Nós meditamos porque acreditamos em Cristo, cremos em como Ele vive e em como Ele vive em nós. Acreditamos que Ele apela a que renunciemos ao nosso EU e a que O sigamos até ao Reino de Deus.
É a nossa fé que faz com que a nossa meditação seja cristã. Ela também é cristã porque está centrada na consciência humana de Jesus, no mais profundo do nosso ser.
Como cristãos, meditamos com outros cristãos e em comunidade. As nossas vidas são guiadas e enriquecidas pelas Escrituras, pelos sacramentos e por todas as inúmeras maneiras de prestar auxílio aos outros, no amor e na compaixão de Cristo.
O fundamento teológico da meditação tem por base a teologia do Evangelho. Jesus, pela sua vida, sua morte e ressurreição, abriu-nos o caminho para Deus. E enviando-nos o Espírito Santo em nós, tornou-se o nosso guia e o nosso caminho.
Jesus não ensinou nenhum método de oração. No entanto, apercebemo-nos, através da sua palavra sobre a oração no “Sermão da montanha”, que a meditação é um meio de o encontrar e de o seguir.
1. Ele diz que a oração, as boas acções não devem ser apenas exteriores (Mt 6, 1-4). Não se trata de parecer santo ou de suscitar a admiração dos outros, nem de nos sentirmos santos e por isso Mateus diz “...não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita...” (Mt 6, 3). A nossa oração deve ser humilde e não centrada em nós mesmos.
2. A oração deve ser interior. Aquele que desejar que a sua oração se torne demasiadamente pública é um hipócrita. Jesus diz-nos para irmos para “o nosso quarto” (Mt 6, 5-6) e para rezarmos em silêncio nesse “lugar secreto”. A palavra secreto significa misterioso e o quarto significa metaforicamente o interior do nosso próprio coração.
3. Enquanto oramos, devemos evitar as “vãs repetições” (Mt 6, 7), pois não é por muito falarmos que Deus nos ouve melhor.
4. A oração não tem por objectivo pedir coisas a Deus, pois Ele sabe o que nos é necessário muito antes de Lho pedirmos (Mt 6, 8).
5. É preferível procurar os tesouros espirituais do reino, do que o bem-estar material (Mt 6, 20)
6. Devemos aprender a não nos inquietarmos com o futuro e ter confiança em Deus (Mt 6, 25). A inquietação é inimiga da oração e faz com que nos centremos demasiadamente em nós, impedindo-nos de ter consciência do dom que sempre esteve depositado com amor no nosso coração.
7. Finalmente, Jesus ensinou-nos que a oração consiste em primeiro lugar em centrar o nosso espírito no Reino de Deus (Mt 6, 33). Por outras palavras, a estar atento ao que é essencial.
Na meditação pomos em prática os ensinamentos de Jesus sobre a oração: humildade, interioridade, silêncio, confiança, espiritualidade, paz, atenção.
“Não vos inquietais com o dia de amanhã”, diz-nos Jesus. Na meditação, cessamos de pensar no passado ou no futuro e aprendemos a viver intensamente o momento presente.
Infelizmente, Deus parece-nos muitas vezes ausente, porque nós não estamos no momento presente, que é o “aqui e o agora”. Passamos uma boa parte das nossas vidas fechada em pensamentos que se reportam ao passado e ao futuro.
É unicamente no momento do presente que podemos encontrar Deus, o Deus que diz “EU SOU”.
A experiência da contemplação é simplesmente: estar consciente do momento presente. Não pretendemos alcançar o domínio de técnicas ou de teorias complexas e difíceis para poder meditar. Temos apenas de “voltar a casa” e de “acordar”. É nisto que o mantra nos ajuda.
A†Ω
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