Leitura do livro do Gênesis.
Naqueles dias, 41 55houve fome também no Egito, e o povo
clamou ao faraó pedindo pão. Este disse a todos os egípcios: "Ide a
José, e fazei o que ele vos disser."
56Como a fome assolasse toda a terra, José abriu todos os celeiros e vendeu víveres aos egípcios. Mas a penúria cresceu no Egito.
57E de toda a terra vinha-se ao Egito comprar trigo a José, porque a fome era violenta em toda a terra.
42 5Os filhos de Israel chegaram, pois, no meio de uma
multidão de outros para comprar víveres, porque a fome reinava na terra
de Canaã.
6José era o governador de toda a região, e era ele quem
vendia o trigo a todo o mundo. Desde sua chegada, os irmãos de José
prostraram-se diante dele com o rosto por terra.
7José reconheceu-os imediatamente, mas, comportando-se com
eles como um estrangeiro, disse-lhes com rudeza: "Donde vindes?" "Da
terra de Canaã, responderam eles, para comprar víveres."
17E mandou metê-los numa prisão durante três dias.
18No terceiro dia, José disse-lhes: "Fazei isto, e vivereis, porque sou cheio do temor a Deus.
19Se sois gente de bem, que um dentre vós fique detido em
prisão; e os outros partam levando o trigo para alimentar vossas
famílias.
20Trazei-me então vosso irmão mais novo, para que eu possa
verificar a verdade de vossas palavras, e não morrereis." Foi o que
fizeram.
21Disseram uns aos outros: "Em verdade, expiamos o crime
cometido contra o nosso irmão, porque víamos a angústia de sua alma
quando ele nos suplicava, e não o escutamos! Eis por que veio sobre nós
esta desgraça!"
22"Não vos tinha eu dito, disse-lhes Rubem, para não pecardes
contra o menino? Não quisestes ouvir-me, e eis agora que nos é
reclamado o seu sangue!"
23Ora, não sabiam que José os compreendia, porque lhes tinha falado por meio de um intérprete.
24E José afastou-se deles para chorar. Voltou em seguida e
falou-lhes; e escolheu Simeão, ao qual mandou prender na presença deles.
Palavra do Senhor.
Sobre nós, venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!
Dai graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de dez cordas celebrai-o!
Cantai para o Senhor um canto novo,
com arte sustentai a louvação!
O Senhor desfaz os planos das nações
e os projetos que os povos se propõem.
Mas os desígnios do Senhor são para sempre,
e os pensamentos que ele traz no coração,
de geração em geração, vão perdurar.
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor,
para da morte libertar as suas vidas
e alimentá-los quando é tempo de penúria.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc 1,15).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 10 1Jesus reuniu seus doze discípulos.
Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo
mal e toda enfermidade.
2Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado
Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu
irmão.
3Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu.
4Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
5Estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter
dado as seguintes instruções: "Não ireis ao meio dos gentios nem
entrareis em Samaria;
6ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel.
7Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo".
Palavra da Salvação.
Reflexão
Ao narrar-nos a eleição dos doze Apóstolos, o Evangelho menciona uma presença que nos pode inquietar: Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor. Afinal de contas, por que Jesus eleva à dignidade de Apóstolo justamente quem o havia de entregar?
Hoje, Jesus escolhe os doze Apóstolos sobre os quais irá fundar a sua Igreja. Ao narrar essa passagem, São Lucas faz questão de salientar que, antes de os escolher, o Senhor "retirou-se a uma montanha para rezar" (Lc 6, 12). Tendo ali passado toda a noite orando a Deus, Cristo cumpriu com perfeição aquilo que Ele mesmo nos havia pedido e ordenado no Evangelho de ontem: "Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita" (Mt 9, 38). Escondido aos olhares do mundo, o Senhor pôs no coração do Pai todos aqueles que, segundo os seus eternos desígnios, estão predestinados a assumir o sagrado ministério de pregar a Palavra e dispensar os Santos Mistérios confiados à Igreja. "Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos" (Lc 6, 13); dentre os muitos que O seguiam, apenas alguns foram elevados à dignidade de serem enviados especialmente em seu nome: "Quem vos recebe", diz-lhes, "a mim recebe" (Mt 10, 40).
Há, porém, uma presença que nos costuma inquietar: "Judas Iscariotes, aquele que foi o traidor" (Lc 11, 16), está ali, eleito como os demais. O que pensar desta escolha? Por que Cristo chamou a tão alto apostolado justamente aquele que O havia de entregar aos seus verdugos? Ora, por sua infinita caridade, Jesus escolhe Judas para ensinar-nos, antes de tudo, que o estado em que vivemos — seja como leigos, seja como Bispos, padres ou religiosos — não manifesta necessariamente o nosso grau de amor e santidade. Ser apóstolo não garante, por si só, a pureza dos costumes, a integridade da fé, a generosidade no serviço etc. A eleição de Judas também nos deve recordar de que, malgrado nem todos os sacerdotes do Altíssimo vivam fielmente a sua vocação, há um Senhor a governar providencialmente a sua Igreja, o mundo e todo curso da história humana. Nada escapa ao seu poder e ao seu olhar justíssimo, que sabe separar o joio do trigo.
Perseveremos hoje em nossas preces pelas vocações. Peçamos a Deus que aumente nossa fé e o nosso abandono à sua sapientíssima Providência, que tudo ordena para o bem daqueles que, com coração sincero, buscam agradá-lO e servi-lO, conforme o estado de vida que foram chamados a abraçar. Ao concluirmos nossa oração de hoje, peçamos também à Virgem Santíssima, Mãe da Igreja, que vele continuamente por aqueles que Cristo chamou ao sacerdócio.
https://padrepauloricardo.org
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