terça-feira, 28 de dezembro de 2010

JOÃO, FILHO DA VIRGEM - II


Senhora e Mãe. É esta a tarefa desempenhada por Maria em suas relações com João e com cada um de nós.

Após o Calvário, a assídua convivência com Maria fizera de João um ser profundamente contemplativo. Vivendo o mistério da Encarnação, assimilando o da Redenção, Maria havia penetrado os segredos da vida contemplativa, e não cessaria, a partir de então, de avançar, de crescer espiritualmente, mas sempre, no silêncio e no recolhimento daquela casa para onde se retirara com São João. Ignoramos todos os diálogos, todos os sentimentos que Maria e João partilhavam; e, aqui, mais do que em qualquer lugar, as suposições são aceitas. Porém, é fato que, vivendo sob o olhar de Maria, João via, iluminado por tal luz, tudo o que o seu próprio amor e o seu conhecimento de Cristo possuíam de artificial, de inacabado e de imperfeito.
P. Paul Marie de la Croix, O.C.D.
O Evangelho de João e seu testemunho espiritual.
Desclée de Brouwer, 1959.
A "interioridade", cuja porta de entrada é o "recolhimento" ascético, vai adquirindo uma maior profundidade nos estados de contemplação mística, até chegar a certa situação terminal, que, segundo a linguagem dos místicos, é o "centro" ou o fundo da alma.Os místicos dão a entender que neste "fundo" mora de alguma maneira Deus e é onde se verifica a mais íntima comunicação com Deus.
O movimento da experiência de Deus vai levando o homem que ora através de zonas de seu ser cada vez mais profundas.E ao fazê-lo assim o vai revestindo de atitudes cada vez mais profundas e revelando-lhe essas zonas que lhe estavam escondidas.
O homem que inicia o caminho místico se afasta do mundo exterior e descobre nesse "dentro" algumas riquezas interiores que vai aprofundando progressivamente.Iniciar o caminho místico é "entrar dentro de si”.“Voltando, pois, a nosso formoso e agradável castelo, temos de ver como entrar nele... já vistes alguns livros de oração aconselharem a alma a entrar em si mesma... a porta para entrar neste castelo é a oração e reflexão” (1M 1, 5-7:Santa Teresa de Jesus)Senhora e mãe.
É esta a tarefa desempenhada por Maria em suas relações com João e com cada um de nós.Maria encarna a disponibilidade absoluta diante da Palavra de Deus, já que ela é a serva-escrava, a virgem puríssima e silenciosa. Na busca do rosto de Deus e na espera de seus dons, ela é a irmã de puro coração, concentrada na meditação dos mistérios salvíficos.
Ela nos ensina a louvar a Deus em suas misericórdias e a ver a história à luz dos critérios de Deus. Ela é a patrona e a mãe, solícita e atenta para com seus filhos e irmãos, honrada por eles.Ela nos ensina que o silêncio é a porta que gera o Salvador.
A Mãe do Senhor-Dei Genitrix - Mãe de Deus: Ela é totalmente repleta de Deus, aberta aos seus projetos e sonhos e por isso mesmo, sempre disposta a dizer o seu ‘sim’, desde a Anunciação até junto à Cruz; Ela é totalmente humana e aberta às necessidades humanas; Ela é a imagem do ideal da Igreja no meio do mundo; ‘Ela é a grande missionária...’"Maria é Rainha do Céu e da Terra, pela graça, como Jesus é o Rei por natureza e conquista".“Ora, como o reino de Jesus Cristo compreende principalmente o coração ou o interior do homem, conforme a palavra “o reino de Deus está no meio de vós” (Lc. 17,21), o reino da Santíssima Virgem está principalmente no interior do homem, isto é, em sua alma, e é principalmente nas almas que Ela é mais glorificada, com seu Filho, do que em todas as criaturas visíveis, e podemos chamá-la com os santos a Rainha dos corações”.
A palavra “coração”, nesse caso, significa a alma e, mais propriamente, a mentalidade do homem, isto é, a maneira de ser, pensar e agir que o caracterizam.
Fiat, faça-se sim em mim sua bondade!
com minha benção
Pe.Emílio carlos+
pemiliocarlos.blogspot.com

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