quinta-feira, 20 de maio de 2010

O CARDEAL E O ANTICRISTO

COMO NA DOUTRINA CATÓLICA, NÃO HÁ UM POSICIONAMENTO SOBRE QUEM SERIA O ANTICRISTO, SE UMA PESSOA, UM GRUPO DE PESSOAS OU UMA ERA, O BLOG TENTA ATRAVÉS DO PENSAMENTO DE ALGUNS GRANDES ESTUDIOSOS DA NOSSA IGREJA, CHEGAR A UMA COMPREENSÃO PRÓXIMA DO QUE SEJA O PENSAMENTO DA IGREJA CATÓLICA, MAS QUE NÃO ESTÁ EM SUA DOUTRINA.
SEGUE POR PRIMEIRO O CARDEAL GIACOMO BIFFI (79 anos, arcebispo de Bologna de 1984 a 2003, teólogo e grande estudioso de santo Ambrósio).
Matéria publica em 28.02.2007 - www.zenit.og


O cardeal Giacomo Biffi apresentou a Bento XVI e à Cúria Romana «a advertência profética de Vladimir S. Soloviev» sobre o anticristo.

O pregador dos exercícios espirituais fez referência ao filósofo e poeta russo, que viveu entre 1853 e 1900, para explicar que o anticristo, na verdade, consiste em reduzir o cristianismo a uma ideologia, em vez de ser um encontro pessoal com Cristo salvador.
Citando a obra de Soloviev, «Três diálogos» (1899), o arcebispo emérito de Bolonha recordou que
«o anticristo se apresenta como pacifista, ecologista e ecumenista».
«Convocará um Concílio ecumênico e buscará o consenso de todas as confissões cristãs, concedendo algo a cada um. As massas o seguirão, menos alguns pequenos grupos de católicos, ortodoxos e protestantes», disse.
Segundo a síntese de sua pregação desta terça-feira pela tarde, oferecida pela «Rádio Vaticano», o cardeal explicou que «
o ensinamento que o grande filósofo russo nos deixou é que o cristianismo não pode ser reduzido a um conjunto de valores. No centro do ser cristão está, de fato, o encontro pessoal com Jesus Cristo».
«Chegarão dias nos quais na cristandade se tratará de resolver o fato salvífico em uma mera série de valores», escreveu Soloviev nessa obra.
Em seu «Relato sobre o anticristo» Soloviev prevê que um pequeno grupo de católicos, ortodoxos e filhos da Reforma, resistirá e responderá ao anticristo: «
Tu nos dás tudo, menos o que nos interessa, Jesus Cristo».
Para o cardeal Biffi,esta narração é uma advertência. «Hoje, de fato, corremos o risco de ter um cristianismo que põe entre parênteses Jesus com sua Cruz e Ressurreição», lamentou.
O arcebispo explicou que, se os cristãos se «limitassem a falar de valores compartilháveis, seriam mais aceitos nos programas de televisão e nos grupos sociais. Mas desta maneira teriam renunciado a Jesus, à realidade surpreendente da Ressurreição».
Para o purpurado italiano, este é «o perigo que os cristãos correm em nossos dias»: «o Filho de Deus não pode ser reduzido a uma série de bons projetos homologáveis com a mentalidade mundana dominante».
Contudo, precisou o purpurado, «isso não significa uma condenação dos valores, mas que estes devem ser submetidos a um atento discernimento. Há valores absolutos, como o bem, a verdade, a beleza. Quem os percebe e os ama, ama também Cristo, ainda que não saiba, porque Ele é a verdade, a beleza, a justiça».
O pregador dos exercícios precisou na capela «Redemptoris Mater», do Palácio Apostólico do Vaticano, que, por outro lado, «há valores relativos, como a solidariedade, o amor pela paz e o respeito pela natureza. Se estes se convertem em absolutos, desarraigando ou inclusive opondo-se ao anúncio do fato da salvação, então estes valores se convertem em instigação à idolatria e em obstáculos no caminho da salvação».
Ao concluir, o cardeal Biffi afirmou que «
se o cristão, para abrir-se ao mundo e dialogar com todos, dilui o fato salvífico, fecha-se à relação pessoal com Jesus e se coloca do lado do anticristo».
Os exercícios espirituais concluirão na manhã do próximo sábado. Durante esta semana o Papa não está mantendo nem audiências públicas nem privadas
.

NAS MATÉRIAS POSTERIORES, O QUE DIZ O CATECISMO DA IGREJA E MAIS ALGUNS GRANDES ESTUDIOSOS SOBRE O ASSUNTO.




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