sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PLENITUDE QUE LIBERTA, ENCHE E NÃO ESVAZIA.


«O que Tu queres que eu peça, peço; o que Tu não queres, não quero,nem mesmo o posso, nem sequer me passa pelo pensamento querer»[São João da Cruz, Chama, 1, 36]


Uma árvore com vários anos de existência, vivia numa grande planície.Ao seu redor floriam pequenas flores. Uma das flores perguntou um dia à grande árvore:- Olha lá... sob que luz trabalham os pastores em seus pastos de planícies verdejantes?- Sob que luz? Que pergunta… – Retorquiu-lhe a grande árvore.- Sim. Sob que luz? Não poderão trabalhar eternamente na contemplação do sol, das estrelas, do luar, do fogo?- Trabalham sob a luz do astro Sol. – Respondeu-lhe a grande árvore?- E quando a luz do sol deixar de existir na terra? – Perguntou novamente a flor.- Talvez nesse instante se apercebam da sua ausência e tenham que trabalhar à luz do luar, da estrelas, do fogo que arde, da chama que alumia a noite…A flor como era muito curiosa, estava preocupada pela não comparência dos seus amigos pastores se caso não existisse o sol, o luar, o fogo… algo que lhes pudesse iluminar o caminho.Não queria deixar de poder ver as ovelhas que alegremente nos campos corriam, os pastores que seguiam… Se não existisse luz para os iluminar, que seria de suas vidas.

Permaneceriam no vazio, na eterna noite, sem luz, nem guia?Estando preocupada voltou a questionar a grande árvore:- E quando nenhuma luz existir?- Tu és sempre assim. Que perguntas fazes tu pequena flor! Não sei o que respondo é o mais certo. O que penso é o que te digo… Penso que quando o sol, a lua, o fogo e tudo mais que possa ser luz no caminho dos pastores e das suas ovelhas se extinguir, os próprios, terão descoberto a luz que imana de si mesmos. Poderão caminhar com a sua própria luz, a luz da interioridade armazenada. Com a luz que conseguiram armazenar no seu interior enquanto pastoreavam as suas ovelhas, durante anos. Sabes pequena flor, no jardim florido, nos prados verdejantes que a meus pés te colocas, a alegria brotará sempre de cada pastor, de cada ovelha, deles emergem experiências de vidas únicas.Olhares contemplativos que vivem em plenitude! Plenitude que liberta, enche e não esvazia. [VP -15.VI.08]


com minha pobre benção
Pe.Emílio Carlos+

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