Todos nós poderíamos recordar tantos momentos de nossa vida em que sentimos muito de perto a presença do Coração de nosso Deus. É que essa é a quarta promessa de Jesus a santa Margarida Maria: “Serei um refúgio seguro na vida e na hora da morte”.
Certo dia, eu acabava de ungir uma velhinha, quando ela me fez um sinal de que queria perguntar alguma coisa. Cheguei bem pertinho, porque a sua voz já havia quase sumido. E ela me perguntou: “Será que Jesus vai demorar ainda para me vir buscar?” Recordo ainda, muito bem, das tantas vezes, em que minha mãe reclamava que Nossa Senhora e o Coração de Jesus estavam se esquecendo de vir buscá-la. Ela gostava muito de viver, mas a morte não lhe parecia nada de horrível.
Certa vez, um sacerdote foi chamado para atender um doente. Ao entrar no quarto, viu uma cadeira ao lado da cama. O homem explicou: “Olha, padre, eu tinha muita dificuldade para rezar. Aliás, eu não conseguia rezar. Um dia, falei sobre isso com um amigo e ele me respondeu que também tivera o mesmo problema. E me deu uma sugestão que funcionou. Coloque uma cadeira ao seu lado e imagine que Jesus, seu amigo, esteja sentado nela. Depois, experimente conversar com ele, assim como você conversa com seus amigos. Eu tentei e deu certo. Agora sempre peço para deixarem uma cadeira aqui do meu lado. Ninguém sabe porquê, mas, cada vez que quero rezar, imagino Jesus sentado ali e nós dois batemos bons papos. Diga-me, padre, posso continuar a fazer isso ou estou meio louco?”.
O padre tranqüilizou-o e disse-lhe que não só ele podia, como devia continuar a fazer o que estava fazendo; que havia encontrado uma belíssima maneira de rezar. Atendeu o doente, administrou-lhe os sacramentos e foi embora.
Ao encontro do amigo
Alguns dias depois, o padre telefonou para a filha para saber como estava o doente. “Padre, ele acabou de falecer. Foi muito rápido. Eu saí para fazer umas compras. Antes passei pelo quarto dele e tudo estava bem. Ele estava muito tranqüilo desde o dia em que o senhor esteve aqui. Papai estava bem preparado e acho que morreu em paz. Mas gostaria de lhe fazer uma pergunta, porque na hora da morte aconteceu algo que eu não sei explicar. Gostaria de saber se devo me preocupar ou não. O senhor viu aquela cadeira ao lado da cama dele? Ele sempre queria aquela cadeira nessa posição. Nunca perguntei porquê. Mas, na hora de morrer, ele puxou a cadeira para perto dele e morreu com a cabeça reclinada sobre ela. Padre, tem algo de estranho ou de errado nisso?”. “Não minha filha, não há nada de errado. Fique tranqüila”, respondeu o padre.
Como seria bom se todos tivessem esta certeza: a de poder reclinar a cabeça no colo de Jesus, na hora da partida. Certamente, todos os que acreditam no amor do Coração de nosso Deus terão uma morte tranqüila, porque ela não será uma destruição. Será o momento do encontro com aquele que deu a vida e que espera cada um de nós para esse momento de encontro. “Serei refúgio seguro, principalmente, na hora da morte”.
Pe. Francisco Sehnem, scj
Especialista em espiritualidade do Coração de Jesus
Certo dia, eu acabava de ungir uma velhinha, quando ela me fez um sinal de que queria perguntar alguma coisa. Cheguei bem pertinho, porque a sua voz já havia quase sumido. E ela me perguntou: “Será que Jesus vai demorar ainda para me vir buscar?” Recordo ainda, muito bem, das tantas vezes, em que minha mãe reclamava que Nossa Senhora e o Coração de Jesus estavam se esquecendo de vir buscá-la. Ela gostava muito de viver, mas a morte não lhe parecia nada de horrível.
Certa vez, um sacerdote foi chamado para atender um doente. Ao entrar no quarto, viu uma cadeira ao lado da cama. O homem explicou: “Olha, padre, eu tinha muita dificuldade para rezar. Aliás, eu não conseguia rezar. Um dia, falei sobre isso com um amigo e ele me respondeu que também tivera o mesmo problema. E me deu uma sugestão que funcionou. Coloque uma cadeira ao seu lado e imagine que Jesus, seu amigo, esteja sentado nela. Depois, experimente conversar com ele, assim como você conversa com seus amigos. Eu tentei e deu certo. Agora sempre peço para deixarem uma cadeira aqui do meu lado. Ninguém sabe porquê, mas, cada vez que quero rezar, imagino Jesus sentado ali e nós dois batemos bons papos. Diga-me, padre, posso continuar a fazer isso ou estou meio louco?”.
O padre tranqüilizou-o e disse-lhe que não só ele podia, como devia continuar a fazer o que estava fazendo; que havia encontrado uma belíssima maneira de rezar. Atendeu o doente, administrou-lhe os sacramentos e foi embora.
Ao encontro do amigo
Alguns dias depois, o padre telefonou para a filha para saber como estava o doente. “Padre, ele acabou de falecer. Foi muito rápido. Eu saí para fazer umas compras. Antes passei pelo quarto dele e tudo estava bem. Ele estava muito tranqüilo desde o dia em que o senhor esteve aqui. Papai estava bem preparado e acho que morreu em paz. Mas gostaria de lhe fazer uma pergunta, porque na hora da morte aconteceu algo que eu não sei explicar. Gostaria de saber se devo me preocupar ou não. O senhor viu aquela cadeira ao lado da cama dele? Ele sempre queria aquela cadeira nessa posição. Nunca perguntei porquê. Mas, na hora de morrer, ele puxou a cadeira para perto dele e morreu com a cabeça reclinada sobre ela. Padre, tem algo de estranho ou de errado nisso?”. “Não minha filha, não há nada de errado. Fique tranqüila”, respondeu o padre.
Como seria bom se todos tivessem esta certeza: a de poder reclinar a cabeça no colo de Jesus, na hora da partida. Certamente, todos os que acreditam no amor do Coração de nosso Deus terão uma morte tranqüila, porque ela não será uma destruição. Será o momento do encontro com aquele que deu a vida e que espera cada um de nós para esse momento de encontro. “Serei refúgio seguro, principalmente, na hora da morte”.
Pe. Francisco Sehnem, scj
Especialista em espiritualidade do Coração de Jesus
Fonte:comunidade bethania
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