quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MUNDO VERTIGINOSO

Nós, da geração madura (!), podemos ser pegos por surpresas permanentes. As cidades, cujas ruas e traçados conhecíamos tão bem, agora tem avenidas novas; o que era mão, virou contramão; as casas tradicionais foram substituídas por sobrados, prédios e portentosos edifícios. Nenhuma cidade de médio porte, onde estivemos pela última vez há vinte anos, é reconhecível. Nelas nos perdemos vergonhosamente. Do conhecimento das pessoas nem é bom falar. Os líderes da cidade, do comércio, das comunicações, nós os conhecemos como fagueiras crianças na creche. Precisamos ser céleres, e correr atrás do prejuízo, pois o mundo moderno está em alta velocidade. Olhemos especialmente para o computador, que já está à nossa frente. Valhamo-nos talvez, dos préstimos de algum menino-prodígio, para não fazermos feio.

Mas tudo isso não é nada, comparado com as teorias da sexualidade que estão circulando por aí. A evolução dos valores é de causar estupefação nas mentes das pessoas, que tinham uma certa clareza em assuntos morais. As novas idéias - diga-se de passagem - nem sempre vem refletidas dentro dos parâmetros de uma boa filosofia. Se você achava que entendia o que é ser homem, e o que é ser mulher, esqueça. Hoje não se fala mais que, quem faz a mulher ser mulher, é o homem. Nem quem faz o homem se sentir homem é a presença da mulher. Hoje, numa afirmação de difícil comprovação, as feministas radicais dizem que ninguém nasce mulher, ou homem.
 
A mulher se torna mulher, segundo a sua decisão. Esse tipo de feminismo, na verdade, desenvolve a anti- heterossexualidade. É anti-varão e anti-filho, por achar que daí brota toda a opressão. Quer, na verdade, partir para outras experiências sexuais, cujo objetivo em si é a busca do prazer. Longe de mim desprezar o que falam as grandes feministas. É preciso ouvi-las, e estabelecer um diálogo democrático, isento de agressões. Algumas proposições, na verdade, levam ao eterno enfrentamento. Assim jamais haverá harmonia entre homem e mulher. As idéias insinuam que o Criador não foi sábio ao prever que à mulher (sem prejuízo de outras atribuições), cabe a missão maravilhosa de ser a mãe da nova geração, e a esposa unida dignamente ao seu marido como parceira permanente. Jesus mostrou que a boa paz é possível entre varão e mulher. Ele estava sempre acompanhado por um diligente grupo de santas mulheres.




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Dom Roque Oppermann
Arcebispo de Uberaba - MG

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