Leitura do livro do Êxodo.
24 3Moisés veio referir ao povo todas as palavras do Senhor, e
todas as suas leis; e o povo inteiro respondeu a uma voz: "Faremos tudo
o que o Senhor disse."
4E Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia
seguinte, de manhã, edificou um altar ao pé da montanha e levantou doze
estelas para as doze tribos de Israel.
5Enviou jovens dentre os israelitas, os quais ofereceram
holocaustos e sacrifícios ao Senhor e imolaram touros em sacrifícios
pacíficos.
6Moisés tomou a metade do sangue para metê-lo em bacias, e derramou a outra metade sobre o altar.
7Tomou o livro da aliança e o leu ao povo, que respondeu: "Faremos tudo o que o Senhor disse e seremos obedientes."
8Moisés tomou o sangue para aspergir com ele o povo: "Eis,
disse ele, o sangue da aliança que o Senhor fez convosco, conforme tudo o
que foi dito."
Palavra do Senhor.
Imola Deus um sacrifício de louvor.
Falou o Senhor Deus, chamou a terra,
do sol nascente ao sol poente a convocou.
De Sião, beleza plena, Deus refulge.
"Reuni à minha frente os meus eleitos,
que selaram a aliança em sacrifícios!"
Testemunha o próprio céu seu julgamento,
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.
"Imola a Deus um sacrifício de louvor
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
Invoca-me no dia da angústia,
e então te livrarei e hás de louvar-me".
Aleluia, aleluia, aleluia.
Acolhei docilmente a palavra semeada em vós, meus irmãos; ela pode salvar vossas vidas! (Tg 1,21)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 13 24Jesus propôs-lhes outra parábola: "O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo.
25Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu.
26O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
27Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?
28Disse-lhes ele: 'Foi um inimigo que fez isto!' Replicaram-lhe: 'Queres que vamos e o arranquemos?´
29'Não, disse ele; arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo.
30Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da
colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em
feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro'".
Palavra da Salvação.
Reflexão
Esta parábola de Mateus contém várias antíteses: o dono do campo e o
inimigo; o trigo e o joio; o tempo presente de semeadura/ crescimento e o
tempo futuro da colheita, o trigo no celeiro e a queimadura do joio.
Convém que entendamos hoje como a parábola do Joio. O Evangelho nos
apresenta uma situação conhecida por todos os agricultores, isso é, joio
e trigo crescem juntos. É claro que a meta de todo agricultor é que em
sua plantação só existam pés de trigo, contudo, isso não elimina as
plantas nativas e consideradas sem interesse produtivo. Ao mencionar
esse fato Jesus retoma o cotidiano e as pessoas já começavam a se
perguntar o que ou quem seria semelhante ao trigo ou ao joio.
A mistura entre joio e trigo não é ‘natural’, pois o agricultor não
plantou joio. Por isso surge a pergunta sobre quem é que fez isso, e o
que motivou essa atitude. Existem inimigos, às vezes até mesmo
adormecidos dentro de nós, da nossa casa e a divisão que se vê no
plantio, pode também refletir as divisões que existem entre nós, nas
comunidades e nos grupos aos quais estamos ligados. A realidade da
divisão é tão inegável, quanto a existência de Trigo e Joio,
simultaneamente, num mesmo campo.
O que fazer nesta situação? Uma parte da comunidade acredita que é fácil
saber o que é trigo e o que é joio, por isso a melhor atitude é
arrancar e jogar fora o que é ‘praga’. Outros dizem que é muito difícil
saber o que é um ou o outro, por isso é preciso esperar pelos frutos, e
somente neste momento é que se poderá de fato retirar do campo o que é
erva daninha. É curioso que na parábola o poder de fazer este julgamento
não está nas mãos da comunidade, mas do Senhor (o dono da terra). De
modo bem concreto isso implica em ir vivendo na comunidade em meio a
suas contradições, sem nunca perder de vista a opção pela justiça do
Reinado dos Céus.
Pai, enche de misericórdia o meu coração para que, como Jesus, eu me solidarize com os pecadores, e procure atraí-los para ti.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
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