. 8Abrão disse a Ló: “Não deve haver discórdia entre nós e entre os nossos pastores, pois somos irmãos. 9Estás vendo toda esta terra diante de ti? Pois bem, peço-te, separa-te de mim. Se fores para a esquerda, eu irei para a direita; se fores para a direita, eu irei para a esquerda”. 10Levantando os olhos, Ló viu que toda a região em torno do Jordão era por toda parte irrigada – isso antes que o Senhor destruísse Sodoma e Gomorra -, era como um jardim do Senhor e como o Egito, até a altura de Segor. 11Ló escolheu, então, para si a região em torno do Jordão e foi para oriente. Foi assim que os dois se separaram um do outro. 12Abrão habitou na terra de Canaã, enquanto Ló se estabeleceu nas cidades próximas do Jordão e armou suas tendas até Sodoma. 13Ora, os habitantes de Sodoma eram péssimos e grandes pecadores diante do Senhor. 14E o Senhor disse a Abrão, depois que Ló se separou dele: “Ergue os olhos e, do lugar onde estás, olha para o norte e para o sul, para o oriente e para o ocidente: 15toda essa terra que estás vendo, eu a darei a ti e à tua descendência para sempre. 16Tornarei tua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se alguém puder contar os grãos do pó da terra, então poderá contar a tua descendência. 17Levanta-te e percorre este país de ponta a ponta, porque é a ti que o darei”. 18Tendo desarmado suas tendas, Abrão foi morar junto ao carvalho de Mambré, que está em Hebron, e ali construiu um altar ao Senhor. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 14(15)

Senhor, quem morará em vosso monte santo?

1. “Senhor, quem morará em vossa casa?” † É aquele que caminha sem pecado / e pratica a justiça fielmente; / que pensa a verdade no seu íntimo / e não solta em calúnias sua língua. – R.

2. Que em nada prejudica o seu irmão / nem cobre de insultos seu vizinho; / que não dá valor algum ao homem ímpio, / mas honra os que respeitam o Senhor. – R.

3. Não empresta o seu dinheiro com usura † nem se deixa subornar contra o inocente. / Jamais vacilará quem vive assim! – R.

Evangelho: Mateus 7,6.12-14

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou a luz do mundo; / aquele que me segue / não caminha entre as trevas, / mas terá a luz da vida (Jo 8,12). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 6“Não deis aos cães as coisas santas nem atireis vossas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. 13Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram!” – Palavra da salvação.

Reflexão:

“Entrai pela porta estreita”, diz Nosso Senhor, “porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele”. A porta estreita pela qual se entra no céu e se tem acesso ao banquete da glória celeste, diz S. Agostinho, é a Lei de Deus, que modera e mortifica nossas paixões, e também a obediência, a continência, a penitência e a cruz de cada dia, que Cristo nos manda carregar, se o queremos seguir em seu triunfo. A porta larga que leva à perdição da geena, por sua vez, é a concupiscência, o excesso de liberdade, a gula, os pecados da carne em geral etc. Cristo, que melhor do que ninguém sabe como chegar ao céu, refere-se em parte às sanções, em parte às interpretações que fizeram de sua Lei, promulgada pouco antes (cf. Mt 5, passim): “Aquele que disser ao irmão: Louco, será condenado ao fogo da geena”; “Aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu coração”; “Se teu olho direito: se alguém te ferir a face direi­ta, oferece-lhe também a ou­tra”; “"Dá a quem te pede”; “Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam”; “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”. Tudo isso, com efeito, é árduo e laborioso, como se Jesus estivera a dizer: “Julgais que vos tornei difícil a salvação; sabei porém que ela é, em si mesma, árdua e difícil. Não fiz mais do que vo-la descrever tal como é. O caminho pois que leva à glória é a pureza e a santidade, que no presente estado de natureza caída não se pode alcançar sem mortificação e um perfeito domínio das paixões”. De fato, assim como pela concupiscência Adão caiu em pecado e, nele como em nossa cabeça, todos nós pecamos, assim também não temos outro remédio que disciplinar a concupiscência e, com o auxílio da graça, fazer violência contra nós mesmos para conquistar o Reinos dos céus: “O Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam” (Mt 11, 12). Tarefa, sim, custosa e muitas vezes pouco grata à nossa sensibilidade, aos nossos gostos e comodidades; mas é o único e verdadeiro caminho para chegar àquela bem-aventurança a que todo coração humano anseia, mas a que poucos, infelizmente, estão dispostos a chegar: “Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram” [1].

 

Referências

  1. Cf. Cornélio a Lapide, Commentaria in S. Scripturam. Neapoli, 1857, vol. 8, pp. 144D-145A.

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