Leitura do livro do Eclesiástico.
44 1 Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados, em sua linhagem.
9 Outros há, dos quais não se tem lembrança; pereceram como
se nunca tivessem existido. Nasceram, eles e seus filhos, como se não
tivessem nascido.
10 Os primeiros, porém, foram homens de misericórdia; nunca foram esquecidas as obras de sua caridade.
11 Na sua posteridade permanecem os seus bens.
12 Os filhos de seus filhos são uma santa linhagem, e seus descendentes mantêm-se fiéis às alianças.
13 Por causa deles seus filhos permanecem para sempre, e sua posteridade, assim como sua glória, não terá fim.
Palavra do Senhor.
O Senhor ama seu povo de verdade.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em que o fez,
e Sião se rejubile no seu rei!
Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.
Exultem os fiéis por sua glória
e, cantando, se levantem de seus leitos,
com louvores do Senhor em sua boca.
Eis a glória para todos os seus santos.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jo 15-16).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Tendo Jesus sido aclamado pela multidão, 11 11
Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Aí lançou-os olhos
para tudo o que o cercava. Depois, como já fosse tarde, voltou para
Betânia com os Doze.
12 No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome.
13 Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver
se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou
folhas pois não era tempo de figos.
14 E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição.
15 Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E
começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as
mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
16 Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo.
17 E ensinava-lhes nestes termos: "`Não está
porventura escrito: A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas
as nações? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.
18 Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
ouviram-no e procuravam um modo de o matar. Temiam-no, porque todo o
povo se admirava da sua doutrina.
19 Quando já era tarde, saíram da cidade.
20 No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz.
21 Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "`Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!"
22 Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus.
23 Em verdade vos declaro: todo o que disser a
este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração,
mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre.
24 Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado.
25 E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai,
se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso
Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados.
26 Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados."
Palavra da Salvação.
Reflexão
A oração é necessária para que no nosso coração brote o fruto daquele amor que só a graça divina pode plantar em nós.
Hoje, memória de S. Justino, Mártir, a Igreja proclama o Evangelho em que Jesus, dirigindo-se à cidade de Jerusalém, amaldiçoa uma figueira infrutífera e, em seguida, expulsa os vendilhões do Templo. O primeiro gesto significa que a figueira, símbolo do povo israelita, já não dará mais fruto. Preparados durante séculos para a vinda do Messias, os hebreus não souberam reconhecer em Cristo a visita de seu Senhor. Com efeito, toda a religião judaica, com suas orações e sacrifícios, perdera o sentido cultual e santificador que Deus havia desejado e corrompera-se, devido à dureza de muitos, num sistema de interesses próprios, sobretudo econômicos: o judaísmo, noutras palavras, tornara-se um “negócio”.
É por isso que Jesus, tomado de santa cólera, pega do chicote e expulsa do Templo os mercadores que ali, com sua codícia, profanavam a casa de Deus. Essa mesma purificação, o Senhor quer realizá-la também em nossos corações. O nosso culto tem de ser limpo, franco, sincero, o mais alheio possível a interesses pessoais e mesquinhos. Mas para que cheguemos a adorar a Deus como Ele quer, em espírito e verdade, precisamos dedicar-nos à oração. “Tende fé em Deus”, manda-nos Jesus, e logo depois acrescenta: “Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será”. É só assim, com uma vida de oração constante e confiante no poder de Deus, que poderá brotar do nosso coração, tão duro e egoísta, o fruto sazonado de um amor puro, perfeito, agradável aos olhos do Pai. Que Ele, para quem nada é impossível, purifique-nos por sua graça e torne fecunda a nossa oração, a fim de lhe podermos oferecer o amor que só Ele nos pode dar.
https://padrepauloricardo.org
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