Leitura do livro do Gênesis – Naqueles dias, 18Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como sacerdote do Deus altíssimo, 19abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus altíssimo, criador do céu e da terra! 20Bendito seja o Deus altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo. – Palavra do Senhor.
Tu és sacerdote eternamente, / segundo a ordem do rei Melquisedeque!
1. Palavra do Senhor ao meu Senhor: / “Assenta-te ao lado meu direito / até que eu ponha os inimigos teus / como escabelo por debaixo de teus pés!” – R.
2. O Senhor estenderá desde Sião † vosso cetro de poder, pois ele diz: / “Domina com vigor teus inimigos. – R.
3. Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; † na glória e esplendor da santidade, / como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!” – R.
4. Jurou o Senhor e manterá sua palavra: † “Tu és sacerdote eternamente, / segundo a ordem do rei Melquisedeque!” – R.
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 23o que eu recebi do Senhor, foi isso que eu vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a Nova Aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. 26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha. – Palavra do Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou o pão vivo descido do céu; / quem deste pão come sempre há de viver! (Jo 6,51) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 11Jesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam. 12A
tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e
disseram: “Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos
vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. 13Mas
Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só
temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida
para toda essa gente”. 14Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. 15Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. 16Então
Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu,
abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à
multidão. 17Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram. – Palavra da salvação.
Reflexão
Veja, meus irmãos e minhas irmãs, hoje, nós estamos celebrando, com toda a Igreja, a Solenidade de Corpus Christi, o Corpo do Senhor. Estamos amando, venerando, adorando Jesus presente na Eucaristia. E o Evangelho de hoje nos apresenta o episódio da multiplicação dos pães e dos peixes, da capacidade de Jesus de saciar a fome dos Seus discípulos, a fome da multidão.
“Dai-lhes vós mesmos de comer.” Para o povo, não podemos dar entretenimento, para o povo dá-se Eucaristia, dá-se Cristo, dá-se a própria vida. Foi isso que Jesus ensinou para os Seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer”, participar do sacrifício de Cristo para alimentar a fome do mundo.
Porque nós podemos ser muito tentados a dar entretenimento para o povo, a deixar o povo numa situação não de conversão, mas de ignorância. Mas a Palavra do Senhor quer hoje, nesta Solenidade, alertar-nos, despertar-nos para que com Cristo nós também nos ofereçamos, nós também sejamos Eucaristia para a vida dos nossos irmãos.
Pode parecer um absurdo, mas não! Somos chamados a comungar da vida de Cristo, a nos unir profundamente à vida de Cristo e ser alimento para a vida dos nossos irmãos, porque a fome do povo é fome de amor, é fome de sentido da vida, é fome de esperança.
Na Eucaristia, nós temos a demonstração clara e explícita de que Deus quis matar a fome do Seu povo sendo alimento para ele
Podemos e devemos, sim, engajar-nos em iniciativas sociais de assistência social, de obras de caridade — claro, nós podemos e devemos fazer isso —, para dar também de comer a quem tem fome, de uma maneira bem concreta, talvez com pessoas e famílias muito perto de você que passam por necessidades materiais. Mas não podemos nos esquecer de que também existe, no coração do povo, muita fome, fome de Deus, fome da Palavra de Deus.
E a Eucaristia é justamente essa demonstração de que Deus quis matar a nossa fome de amor, Ele quis matar a nossa fome de presença, porque a Eucaristia é a presença real de Jesus perene, todos os dias, em todos os momentos da nossa vida. Ele quis ser a nossa companhia.
Então, na Eucaristia, nós temos a demonstração clara e explícita de que Deus quis matar a fome do Seu povo sendo alimento para ele. E o bonito é que Deus quer usar das nossas mãos, porque Jesus disse para os discípulos distribuírem os pães e os peixes.
Somos esses portadores, somos aqueles instrumentos para que o milagre de Deus aconteça na nossa pobreza, na nossa pequenez. Cinco pães e dois peixes. O que é isso para tanta gente? O que é a nossa fragilidade diante de Deus? Nada! Mas Ele quer se servir de mim e de você para continuar sendo Eucaristia, sendo presença na vida do Seu povo.
Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Nenhum comentário:
Postar um comentário