Estudo realizado em um dos países com os menores índices de violência no trânsito mostra que as mulheres são mais prudentes ao volante do que os homens.
As vias de trânsito da
Espanha matam mais homens do que mulheres. É o que mostra o estudo
“Automóvel e Mobilidade Sustentável”, realizado pela Cátedra Eduardo
Barreiros, uma colaboração entre a Fundação Eduardo Barreiros e a Escola
Técnica Superior de Engenheiros Industriais da Universidade Politécnica
de Madri.
A pesquisa, intitulada “Mulheres motoristas na Espanha – envolvimento em acidentes de trânsito e comparação com os homens”, desmonta
claramente os mitos sobre a habilidade de dirigir das mulheres e alerta
para a desigualdade de gênero ao volante no quarto país com menos
mortalidade por acidentes de transido da União Europeia.
“O objetivo do estudo é oferecer informação concreta sobre os
condutores espanhóis, que ajude em medidas para evitar acidentes”,
explica Emilio Serrano, do departamento de Comunicação da Cátedra
Eduardo Barreiros. O estudo analisou mais de 2.000 acidentes ocorridos
na Espanha. “Além disso, na pesquisa, foram alisados fatores como idade,
tipo de veículo e tipo de via em que aconteceram os acidentes”,
detalha Serrano.
A análise, pioneira neste âmbito, propõe-se a retratar de maneira
elaborada o mapa da condução na Espanha para evitar novos acidentes
mediante a regulação, a sensibilização e a formação dos motoristas.
“Quanto mais detalhes sobre as tendências de condução em diferentes
perfis de motoristas, mais é possível insistir em certos aspectos na
hora de ensinar as pessoas a dirigir”, assegura Emilio Serrano.
Homens são menos respeitosos. Mulheres são mais descuidadas
As principais conclusões do estudo revelam que as mulheres se envolvem mais em pequenos acidentes de trânsito, sem consequências graves, como as saídas de pista.
Por outro lado, os homens se envolvem mais em atropelamentos,
capotamentos e colisões frontais, pois apresentam uma condução mais
agressiva.
Os homens também recebem mais multas por excesso de velocidade do que
as mulheres, pois têm uma conduta menos respeitosa às leis de trânsito.
As mulheres, por outro lado, superam os homens em infrações por
condução desatenta e por circular com a inspeção técnica do veículo
vencida.
Outra revelação da pesquisa: a taxa de infrações sobre o consumo de
álcool e drogas é cinco vezes maior entre os homens do que entre as
mulheres. “É certo que existe 46% mais homens com carteira de motorista,
mas o estudo levou em conta este fato e ponderou os resultados entre
homens e mulheres, para poder compará-los”, declara Emilio Serrano.
O estudo também analisou o número de vítimas fatais por ocupantes de
veículos. Quando o condutor é um homem, este índice é o dobro do que os
casos em que o condutor é mulher.
Quanto à idade, o número de acidentes é maior entre as pessoas mais
jovens (18-30 anos). As razões desta diferença estão relacionadas aos
níveis de exposição e riscos assumidos, tanto por mulheres quanto por
homens. Os autores não descartam outros fatores como a condução sob
influência do álcool ou outra droga, o tipo de veículo dirigido e o tipo
de via em que se circula.
Mariluz Barreiros, presidente da Fundação Eduardo Barreiros, destacou
que nas vias espanholas ainda há muito trabalho para se fazer, pois “a
Espanha viveu um avanço notável na segurança de tráfego nos últimos
anos, mas é imprescindível continuar entendendo os motivos dos acidentes
e como preveni-los”.
Miriam Diez Bosch
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