quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PROMESSAS FEITAS A DEUS E AOS SANTOS.

A Bíblia fala nas promessas de Deus que são profecias. Deus fiel as cumpre, mas nem sempre os homens fizeram por merecer as recompensas divinas pela obediência aos mandamentos. Jesus foi o grande Prometido de Deus como objeto das promessas e portador de novas promessas. Cumpre seguir seus ensinamentos para atrair todas as graças da redenção. Quanto a promessas humanas feitas a Deus e aos santos é preciso, em primeiro lugar, saber que não se deve jamais comercializar os dons divinos.
 
 O mercantismo espiritual é sumamente condenável. Religião é culto a Deus que é Senhor misericordioso. O que Jesus ensinou foi: “Pedi e recebereis; buscai e achareis” (Mt 7,7. Quem reza com fé obtém as graças divinas e, se não recebe especificamente o que solicitou, não deixará de alcançar algo bem melhor condizente à sua salvação e à do próximo por quem orou. Deus é quem sabe o que é melhor para cada um. A verdadeira confiança em Deus e na poderosa intercessão dos santos não deve se externar de maneira tão pouco recomendável e interesseira através de promessas. Condicionar as graças divinas ao fato de ser atendido por que se lhe prometeu alguma coisa é um absurdo.
 
 
O Ser Supremo não estabeleceu um balcão lá no céu para oferecer suas dádivas em troca de promessas. Quem, ingenuamente, fez promessas a Deus, à Virgem Maria ou aos santos e anjos deve procurar um sacerdote para comutar o voto caso não o possa cumprir. A melhor penitência é o cumprimento do dever de cada dia, a prática das virtudes e total adesão à vontade divina. O bom cristão, alcançada a graça pedida, agradece ao Criador e aos santos, procurando, isto sim, ser mais cada dia mais perfeito. Procure por em prática o que está no salmo 136, dando ação de graças pelos benefícios recebidos, sem ter feito nenhuma promessa. É preciso que os verdadeiros cristãos não tenham nunca uma visão antropomórfica de Deus, visto como o Grande Banqueiro, cuja clemência é obtida através de seduções muito humanas. Cumpre, isto sim, uma fé inabalável no Criador e não se basear em seduzimentos que revelam uma insegurança existencial que cumpre seja vencida. É necessário que brilhe sempre a coragem daquele que sabe que o Senhor é seu pastor e que nada lhe há de faltar.
 
 
Deus, como ensinou Jesus, é o Pai nosso que está nos céus e, como filhos, se deve viver na certeza de seu amor paterno. Foi o que ressaltou São Paulo: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não nos terá dado tudo com Ele?” (Rm 8,32). Diferente é a conduta do cristão que, sem fazer promessas, recebe as graças divinas através de Maria ou dos santos e, agradecido, vai em peregrinação aos santuários marianos ou aos templos especialmente dedicados ao santo de sua devoção. Ainda no mês de julho quem traceja estas linhas foi a Vendeville, perto de Lille no norte da França, em peregrinação ao Santuário de Santa Rita de Cássia, à Capela da Medalha Milagrosa em Paris e, nesta cidade, à Basílica de Nossa Senhora das Vitórias.
Milhares de romeiros a cada dia estão em Aparecida agradecendo os favores obtidos pela Padroeira do Brasil. Isto é sumamente louvável.

        
Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
Local:Mariana
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