sábado, 21 de maio de 2022

5ª Semana da Páscoa - O mundo nos odeia.

 Evangelho do dia: Jesus ensina em Nazaré (Mt 13, 54-58) – Oratório São Luiz  – 120 Anos

Leitura (Atos 16,1-10)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

16 1 Chegou a Derbe e depois a Listra. Havia ali um discípulo, chamado Timóteo, filho de uma judia cristã, mas de pai grego,

2 que gozava de ótima reputação junto dos irmãos de Listra e de Icônio.

3 Paulo quis que ele fosse em sua companhia. Ao tomá-lo consigo, circuncidou-o, por causa dos judeus daqueles lugares, pois todos sabiam que o seu pai era grego.

4 Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém.

5 Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e cresciam em número dia a dia.

6 Atravessando em seguida a Frígia e a província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra de Deus na (província da) Ásia.

7 Ao chegarem aos confins da Mísia, tencionavam seguir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.

8 Depois de haverem atravessado rapidamente a Mísia, desceram a Trôade.

9 De noite, Paulo teve uma visão: um macedônio, em pé, diante dele, lhe rogava: “Passa à Macedônia, e vem em nosso auxílio!”

10 Assim que teve essa visão, procuramos partir para a Macedônia, certos de que Deus nos chamava a pregar-lhes o Evangelho.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 99/100

Aclamai o Senhor, ó terra inteira.

Aclamai o Senhor, ó terra inteira,

servi ao Senhor com alegria,

ide a ele cantando jubilosos!

Sabei que o Senhor, só ele, é Deus,

ele mesmo nos fez e somos seus,

nós somos seu povo e seu rebanho.

Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,

sua bondade perdura para sempre,

seu amor é fiel e eternamente!

Evangelho (João 15,18-21)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Se com Cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está sentando á direita de Deus Pai (Cl 3,1).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

15 18 Disse Jesus: “Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós.

19 Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.

20 Lembrai-vos da palavra que vos disse: ‘O servo não é maior do que o seu senhor’. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa.

21 Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou”.

Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho de hoje nos recorda uma verdade muito pouco grata em tempos de cristianismo morno como são os nossos: o salário do amor que nos tem Cristo e que nós lhe temos a Ele não é outro senão o ódio do mundo. Trata-se de uma consequência inevitável, que intento algum de tornar a fé cristã “simpática” ou “palatável” aos valores mundanos será capaz de eludir. “Porque não sois do mundo, porque eu vos escolhi e apartei do mundo”, insiste Nosso Senhor, “o mundo por isso vos odeia”. Tanto é assim que não há outra forma de granjear os aplausos e sorrisos do mundo senão aborrecendo a Cristo, deixando de pertencer a Ele para se unir aos que o perseguem: “Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence”; “se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim”, de quem sois membros e servos. Não é de estranhar, portanto, que todas as tentativas de compaginar cristianismo e mundanidade, Evangelho e paganismo, sejam sempre um fracasso para o primeiro e uma vitória para o segundo.

Se o mundo nos aplaudir, é porque deixamos de ser cristãos; se o mundo nos louvar, é porque abandonamos os Onze para seguir a Judas. Cristo nos escolheu — é verdade — com terníssimo amor e separou-nos só para si; mas esta escolha, se a devemos viver com alegria e gratidão, não a devemos distorcer com a ingenuidade de pensar que, a partir de agora, será possível viver como vivíamos antes, quando éramos do mundo: já não lhe pertencemos, e por isso ele nos odeia; já não somos nossos, mas de Cristo, e é por isso que, se perseguiram com ódio a Cabeça, não descansarão até lhe esmagarem os membros. E este mundo que nos odeia não há por que pensar que se reduza apenas aos poderes terrenos, senão que o encontramos às vezes muito perto, no nosso lugar de trabalho, dentro de casa, ao nosso lado no próprio leito e, não raro, dentro do nosso próprio coração, fazendo luta para que nos deixemos seduzir pelo canto de sereia das consolações terrenas, dos prazeres fugazes, dos divertimentos perigosos e desonestos. 

Hoje, tenhamos consciência de que, “procedamos como quisermos, o mundo sempre nos fará guerra” (S. Francisco de Sales, Filotéia, IV, 1), esteja ele fora ou dentro de nós. Aos que dele fomos apartados por Cristo só cabe uma solução, que é responder-lhe com guerra, não de armas, mas de paciência e devoção, de penitência e constância heróica na fé, de decisão firme e incomovível de sermos total e exclusivamente daquele que nos conquistou para si ao preço de sua vida. “Sejamos pois firmes em nossos propósitos, invariáveis em nossas resoluções” (S. Francisco de Sales, ibid.), não façamos caso dos desprezos e chacotas com que o mundo ridiculariza o que cremos e as virtudes que praticamos. Temos nós maior alegria, que é a honra de ser perseguidos neste mundo em nome de Cristo e premiados, no outro, com a paz e felicidade que este século tanto busca, mas não há-de encontrar.

 

https://padrepauloricardo.org

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