terça-feira, 23 de agosto de 2011

QUANDO AS NOSSAS PALAVRAS ESTÃO EM HARMONIA COM O ESSENCIAL DA NOSSA VIDA.







 


Lucas 6,46-49


Como noutras partes do Evangelho (Mateus 7,21), Jesus sublinha a ligação necessária entre o que pensamos e falamos e a forma como vivemos.


Quando as nossas palavras estão em harmonia com o essencial da nossa vida, elas adquirem solidez.


A sua autenticidade manifesta-se àquele que fala e àquele que escuta. Foi essa a impressão que as pessoas tiveram de Jesus (ver João 7,46), e não apenas os seus amigos.


Ao contrário, as palavras sem raízes, que não são confirmadas por uma vida, enganam. Como uma casa sem fundações, elas dão a falsa impressão de ser um abrigo. Palavras dessas são piores que silêncio.

«Porque não fazem…?» pergunta Jesus. Nesta passagem, Jesus não fala em primeiro lugar da preguiça. A história que Jesus conta não opõe uma pessoa ativa a alguém que nada faz. As duas pessoas de que Jesus fala constroem uma casa. A diferença está no fato de apenas uma cavar fundo.

Procurar descobrir, pela oração e reflexão, um fundamento mais profundo para a nossa vida é essencial, se queremos acolher a palavra de Deus e deixar que ela determine a nossa atividade.

Porque recusaríamos cavar assim? É que pode parecer que cavar assim seria ineficaz. Não dá resultados visíveis no imediato, nem para nós próprios nem para os outros. Uma vida construída sobre a areia, no entanto, pode parecer bem sucedida. E então podemos perguntar-nos porque havemos de cavar: depois de tirar várias pás, só há areia e pequenas pedras, nada de sólido. Porquê continuar a cavar, esforçando-nos por fazer um buraco onde corremos o risco de desaparecer completamente? «Cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha»: esta passagem contém uma promessa. Podemos cavar com a confiança de que, mais profunda do que os desejos instáveis e contraditórios que nos habitam, há uma rocha sobre a qual pode descansar a nossa vida. Quando nos esforçamos para cavar até essa rocha, as nossas palavras e os nossos atos começam a ressoar juntos.

- Que descobertas já fiz que foram como rochas sobre as quais posso construir?

- Quais as palavras de Cristo que ouvi e ainda não consegui pôr em prática?



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Pe. Emílio Carlos +

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