Certa
 vez, um sacerdote negou a Eucaristia a Santa Catarina de Sena. A santa,
 é claro, se conformou com a vontade de Deus, mas algo extraordinário 
aconteceu depois.
 Inúmeros episódios de recepção incomum da Eucaristia são relatados na 
vida de Santa Catarina de Sena, a mística dominicana do século 14.
 Uma dessas comunhões aconteceu durante a Festa da Conversão de São Paulo, em 25 de janeiro.
 Estando fraca por conta de tribulações espirituais, Santa Catarina 
entrou na igreja de São Domingos, mas, ao invés de juntar-se às suas 
irmãs, ficou em um canto próximo à porta, do lado de um altar 
inutilizado. Uma das irmãs, notando a sua presença, saiu ao seu encontro
 e levou-a para junto do resto da comunidade, a fim de receber a Santa 
Comunhão. Chegada a sua vez, o padre simplesmente passou adiante, sem 
dar a Catarina a hóstia consagrada. Quando o mesmo se repetiu em duas 
outras Missas, a santa enxergou nisso um sinal de sua indignidade e se 
dobrou à vontade de Deus.
 O que se passava, na verdade, era o seguinte: o prior do mosteiro havia
 dado ordens para os sacerdotes não ministrarem a Comunhão à santa, a 
fim de evitar que manifestações místicas de Catarina distraíssem o povo 
que vinha participar das celebrações.
 Depois da segunda Missa, no entanto, quando a santa já se tinha 
resignado a toda a situação, uma luz brilhante circundou o altar e, no 
meio dela, apareceu uma visão da Santíssima Trindade: o Pai e o Filho 
sentados em tronos e o Espírito Santo sobre eles em forma de pomba. 
 De repente, uma mão de fogo segurando o Santíssimo Sacramento 
surgiu da visão e a hóstia consagrada foi colocada sobre a língua de 
Santa Catarina, já arrebatada em êxtase.
 O bem-aventurando Raimundo de Cápua, confessor de Catarina, conta que 
não era raro essas coisas acontecerem com sua filha espiritual:
"Várias pessoas dignas de crédito me asseguraram que, quando assistiam a Missas em que Catarina recebia a Santa Comunhão, eles viam manifestamente a hóstia consagrada escapando das mãos do sacerdote e voando para a sua boca. Eles me diziam que esse prodígio acontecia até mesmo quando eu lhe dava a hóstia consagrada. Devo confessar que nunca percebi isso mui claramente, só notava um certo tremor na hóstia, quando eu a apresentava aos seus lábios. Então, a hóstia entrava em sua boca como uma pedrinha lançada de longe com força. Outro frei também me disse que, quando dava a Catarina a Sagrada Comunhão, ele sentia a hóstia consagrada fugindo, não obstante os seus esforços para segurá-la."
 O mesmo Raimundo de Cápua dá testemunho de outra ocasião, quando ele 
celebrava a Santa Missa sem a presença de Catarina. No momento 
apropriado após a Consagração, ele partiu a hóstia, mas, ao invés de se 
dividir ao meio, ela foi separada em três partes, duas grandes e uma 
pequena. Essa pequena parte, "enquanto eu atentamente observava, me 
parecia ter caído no corporal, do lado do cálice acima do qual eu tinha 
feito a fração. Eu a vi claramente cair sobre o altar, mas não conseguia
 distingui-la no corporal". Depois de procurar em vão, Raimundo 
continuou com a Missa. Depois, ele cobriu cuidadosamente o altar e pediu
 ao sacristão para vigiar as proximidades.
 Correndo para encontrar Catarina, o sacerdote relatou o incidente da 
partícula perdida e deu voz à sua suspeita de que talvez ela a tivesse 
recebido misticamente. Catarina disse-lhe, então: "Padre, não fique mais
 preocupado com a partícula da hóstia consagrada. Eu verdadeiramente lhe
 digo, como meu confessor e pai espiritual, que 
 o próprio Esposo Celeste a trouxe para mim e eu a recebi de Sua divina mão". 
 Fonte: Eucharistic Miracles | Tradução e adaptação: Equipe Christo Nihil Praeponere
[*] O quadro acima é A Comunhão Milagrosa de Santa Catarina de Sena, e foi pintado por Domenico di Pace Beccafumi.
 | Categoria: Igreja Católica





 