O
Papa Paulo VI fez uma alocução, no dia 15 de novembro de 1972
(“Livrai-nos do Mal”), falando sobre o demônio, a sua realidade, perigo e
maldade. O Papa afirmou: “O mal já não é apenas uma deficiência, mas
uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor.
Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e medonha”.
Quando fala do demônio, o Catecismo diz:
“A Escritura atesta a influência nefasta daquele que Jesus chama de “o
homicida desde o princípio” (Jo 8,44) e que até chegou a tentar desviar
Jesus da missão recebida do Pai. “Para isto é que o Filho de Deus se
manifestou: para destruir as obras do Diabo” (1 Jo 3,9) (n.394).
Sem meias-palavras, Papa Paulo VI
reafirma a existência do demônio e da sua perversidade. Ele é o mal, o
maligno, e enfatiza: “Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos e
eclesiásticos (da Igreja) quem se recusa a reconhecer a existência desta
realidade”.
O próprio Jesus foi tentado três vezes
pelo demônio no deserto, e o venceu com o jejum, a oração e a força da
Palavra de Deus. (cf. Mt 4,3-10). Jesus se referiu a ele como Seu
adversário e o chamou de “príncipe deste mundo” (cf. Jo 12,31; 14,30;
16,11). São Paulo chamou-o “deus deste mundo” (cf. II Cor 4,4) e
preveniu-nos contra as lutas ocultas que devemos travar contra sua
pluralidade: “Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir
às ciladas do demônio”. Ele recomenda ter “a cintura cingida com o
cinto da verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, os pés
calçados para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo abraçai o escudo da
fé, com que possais apagar todos os dados inflamados do Maligno. Tomai,
enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é a Palavra
de Deus” (Ef 6,11-12).
Essas são as armas poderosas para vencer
o Mal. A maior arma do maligno é mascarar sua ação e fingir que não
existe. São Paulo afirmou: “O próprio satanás se transfigura em anjo de
luz. Por conseguinte, não é de estranhar que os seus servidores se
transfigurem em servidores de justiça” (2 Cor 11,14-15). Quem tem Deus
como Senhor, o ama e foge do pecado, não precisa temer o Mal. São João
garante: “Sabemos que aquele que é gerado de Deus se acautela, e o
Maligno não o toca” (1 Jo 5,18).
O principal remédio contra Deus é
culpado do mal que há no mundo?a ação diabólica é dado pelo próprio
Cristo aos discípulos: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O
espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). É pelo pecado
que o demônio introduziu o sofrimento e a morte no mundo. “O salário do
pecado é a morte” (Rm 6,3). Abandonar o pecado e cultivar a graça de
Deus. “A graça é a defesa decisiva”, diz o Papa Paulo VI. Cultivar as
virtudes, principalmente a caridade. “Sede sóbrios e vigiai. Vosso
adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge,
buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1 Pd 5,8-9).
Na
Eucaristia está o grande remédio contra Satanás. E nossa mãe Maria
Santíssima foi aquela que massacrou a cabeça da serpente maligna. É ela
que protege cada um de nós, seus filhos a ela consagrados. Refugiemo-nos
debaixo de sua proteção materna, consagrando-se a ela e rezando o
Terço, o Ofício da Imaculada, a sua Ladainha e outras práticas. Também
aos Anjos e Santos precisamos recorrer para nos defender das insídias do
Mal. O Anjo da Guarda nos protege, quando nos colocamos debaixo de sua
custódia.
O nosso Catecismo ensina algo muito importante sobre o Mal:
“O poder de Satanás não é infinito. Ele
não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas
sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus.
Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus
Cristo, e embora a sua ação cause graves danos – de natureza espiritual
e, indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a
sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e
doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da
atividade diabólica é um grande mistério, mas “nós sabemos que Deus
coopera em tudo para o bem daqueles que o amam” (Rm 8,28). (n.395)
Prof. Felipe Aquino
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