A PREGAÇÃO DE JESUS
A pregação no grupo de oração é um assunto que há muito tempo nos desafia.Primeiro, devido às nossas próprias limitações. Somos limitados em santidade, testemunho, formação bíblica, formação doutrinária e capacitação técnica para a comunicação. Segundo, porque a dinâmica do grupo é bastante exigente.O pregador tem somente de dez a quinze minutos para anunciar o evangelho com eficácia. Terceiro, porque o grupo recebe toda espécie de filhos de Deus.Lá vão pessoas equilibradas, saudáveis, bem encaminhadas na vida, que talvez buscam somente respostas para seus anseios espirituais.Junto com elas vão pessoas doentes do espírito, da alma e do corpo. Estas, além de necessitarem de ajudas espirituais, necessitam, em primeira mão, de soluções para depressão, desesperança, compulsão para suicídio, cefaléias, cardiopatias, doenças renais, nevralgias, etc., etc., etc…Seria ilusão ignorar os problemas relacionados com a humanidade dos freqüentadores do grupo de oração, para levar-lhes somente um ensinamento doutrinário, ainda que fosse perfeito do ponto de vista teológico.Tal atitude excluiria quase cem por cento das pessoas.O que fazer, então?
Para começar, poderíamos seguir o exemplo de Jesus.No seu tempo o povo sofria de males semelhantes aos que nos acometem nos dias de hoje. Certa vez ele estava pregando na entrada do templo, para ovelhas sem pastor, mais ou menos como as que vão ao grupo de oração.Ele não perdeu tempo com rodeios, utopias, ou outros devaneios. Foi direto às suas necessidades, pois sabia que buscavam soluções reais para problemas que as afligiam diariamente. E elas iam a Jesus porque sempre recebiam o que buscavam.Jesus tinha um jeito especial de atender a cada uma. Naquele dia, em especial, as autoridades do templo ficaram muito indignadas com os frutos da pregação do Senhor (Jo 7,28-47), pois inúmeras pessoas acreditavam nele, e muitas já pensavam que ele deveria ser o Cristo, o prometido do Pai, por isso enviaram soldados para prendê-lo.Os soldados o encontraram pregando ainda na porta do templo, e o ouviram dizer, entre outras coisas:“Se alguém tiver sede, venha a mim e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva”.Após a pregação, juntamente com muitos outros ouvintes, ficaram impressionados com o que ouviram, voltaram sem prender Jesus e disseram às autoridades: “Jamais homem algum falou como este homem!…”Que pregação! Até os soldados que foram prendê-lo desistiram da tarefa, após ouvi-lo.Jesus pregou eficazmente.
Despertou a fé nos ouvintes e apontou-lhes a salvação, isto é, ele mesmo; abriu-lhes o coração para que recebessem as soluções que necessitavam.É que ele pregava a verdade de maneira simples, direta e ardorosa.Sua pregação era querigmática. Até quando exortava os fariseus era para que voltassem à razão e se convertessem.Pregações querigmáticas são todas aquelas relacionadas com os seguintes temas: o amor de Deus, o pecado, a salvação, a fé, a conversão, o Espírito Santo e a comunidade, como fruto do Espírito Santo.Mas a pregação querigmática, por si só, não é garantia de eficácia.Para produzir fruto, ela deverá também ser ungida, ardorosa e entendida por quem dela necessitar.Como foi a pregação de nosso Senhor Jesus Cristo, deverá ser a nossa.
2. O ROTEIRO DE PREGAÇÃO - Alguns irmãos enganam-se sobre certos aspectos da pregação no grupo de oração. Pensam que por ela ser de curta duração não necessitam de preparação conveniente.E alguns até correm o risco de negligenciarem os jejuns e as orações. Às vezes as pregações são confundidas com simples conversas, com meros bate-papos, com recados de comadres, ou, quando muito, com uma palestra. Não!Pregação não é isso. Pregação é o que deve ser: PREGAÇÃO.
A pregação não pode ser substituída por nada, sob pena de causar sério prejuízo à evangelização. Jesus tinha duas formas de evangelizar. Uma delas era a pregação, a outra, as obras.Quanto menor o tempo para pregar, mais cuidadoso deve ser o planejamento.Em uma pregação de uma hora, o pregador terá sessenta minutos para ajudar as pessoas abrirem seus corações para Deus.Caso cometa alguma falha, terá tempo suficiente para retificá-lo. Com uma pregação de curta duração o desafio é maior.Ocorrendo algum erro, corre-se o risco de por a pregação a perder, pois o tempo poderá não ser suficiente para consertar. De mais a mais, o pregador só terá alguns minutos para apresentar aos ouvintes o caminho da graça, Jesus, e de forma que eles entendam e aceitem.É por isso que quanto menor for o tempo, mais bem preparada deve ser a pregação.O planejamento da pregação materializa-se em um roteiro de pregação que deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e peroração(última parte de um discurso).A introdução é uma preliminar do que será a pregação. Nela o pregador anuncia o tema e algumas idéias que desenvolverá. É importante apresentar aos ouvintes alguns motivos pelos quais será bom que ouçam a pregação.No desenvolvimento o pregador apresenta as idéias principais da pregação e as sustenta com argumentos sólidos, fundamentados na Sagrada Escritura.Nesta parte os testemunhos são muito bem-vindos.A peroração é a conclusão dos discursos.
Não de qualquer discurso, mas dos discursos que são verdadeiras peças de oratória.A pregação, do ponto de vista da comunicação verbal, deve ser uma bela peça de oratória.Como a pregação dura entre dez e quinze minutos, não deve conter muitas idéias, principalmente em se tratando de novidades.É preferível uma ou duas idéias bem compreendidas, acolhidas de boa vontade, para serem praticadas, a uma porção de idéias confusas.Muitas idéias, ainda que a argumentação seja perfeita, corre o risco de não serem bem entendidas pelos ouvintes, quando o tempo da pregação é pequeno. “Quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração” (Mt 13,19).O roteiro tem a função de melhorar a comunicação.
Isso significa que ele dá ao pregador mais facilidade para pregar, além de brindar os ouvintes com idéias mais claras.
Fonte: Site do Pregador
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