O homem de coração puro e mãos inocentes é digno de subir à montanha do Senhor e de permanecer em seu santuário (Sl 23,4.3).
Luís nasceu na Itália em 1568 e lá faleceu em 1591. Renunciando a todos os títulos de nobreza e heranças, ingressou na Companhia de Jesus, os Jesuítas. Dedicou-se com afinco ao estudo e à oração e prestou serviço generoso aos pobres e doentes afetados pela peste. Religioso exemplar, tornou-se modelo e protetor dos jovens. Inspirados por ele, peçamos por todos os religiosos, para que perseverem na escuta e na prática do Evangelho.
Leitura da segunda carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 6“quem semeia pouco colherá também pouco, e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois Deus “ama quem dá com alegria”. 8Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”. 10Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça. 11Assim, ficareis enriquecidos em tudo e podereis praticar toda espécie de liberalidade, que, através de nós, resultará em ação de graças a Deus. – Palavra do Senhor.
Feliz aquele que respeita o Senhor!
1. Feliz o homem que respeita o Senhor / e que ama com carinho a sua lei! / Sua descendência será forte sobre a terra, / abençoada a geração dos homens retos! – R.
2. Haverá glória e riqueza em sua casa, / e permanece para sempre o bem que fez. / Ele é correto, generoso e compassivo, / como luz brilha nas trevas para os justos. – R.
3. Ele reparte com os pobres os seus bens, † permanece para sempre o bem que fez, / e crescerão a sua glória e seu poder. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama realmente guardará minha palavra / e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. 2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo, eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. 5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo, eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. 16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo, eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”. – Palavra da salvação.
No Sermão da Montanha, ao abordar o gravíssimo dever da oração, Cristo nos ensina a fugir, antes de tudo, à jactância dos fariseus e aos discursos excessivos dos pagãos (v. 5-8); por fim, propõe-nos o mais perfeito modelo de oração vocal, que é o Pai-nosso (v. 9-15).
Vícios a serem evitados na oração (v. 5-8). — São dois, como dito acima: a ostentação e os discursos em excesso. O Evangelho de hoje nos fala apenas do primeiro. Com efeito, os hipócritas amam ir às “sinagogas e esquinas das praças” (ἐν ταῖς γωνίαις τῶν πλατειῶν), isto é, aos lugares mais conspícuos e frequentados, e ali “rezar de pé”, segundo o rito judaico (cf. 1Sm 1, 26; 2Sm 8, 22; Mc 11, 25; Lc 18, 11.13), “para serem vistos pelos homens” e louvados por sua aparência de devoção, reverência e oração frequente. “Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto”, isto é, foge a esta vã ostentação de religiosidade, “fecha a porta, e reza” em segredo. Com isso, Jesus não condena o costume de rezar em público ou em comunidade, mas a intenção de o fazer apenas para ser visto pelos outros. Assim, “o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”, como se Ele mesmo se fizesse devedor dos que, buscando orar bem, o honram com uma oração sincera e humilde.
Humildade e oração. — Ora, esta humildade que o Senhor nos recomenda de forma expressa contra a vaidade dos fariseus se aplica não só à discrição com que devemos rezar exteriormente, mas também à perseverança com que devemos suportar, ao longo de toda a nossa caminhada espiritual, problemas como a aridez e as distrações. Temos de ser conscientes de que a oração, para ser um encontro com a misericórdia de Deus, deve ser antes um encontro com a nossa própria miséria. O Senhor resiste aos soberbos, como diz a Escritura, mas dá sua graça aos humildes, isto é, aos que dele se aproximam rebaixados, sem presunções nem uma elevada e desmedida estima das próprias qualidades, confiantes não na própria virtude e devoção, mas única e exclusivamente no auxílio da graça divina. Se queremos que a nossa oração encontre em Deus bons ouvidos e que Ele nos vá levando, a pouco e pouco, pelas sendas da perfeição cristã, não assumamos ares presumidos nem pensemos que, de um dia para outro, nos tornaremos tão perfeitos como os maiores santos. Sejamos, pois, humildes na nossa oração diária: seja ela constante, simples, humilhada, como uma confissão diária da nossa impotência e total dependência do beneplácito e das graças de Deus. E o nosso Pai, que vê o nada que somos, virá em socorro da nossa pobreza.
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