A comemoração do dia de Finados nos faz refletir sobre o mistério da morte. Diz o Concílio Vaticano II na Declaração Nostra Aetate, sobre a Igreja e as religiões não-cristãs: "Os homens esperam das diversas religiões respostas para os enigmas da condição humana (...) que é a morte, o juízo e a retribuição depois da morte?" (nº 1). E na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo atual: "A fé cristã ensina que a própria morte corporal, de que o homem seria isento se não tivesse pecado, acabará por ser vencida" (nº 18). E adiante (nº 22): "Sofrendo por nós, (Cristo) abriu um novo caminho em que a vida e a morte são santificadas e recebem um novo sentido".
Por isso, a Constituição Sacrosanctum Concilium (nº 81) determinou: "As exéquias devem exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã". Quem se unir a Cristo crucificado certamente participará da vitória pascal. A Liturgia, no Prefácio dos Defuntos, apresenta, com admirável precisão, a visão cristã da morte. "Senhor, para os que crêem em Vós, a vida não é tirada, mas transformada e, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus uma eterna morada". Também o Concílio é claro: "Terminado o único curso da nossa vida terrestre, possamos entrar com Ele para as bodas e mereçamos ser contados entre os benditos" (Lumen Gentium, nº 48).
Não voltaremos mais a outras vidas terrestres, pois diz a Epístola aos Hebreus (9, 27): "Os homens devem morrer uma só vez". Ensina o Catecismo da Igreja Católica (nº 1.014): "Não existe 'reencarnação' depois da morte". A misericórdia divina não tem limite. No entanto, o homem, por ser livre, pode optar por uma auto-exclusão. Quando a inteligência humana, por ser limitada, não entende a presença da infinita Misericórdia em certos episódios, resta sempre a luz da Fé para iluminar nosso Credo.
A comemoração dos fiéis defuntos nos oferece excelente oportunidade para uma meditação profunda sobre o significado da morte e as lições daí decorrentes. Faz bem aos homens uma visita ao cemitério ou permanecer no silêncio de uma igreja, abrindo o coração a Deus, que passou pela morte ignominiosa da crucificação e daí fez surgir a glória da Ressurreição.
Há várias pistas que nos podem orientar nessas ocasiões de reflexão. Uma entre elas é a precariedade da vida humana. Em cada sepultura estão os restos mortais dos que percorreram, como nós o fazemos nestes dias, os caminhos da vida. Qual o seu valor após a chegada, muitas vezes inesperada, do chamado de Deus? Se isso ocorresse no instante deste exame proposto, estaria eu contente? Poderia dizer que aproveitei bem da permanência tão fugaz nesta terra, na preparação de uma eternidade? Diante da quantidade dos jazigos que guardam os restos mortais dos antepassados, qual o valor da existência humana, a importância de aproveitar uma passagem para que termine em uma eternidade feliz? Como é comum esquecer o momento presente para realizar as mudanças exigidas por uma inteligência iluminada pela Fé cristã!
Na audiência geral da quarta-feira, 6 de agosto de 2003, aniversário da morte de Paulo VI, assim se expressara o Papa João Paulo II: "Para os crentes, a morte é como um 'amém' final de sua existência terrestre. Assim foi, sem dúvida, para o Servo de Deus Paulo VI, que, na 'grande passagem', tornou manifesta a sua mais elevada profissão de Fé. Ele que, no encerramento do 'Ano da Fé', tinha proclamado com solenidade o 'Credo do Povo de Deus', selou-o com o último Amém".
Para nós, cristãos, a morte tem sua grandeza, pois se vincula com o Cristo na Cruz e com Ele participa da glória da Ressurreição, por toda a eternidade. Sem a crença no Redentor, pesa sobre a criatura o que nos diz o Concílio: "Diante da morte, o enigma da condição humana atinge o clímax" (Gaudium et Spes, nº 18). E o resultado são milhares de suicídios, cada ano. Os que fizeram essa opção chegaram à mesma conclusão: "A vida não tem sentido. É absurda. É melhor suprimí-la!" (Dicionário de Teologia Fundamental, Fisichella, pág. 672). Para quem recebeu o dom da Fé, morrer quer dizer nascer para sempre. Após o Batismo, que é o nascimento a partir da água e do Espírito, existe outro para a vida eterna. Cristão é aquele que acredita na boa notícia do óbito, que é uma vida que não conhece morte" (idem, pag. 673). Essas considerações nos fazem compreender o que São Paulo escreveu aos seus queridos filipenses (1,21-24): "Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro, mas se o servir na carne nos dá ocasião de trabalho frutuoso, não sei bem o que escolher. Sinto-me num dilema: o meu desejo é partir e ir estar com Cristo, pois isso me é muito melhor, mas o permanecer na carne é mais necessário por vossa causa".
O dia de Finados, se traz tantas recordações tristes - lembrando que o Senhor também chorou por seu amigo Lázaro (cf. Jo 11) - é rico de lições fundamentais à nossa existência terrena e eterna. Sem dúvida, ele pode ser sintetizado como sendo um dia que fala de maneira extraordinária da esperança que não se baseia nos homens, mas que nasce de Deus e a Ele nos conduz.
No mundo secularizado em que vivemos, onde constantemente a obra de Cristo, a Igreja, é atacada e, de modo particular, caluniada, faz-se mister viver em profundidade a esperança que nos enche de paz e tranqüilidade.
No dia de Finados, saudosos de nossos mortos, ouçamos o Apóstolo Paulo (2Cor 5,1.8-9): "Sabemos, com efeito, que se a nossa morada terrestre, esta tenda, for destruída, teremos no céu um edifício, obra de Deus, morada eterna, não feita por mão humanas (...). Sim, estamos cheios de confiança. E preferimos deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor. Por isto, também esforçamo-nos por agradar-lhe, quer permaneçamos em nossa mansão, quer a deixemos". No dia de Finados, que a esperança cristã invada nossos corações.
Por isso, a Constituição Sacrosanctum Concilium (nº 81) determinou: "As exéquias devem exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã". Quem se unir a Cristo crucificado certamente participará da vitória pascal. A Liturgia, no Prefácio dos Defuntos, apresenta, com admirável precisão, a visão cristã da morte. "Senhor, para os que crêem em Vós, a vida não é tirada, mas transformada e, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus uma eterna morada". Também o Concílio é claro: "Terminado o único curso da nossa vida terrestre, possamos entrar com Ele para as bodas e mereçamos ser contados entre os benditos" (Lumen Gentium, nº 48).
Não voltaremos mais a outras vidas terrestres, pois diz a Epístola aos Hebreus (9, 27): "Os homens devem morrer uma só vez". Ensina o Catecismo da Igreja Católica (nº 1.014): "Não existe 'reencarnação' depois da morte". A misericórdia divina não tem limite. No entanto, o homem, por ser livre, pode optar por uma auto-exclusão. Quando a inteligência humana, por ser limitada, não entende a presença da infinita Misericórdia em certos episódios, resta sempre a luz da Fé para iluminar nosso Credo.
A comemoração dos fiéis defuntos nos oferece excelente oportunidade para uma meditação profunda sobre o significado da morte e as lições daí decorrentes. Faz bem aos homens uma visita ao cemitério ou permanecer no silêncio de uma igreja, abrindo o coração a Deus, que passou pela morte ignominiosa da crucificação e daí fez surgir a glória da Ressurreição.
Há várias pistas que nos podem orientar nessas ocasiões de reflexão. Uma entre elas é a precariedade da vida humana. Em cada sepultura estão os restos mortais dos que percorreram, como nós o fazemos nestes dias, os caminhos da vida. Qual o seu valor após a chegada, muitas vezes inesperada, do chamado de Deus? Se isso ocorresse no instante deste exame proposto, estaria eu contente? Poderia dizer que aproveitei bem da permanência tão fugaz nesta terra, na preparação de uma eternidade? Diante da quantidade dos jazigos que guardam os restos mortais dos antepassados, qual o valor da existência humana, a importância de aproveitar uma passagem para que termine em uma eternidade feliz? Como é comum esquecer o momento presente para realizar as mudanças exigidas por uma inteligência iluminada pela Fé cristã!
Na audiência geral da quarta-feira, 6 de agosto de 2003, aniversário da morte de Paulo VI, assim se expressara o Papa João Paulo II: "Para os crentes, a morte é como um 'amém' final de sua existência terrestre. Assim foi, sem dúvida, para o Servo de Deus Paulo VI, que, na 'grande passagem', tornou manifesta a sua mais elevada profissão de Fé. Ele que, no encerramento do 'Ano da Fé', tinha proclamado com solenidade o 'Credo do Povo de Deus', selou-o com o último Amém".
Para nós, cristãos, a morte tem sua grandeza, pois se vincula com o Cristo na Cruz e com Ele participa da glória da Ressurreição, por toda a eternidade. Sem a crença no Redentor, pesa sobre a criatura o que nos diz o Concílio: "Diante da morte, o enigma da condição humana atinge o clímax" (Gaudium et Spes, nº 18). E o resultado são milhares de suicídios, cada ano. Os que fizeram essa opção chegaram à mesma conclusão: "A vida não tem sentido. É absurda. É melhor suprimí-la!" (Dicionário de Teologia Fundamental, Fisichella, pág. 672). Para quem recebeu o dom da Fé, morrer quer dizer nascer para sempre. Após o Batismo, que é o nascimento a partir da água e do Espírito, existe outro para a vida eterna. Cristão é aquele que acredita na boa notícia do óbito, que é uma vida que não conhece morte" (idem, pag. 673). Essas considerações nos fazem compreender o que São Paulo escreveu aos seus queridos filipenses (1,21-24): "Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro, mas se o servir na carne nos dá ocasião de trabalho frutuoso, não sei bem o que escolher. Sinto-me num dilema: o meu desejo é partir e ir estar com Cristo, pois isso me é muito melhor, mas o permanecer na carne é mais necessário por vossa causa".
O dia de Finados, se traz tantas recordações tristes - lembrando que o Senhor também chorou por seu amigo Lázaro (cf. Jo 11) - é rico de lições fundamentais à nossa existência terrena e eterna. Sem dúvida, ele pode ser sintetizado como sendo um dia que fala de maneira extraordinária da esperança que não se baseia nos homens, mas que nasce de Deus e a Ele nos conduz.
No mundo secularizado em que vivemos, onde constantemente a obra de Cristo, a Igreja, é atacada e, de modo particular, caluniada, faz-se mister viver em profundidade a esperança que nos enche de paz e tranqüilidade.
No dia de Finados, saudosos de nossos mortos, ouçamos o Apóstolo Paulo (2Cor 5,1.8-9): "Sabemos, com efeito, que se a nossa morada terrestre, esta tenda, for destruída, teremos no céu um edifício, obra de Deus, morada eterna, não feita por mão humanas (...). Sim, estamos cheios de confiança. E preferimos deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor. Por isto, também esforçamo-nos por agradar-lhe, quer permaneçamos em nossa mansão, quer a deixemos". No dia de Finados, que a esperança cristã invada nossos corações.
Fonte:encontrocomcristo.com.br
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