É impossível falar da história de São Francisco sem fazer referência à pobreza.
A pobreza está no coração do movimento franciscano. E o que mais encanta, atrai e fascina as pessoas é que Francisco não nasceu pobre, mas se fez pobre.
Francisco, por diversas circunstâncias, entre elas, ter ido para a guerra, ter sido preso e também pela fragilidade da sua saúde; acabou chegando ao limite da sua condição humana.
E ao chegar nesse limite tornou-se sensível para vida e para Deus. Abriu-se para algo que até então não havia percebido.
No centro da conversão de Francisco está o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Francisco passa a enxergar o evangelho com outros olhos. O Cristo que antes era apenas Jesus, agora é Jesus Cristo POBRE, HUMILDE E CRUCIFICADO.
E este agora fala com Francisco não só pela palavra, a Bíblia, ou pela boca dos pregadores, mas começa a manifestar-se através de toda a criação e especialmente nos mais pobres e humildes.
Francisco intuiu que Deus, mesmo na sua grandeza, se fez pobre, pequeno, e fez todo um caminho até doar-se como pobre na cruz.
A partir desta percepção é que Francisco começa a trilhar o seu árduo caminho de conversão para a pobreza.
Podemos entender a pobreza franciscana a partir de dois fatos da vida de Francisco. O primeiro quando ele, em praça pública, fica nu diante de todos devolvendo tudo para o seu pai e declarando-se na presença do bispo, inteiramente livre nos braços do grande PAI. Coloca-se totalmente nos braços de Deus despojando-se de todos os bens paternos que tinha direito.
Desfazer-se de bens, viver com o mínimo, não ter nada em seu próprio nome; a partir desta ótica a pobreza franciscana pode ser considerada apenas o NÃO TER.
Mas a pobreza franciscana ultrapassa o apenas não ter.
E aí podemos lembrar o encontro de Francisco com o leproso.
Francisco encontra o leproso, o olha, desce do cavalo, aproxima-se dele e o abraça.
Nessa ótica a pobreza franciscana exige de nós a atitude do “fazer-se igual ao outro”, aqui no caso, fazer-se igual aos mais necessitados, colocar-se em pé de igualdade com eles, acolhêlos e especialmente caminhar junto deles.
Comungar da mesma sorte e da mesma luta, sonhos, anseios e desejos. Não apenas como um ideal ou por simples caridade. Mas porque o outro tem a mesma dignidade e direito de filho de Deus como eu. Somos iguais!
Fica aí o desafio para nós seguidores de Francisco: realizarmos o mesmo caminho de conversão do Santo de Assis em direção aos pobres do nosso tempo, caminho este que nos exige força de vontade, mudança de valores e especialmente muito amor, tendo sempre o evangelho como orientação.
Frei Franklin F. S. de Freitas
A†Ω
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