sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ORIGEM DO MAL II



Depois que entendemos um pouco mais sobre a origem do mal, a partir dos ensinamentos de Sto Agostinho, agora temos uma melhor condição de assimilar o questionamento latente em todos os homens: Como compreender a existência de Deus com tantas desgraças no mundo?

Como vimos na postagem anterior, o mal não é uma realidade positiva, mas a ausência de um bem devido, assim como a escuridão é a ausência da luz, e o frio a ausência do calor. O mal não existe por si só, supõem sempre o bem como suporte. É uma carência quer sobrevém ao bem. Como exemplo podemos comparar entre si um Bombeiro e um Ladrão; ou seja, ambos devem ser corajosos, hábeis e inteligentes. A diferença vai esta em que no primeiro, esse usa suas habilidades e dons para uma finalidade reta: salvar vidas. O segundo, há a ausência de uma orientação para a reta finalidade. Existe a ausência do bem.
Sabemos que o mal não tem uma causa direta, logo entendemos que indiretamente é causado por um agente imperfeito, que é passível de falhas. Esse agente, NUNCA poderá ser Deus. Pois este é PERFEITO. O Mal não vem de Deus.
Então, como chegar a compreensão de tal questionamento?
O Catecismo da Igreja Católica, em seu parágrafo 309, diz: ... Para tal pergunta tão premente quão inevitável, tão dolorosa quanto misteriosa, não há uma resposta rápida. E continua: é o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a essa pergunta. Não há nenhum elemento da mensagem cristã que não seja, por uma parte, uma resposta à questão do mal.
No parágrafo 310, continua: Mas por que Deus não criou um mundo tão perfeito que nele não possa existir mal algum? Segundo seu poder infinito, Deus sempre poderia criar algo melhor. Todavia em sua sabedoria e bondade infinitas, Deus quis livremente criar um mundo “em estado de caminhada” para sua perfeição última. § 311: Os anjos e os homens, criaturas inteligentes e livres, devem caminhar para seu destino últmo por opção livre e amor preferencial. Podem, no entanto, desviar-se. Deus permite a existência do mal no mundo, ou seja, que ele aconteça, porque respeita a liberdade de sua criatura e, misteriosamente, sabe auferir dele o bem.
Santo Agostinho depois de absorver esse entendimento disse: Pois Deus todo poderoso..., por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir em suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal. (Sto Agostinho, Enchir. 3,11:CCl 46,53). Para uma melhor aceitação, basta-nos verificar as palavras de José filho de Jacó no Gn 45,8; 50,20.
Sto Tomás More, pouco antes de seu martírio, consola sua filha: “Não pode acontecer nada que Deus não tenha querido. Ora, tudo o que ele quer, por pior que possa parecer-nos, é o que há de melhor para nós(The Correspondence of Sir Thomas More, ed. E.F. Rogers, Princeton).
O CIC¹ conclui: Cremos firmemente que Deus é o Senhor do mundo e da história. Mas os caminhos de sua providência muitas vezes nos são desconhecidos. Só no final, quando acabar o nosso conhecimento parcial ... teremos pleno conhecimento dos caminhos pelos quais, mesmo por meio dos dramas do mal e do pecado, Deus terá conduzido sua criação até o descanso desse sábado.
Na terceira e última postagem da matéria origem do mal, o entendimento final sobre a existência de Deus e as desgraças no mundo. O que realmente ocorre? Onde está Deus em meio a tantos infortúnios?.Quem é verdadeiramente culpado pela fome, guerras, pestes e catastrófes naturais?
Próxima Postagem: ORIGEM DO MAL III
1.CIC - Catecismo da Igreja Católica.
material de pesquisa: CIC, Curso de Iniciação teológica, EME D. Estevão Bittencourt
Wellington Dantas.

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