domingo, 21 de novembro de 2010

BENTO XVI CRIA 24 NOVOS CARDEAIS.


VATICANO, 20 Nov. 10 / 06:10 pm (ACI).- O Papa Bento XVI presidiu esta manhã na Basílica de São Pedro o Consistório no qual criou 24 novos cardeais, entre eles quatro do continente americano. Em sua homilia recordou que o critério de grandeza na Igreja não está no domínio nem o poder mundanos, a não ser no serviço ancorado no amor de Cristo. Entre os novos cardeais, quatro são do continente americano, e um deles é o arcebispo de Aparecida e presidente do CELAM, Dom Raymundo Damasceno Assis.No rito de criação dos novos membros do Colégio Cardinalício o Papa leu a fórmula respectiva, proclamou solenemente os nomes dos novos cardeais e o Cardeal Angelo Amato dirigiu umas palavras de agradecimento ao Santo Padre.Depois do Evangelho Bento XVI pronunciou uma homilia e continuando com o rito os cardeais fizeram a profissão de fé e o juramento de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores. Seguidamente se ajoelharam ante ele para receber o barrete cardinalício e intercambiar o abraço da paz.Em sua homilia, o Papa explicou o especial vínculo de comunhão que une aos cardeais com o Sucessor de Pedro no serviço a Deus e a Igreja.
O Papa se referiu à passagem evangélica na que o Senhor explica aos Apóstolos que para o primeiro ser entre os crentes é necessário colocar-se ao serviço dos outros e descartar a visão mundana do poder e as honras; e abraçar em troca a Cruz e a humilhação que esta suporta."Qual é então o caminho que deve percorrer quem quer ser discípulo? É o caminho do Mestre, é o caminho da total obediência a Deus. Por isso Jesus pergunta a Tiago e João: estão dispostos a compartilhar minha opção de cumprir até o final a vontade do Pai? Estão dispostos a caminhar este caminho que passa pela humilhação, o sofrimento e a morte por amor? Os dois discípulos com sua resposta firme: ‘estamos’, mostram que não entenderam o sentido real disto que os propôs seu Mestre", explicou o Santo Padre.Depois de precisar que "nas mãos do Pai Celestial, o homem não deve calcular, deve simplesmente abandonar-se a Deus, sem reclamar, conformando-se à Sua vontade", o Papa Bento XVI indicou que a vocação para "estar com Jesus" recorda "com claridade que todo ministério eclesiástico é sempre resposta a um chamado de Deus, não é nunca fruto do próprio projeto ou de uma ambição própria, mas é conformar a própria vontade a do Pai que está nos Céus, como Cristo em Getsêmani".
Cristo, disse o Papa Bento, indica o ponto de referência para todo cristão: o serviço concretizado na entrega total por amor na Cruz, no dom da vida entregue como "resgate", como redenção por muitos: "é uma mensagem que vale para toda a Igreja, vale sobre tudo para aqueles que têm como tarefa a guia do Povo de Deus".Dirigindo-se aos novos cardeais, o Santo Padre assinalou que para servir a Deus e sua Igreja é necessário "ancorar-se radical e mais profundamente em Cristo. A relação íntima com Ele, que transforma sempre a vida e nos faz dizer como São Paulo ‘vivo eu mas não sou eu, é Cristo que vive em mim’, constitui a exigência primária para que nosso serviço seja sereno e alegre e possa dar o fruto que espera o Senhor de nós".
O Papa pediu logo rezar pelos novos cardeais e assinalou que amanhã domingo, Solenidade de Cristo Rei, entregará aos novos cardeais o anel cardinalício. Seguidamente fez votos para que Deus sustente "os novos Cardeais no esforço de serviço à Igreja, seguindo Cristo desde a Cruz, inclusive, se for necessário, até a efusão do sangue, dispostos sempre, como dizia São Pedro na leitura proclamada, a responder a qualquer um que pergunte pela razão da esperança que está em nós"."A Maria Mãe da Igreja, confio os novos cardeais e seu serviço eclesiástico, para que, com ardor apostólico, possam proclamar a todas as pessoas o amor misericordioso de Deus. Amém", concluiu.
Os 24 novos cardeais são: Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos; Antonios S.B. Naguib, Patriarca Copto de Alexandria (Egito); Robert Sarah, Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum; Franceso Monterisi, Arcipreste da Basílica papal de São Paulo Extramuros; Fortunato Baldelli, Penitenciário Mor da Santa Sé; Raymond Leo Burke (Estados Unidos), Prefeito do Tribunal Supremo da Assinatura Apostólica; Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; Paolo Sardi, Vice-Camarlengo da Santa Igreja Romana; Mauro Piacenza, Prefeito da Congregação para o Clero; Velasio de Paolis, Presidente da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé, Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura; Medardo Joseph Mazombwe, Arcebispo Emérito de Lusaka (Zâmbia).Raúl Eduardo Vela Chiriboga (Equador), Arcebispo Emérito de Quito; Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kinshasa; Paolo Romeo, Arcebispo de Palermo; Donald Williams Wuerl (Estados Unidos), Arcebispo de Washington; Raymundo Damasceno Assis (Brasil), Arcebispo de Aparecida; Kazimierz Nycz, Arcebispo de Varsóvia; Alberto Malcolm Ranjith Patabendinge Don, Arcebispo de Colombo; Reinhard Marx, Arcebispo de Munique e Freising; José Manuel Estepe Llaurens (Espanha), Arcebispo Emérito Militar; Elio Sgreccia, Presidente Emérito da Pontifícia Academia para a Vida; Walter Brandmuller, Presidente Emérito do Comitê Pontifício de Ciências Históricas; e Domenico Bartolucci, Ex-professor Diretor da Capela Musical Pontifícia.

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