terça-feira, 3 de agosto de 2021

Liturgia Diária - “Senhor, salva-me!”

 Dónde está tu confianza - Podcast

Leitura (Números 12,1-13)

Leitura do livro dos Números.
Naqueles dias, 12 1 Maria e Aarão criticara Moisés por causa da mulher etíope que ele desposara. (Moisés tinha, com efeito, tomado uma mulher etíope.)
2 “Porventura é só por Moisés, diziam eles, que o Senhor fala? Não fala ele também por nós?” E o Senhor ouviu isso.
3 Ora, Moisés era um homem muito paciente, o mais paciente da terra.
4 Logo falou o Senhor a Moisés, a Aarão e a Maria: “Ide todos os três à tenda de reunião.” E eles foram.
5 O Senhor desceu na coluna de nuvem e parou à entrada da tenda. Chamou Aarão e Maria, e eles aproximaram-se.
6 “Ouvi bem, disse ele, o que vou dizer: Se há entre vós um profeta, eu lhe aparecerei em visão; eu, o Senhor, é em sonho que lhe falarei.
7 Mas não é assim a respeito de meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa.
8 A ele eu lhe falo face a face, manifesto-me a ele sem enigmas, e ele contempla o rosto do Senhor. Por que vos atrevestes, pois, a falar contra o meu servo Moisés?”
9 A cólera do Senhor se acendeu contra eles.
10 O Senhor partiu, e a nuvem retirou-se de sobre a tenda. No mesmo instante, Maria foi ferida por uma lepra branca como a neve. Aarão, olhando para ela, viu-a coberta de lepra.
11 Aarão disse então a Moisés: “Rogo-te, meu senhor, não nos faças levar o peso desse pecado que cometemos num momento de loucura, e do qual somos culpados.
12 Que ela não fique como um aborto que sai do ventre de sua mãe, com a carne já meio consumida!”
13 Moisés orou ao Senhor: “Ó Deus, disse ele, rogo-vos que a cureis.”
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 50/51

Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Evangelho (Mateus 14,22-36)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Mestre, tu és o Filho de Deus, és rei de Israel! (Jo 1,49).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
14 22 Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão.
23 Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando a noite, estava lá sozinho.
24 Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.
25 Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar.
26 Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram com medo: “É um fantasma!” disseram eles, soltando gritos de terror.
27 Mas Jesus logo lhes disse: “Tranqüilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!”
28 Pedro tomou a palavra e falou: “Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti!”
29 Ele disse-lhe: “Vem!” Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus.
30 Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”
31 No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”
32 Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou.
33 Então aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: Tu és verdadeiramente o Filho de Deus.
34 E, tendo atravessado, chegaram a Genesaré.
35 As pessoas do lugar o reconheceram e mandaram anunciar por todos os arredores. Apresentaram-lhe, então, todos os doentes,
36 rogando-lhe que ao menos deixasse tocar na orla de sua veste. E, todos aqueles que nele tocaram, foram curados.
Palavra da Salvação.

Reflexão

Estamos no mês de Agosto, o mês das vocações! Quem vive a sua vocação, encontrou sentido para sua vida! 
A vocação nos direciona ao serviço, a sermos construtores de um mundo melhor, na família, na comunidade e na sociedade! 
Quando nos colocamos  a serviço da vida, já estamos respondendo a nossa  vocação,  nos posicionando, contrários a qualquer  sinal de morte! Jesus nos chama a exercer um determinado serviço, a assumirmos  livremente uma missão, quem diz “sim” ao seu chamado,  encontra o caminho aberto para desenvolver o dom que Deus lhe deu!
A certeza de que Jesus  nunca se distancia de nós, nos encoraja,  nos tira das margens, nos faz a avançar sem medo, para águas mais profundas!
O evangelho que a liturgia de hoje  nos apresenta,  nos coloca na barca de Jesus, enfrentando os mesmos desafios que os  primeiros discípulos enfrentaram quando tomaram  a trilha da fé! 
 A narrativa nos diz, que Jesus, depois da multiplicação dos pães, quando Ele  passou para os discípulos  a responsabilidade de alimentar uma multidão: “(Dai-lhes vós mesmos de comer”) ensinando-os a  partilhar,  manda-os  entrar na barca e seguirem  para outra margem, isto é,  para  irem ao encontro de outros povos. Podemos dizer  que  Jesus,  já  estava preparando  os discípulos para caminharem sem a sua presença física. Até então, eles eram totalmente dependentes da presença física de Jesus, não sabiam dar um passo sequer sem Ele, o que não poderia continuar, já que após a  volta de Jesus  para o Pai,  seriam eles, os responsáveis em  estar no comando   da sua barca.

 Em obediência a Jesus, os discípulos entram na barca e seguem sozinhos mar à dentro. Mas Jesus, assim como os pais  observam seus  filhos nos seus primeiros passos, observa-os de longe, sem os perder de vista!   Jesus vê, quando eles  são surpreendidos pelos ventos contrários em alto mar e  vai ao encontro deles, andando sobre as águas.

Tomados pelo medo, os discípulos  não o reconhece e  mesmo Jesus  tendo dito: “Coragem!” “Sou eu” Eles continuam apreensivos. Pedro exigiu-lhe uma prova: “ Senhor, se  és tu, manda-me ir a teu encontro caminhando sobre as águas.” Pedro, desce da barca e começa a andar sobre  as águas. Sentindo-se inseguro, imediatamente recorre a Jesus: “Senhor Salva-me”.  E Jesus,  estendendo  a mão, segura Pedro. A partir de então houve uma calmaria, os ventos cessaram e os discípulos  prostraram diante de Jesus dizendo: Verdadeiramente tu és o Filho de Deus!”   

Com sua insegurança, Pedro demonstrou que ainda dependia da presença física de Jesus, ele ainda não tinha uma fé suficiente madura para entender que até mesmo à distancia, Jesus  o salvaria, como  curou o empregado de um soldado romano, à distancia. (Lc 7,6-7)

Assim como Pedro vacilou várias vezes na fé, nós também vacilamos, mas o importante,  é fazer como Pedro: exercitar a fé, buscando Jesus! A fé é uma  construção, que se desenvolve através de um processo lento, que vai se solidificando à medida em que buscamos Jesus.

O texto chama a nossa atenção para  a essencialidade da fé! Sem uma fé firme, com raízes profundas, não tem como  vivermos bem  a nossa vocação, afinal,  a vocação é um exercício da fé.
Assim como os discípulos tiveram dificuldades em atravessar  para outra margem,  nós também  temos dificuldades em  atravessar o mares impetuosos  do nosso interior,  para chegar ao outro!
Quando somos surpreendidos pelas ondas do mar revolto e ficamos a - deriva,  podemos ter a certeza de que Jesus virá  ao nosso encontro! Ele não virá  na mesma  roupagem, que Ele foi ao encontro  dos discípulos, hoje, Ele  vem até a nós, escondido no coração de alguém. Mas o que importa, não é como Jesus chega até a nós, o importante é que Ele chega, é que Ele  vem nos salvar!

Quem tem fé, nunca perde a esperança, nunca se deixa abater diante às dificuldades da vida, pois carrega consigo, a certeza de que em Jesus, está o seu porto seguro! 

 

 

 

Olívia Coutinho

Nenhum comentário: