sexta-feira, 23 de junho de 2023

11ª Semana do Tempo Comum - Onde está o teu coração?

 FILME | Rei dos Reis - Contexto Histórico

Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo, tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor, não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador! (Sl 26,7.9)

O Evangelho não é um conto de fadas, e quem o anuncia muitas vezes se torna um incômodo, é rejeitado e mal interpretado. Do evangelizador exige-se um “olhar sadio”, coerente e firme para propor aos outros autêntica mudança de vida. Rezemos pelos que, na Igreja, têm a missão de evangelizar.

Primeira Leitura: 2 Coríntios 11,18.21-30

Leitura da segunda carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 18já que muitos se gloriam segundo a carne, eu também me gloriarei. 21O que outros ousam dizer em vantagem própria, eu também o digo a meu respeito, embora fale como insensato. 22São hebreus? Eu também. São israelitas? Eu também. São da descendência de Abraão? Eu também. 23São servos de Cristo? Como menos sensato, digo: eu ainda mais. De fato, muito mais do que eles: pelos trabalhos, pelas prisões, pelos açoites sem conta. Muitas vezes, vi-me em perigo de morte. 24Cinco vezes, recebi dos judeus quarenta açoites menos um. 25Três vezes, fui batido com varas. Uma vez, fui apedrejado. Três vezes, naufraguei. Passei uma noite e um dia no alto-mar. 26Fiz inúmeras viagens, com inúmeros perigos: perigos de rios, perigos de ladrões, perigos da parte de meus compatriotas, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos em lugares desertos, perigos no mar, perigos por parte de falsos irmãos. 27Trabalhos e fadigas, inúmeras vigílias, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! 28E sem falar de outras coisas, a minha preocupação de cada dia, a solicitude por todas as Igrejas! 29Quem é fraco, que eu também não seja fraco com ele? Quem é escandalizado, que eu não fique ardendo de indignação? 30Se é preciso gloriar-se, é de minhas fraquezas que me gloriarei! – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 33(34)

O Senhor liberta os justos de todas as angústias!

1. Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, / seu louvor estará sempre em minha boca. / Minha alma se gloria no Senhor; / que ouçam os humildes e se alegrem! – R.

2. Comigo engrandecei ao Senhor Deus, / exaltemos todos juntos o seu nome! / Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu / e de todos os temores me livrou. – R.

3. Contemplai a sua face e alegrai-vos, / e vosso rosto não se cubra de vergonha! / Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, / e o Senhor o libertou de toda angústia. – R.

Evangelho: Mateus 6,19-23

Aleluia, aleluia, aleluia.

Felizes os humildes de espírito, / porque deles é o Reino dos Céus (Mt 5,3). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 19“Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. 20Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem nem os ladrões assaltam e roubam. 21Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. 22O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é sadio, todo o teu corpo ficará iluminado. 23Se o teu olho está doente, todo o teu corpo ficará na escuridão. Ora, se a luz que existe em ti é escuridão, como será grande a escuridão”. – Palavra da salvação.

Reflexão

"Não junteis tesouros aqui na terra", diz-nos hoje o Senhor. É uma como que constante no Evangelho sermos lembrados deste fato: os bens deste mundo são, por natureza, passageiros e perecíveis; o homem, porém, foi predestinado à posse das riquezas eternas: em primeiro lugar, da bem-aventurança celeste, que consiste essencialmente na contemplação direta de Deus; em segundo, da companhia e do amor dos anjos e santos no Céu. Por isso, temos de pôr o coração não no que passa, no que "a traça e a ferrugem destroem", mas no que é perpétuo e duradouro, nos tesouros celestes que ladrão nenhum pode roubar-nos. "Porque", continua Jesus, "onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração". Não é digno do homem, com efeito, contentar-se com as ninharias que o mundo lhe pode oferecer; antes, deve aspirar ao que há de mais alto, ao que lhe enobrece o coração e, por meio da verdadeira , o purifica de tudo quanto turva a imagem divina que lhe foi impressa (cf. Gn 1, 26).

E para vir em socorro ao nosso apego doentio às coisas temporais, o próprio Filho de Deus assumiu para si um Coração sacratíssimo, sempre voltado para as coisas do Pai. No entanto, para chegarmos concretamente à posse definitiva da herança eterna, temos de passar primeiro por esse mundo. Por esta razão, fomos dotados com aquela "lâmpada do corpo" a que se refere o Senhor. Esse "olho" por que nos guiamos neste desterro é, antes de tudo, o nosso intelecto, que nos dita quais bens devemos buscar; mas ele é também a intenção de nossas obras e a que, unindo-nos verdadeiramente a Jesus, deve levar-nos a ser um só coração com Ele, a ponto de podermos dizer com São Paulo: "Eu vivo, mas não sou eu; é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20). Colocando, pois, o nosso coração — tudo o que somos, temos e desejamos — no Coração de Cristo, teremos já aqui na terra Aquele tesouro preciosíssimo de que gozaremos plenamente na glória do Céu.

 
 
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