Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 22pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, de acordo com toda a comunidade de Jerusalém, escolher alguns da comunidade para mandá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé. Escolheram Judas, chamado Bársabas, e Silas, que eram muito respeitados pelos irmãos. 23Através deles enviaram a seguinte carta: “Nós, os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos, saudamos os irmãos vindos do paganismo e que estão em Antioquia e nas regiões da Síria e da Cilícia. 24Ficamos sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que transtornaram vosso espírito. Eles não foram enviados por nós. 25Então decidimos, de comum acordo, escolher alguns representantes e mandá-los até vós, junto com nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo, 26homens que arriscaram suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. 27Por isso, estamos enviando Judas e Silas, que pessoalmente vos transmitirão a mesma mensagem. 28Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis: 29abster-se de carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, das carnes de animais sufocados e das uniões ilegítimas. Vós fareis bem se evitardes essas coisas. Saudações!” 30Depois da despedida, Judas e Silas foram para Antioquia, reuniram a assembleia e entregaram a carta. 31A sua leitura causou alegria, por causa do estímulo que trazia. – Palavra do Senhor.
Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos.
1. Meu coração está pronto, meu Deus, / está pronto o meu coração! / Vou cantar e tocar para vós: / desperta, minha alma, desperta! / Despertem a harpa e a lira, / eu irei acordar a aurora! – R.
2. Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos, / dar-vos graças por entre as nações! / Vosso amor é mais alto que os céus, / mais que as nuvens a vossa verdade! / Elevai-vos, ó Deus, sobre os céus, / vossa glória refulja na terra! – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos chamo meus amigos, / pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou (Jo 15,15). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”. – Palavra da salvação.
Reflexão
No Evangelho de hoje, Nosso Senhor dirige a seus discípulos, reunidos na intimidade do Cenáculo, palavras cheias de ternura: “Já não vos chamo servos […]. Eu chamo-vos amigos”. Essas palavras, que devem ecoar com especial carinho no coração dos sacerdotes — que têm reservado no Coração de Cristo um lugar especial —, foram dirigidas, contudo, aos fiéis de todas as condições e estados de vida. Sim, Jesus nos chama amigos, mesmo sabendo de nossas fraquezas e misérias, assim como chama amigos a seus Apóstolos, que dentro em breve darão provas de grande inimizade, abandonando-o após terem comido de seu Corpo na Eucaristia e esquecendo, por sua falta de fé, a promessa tantas vezes repetida da Ressurreição. E no entanto, apesar desta covardia tão pouco apostólica, o Senhor os chama amigos, porque “ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos”, porque não há maior amor que o daquele que insiste em ser amigo de quem não o parece ser, daquele que persiste, constante, na amizade com quem se mostra indigno dela. Confiante pois na sua escolha: “Fui eu que vos escolhi”, Jesus sabe que os seus amigos, não obstante suas reiteradas quedas, se forem fiéis à graça que receberam, poderão dar muito fruto: “e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça”.
E que fruto é este que espera de nós o que nos chama e quer amigos seus? “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”: é o fruto do amor; mas não de qualquer amor, senão do amor que é semelhante ao que Ele mesmo nos tem: “como eu vos amei”. E como nos amou Ele? Entregando-se até o fim pela salvação de seus amigos. Assim também nós havemos de amar-nos uns aos outros: Cristo, como cabeça de seu Corpo, que é a Igreja, ofereceu ao Pai em seu sacrifício redentor seus próprios padecimentos; e nós, como membros deste Corpo, podemos e devemos completar em nós mesmos, com nossas próprias dores, o que falta à tribulação de Cristo, por seu Corpo místico, ao qual fomos integrados (cf. Col 1, 24). Sejamos padres ou leigos, religiosos ou pais de família, todos recebemos a graça de sermos amigos de Nosso Senhor, e ainda mais: recebemos o dom de, com Ele e por Ele, cooperarmos como verdadeiros corredentores para a salvação de muitos. “Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”, dando-vos em sacrifício de amor, assim como eu me entreguei até o fim pela salvação de todos vós. Unidos a Ele como ramos à videira, poderemos o que, sozinhos, não podemos e realizaremos o que só Ele pode operar em nós.
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