Nos tempos atuais, sobretudo no meio urbano, moços e moças, não fazem muita força para se casar “de papel passado”. A multidão dos que apenas “ajuntam os trapos”, e vão morar juntos, cresce de ano para ano. Basta percorrer um bairro novo. Parece que os jovens temem assumir compromissos definitivos. O computador que hoje é o último grito, amanhã vai para o aterro sanitário. Os parceiros, convidados para uma “união no Senhor”, parecem preferir a provisoriedade. Ademais, as leis civis embaralharam tanto o direito da família, que ninguém mais precisa casar perante a lei. A legislação não favorece a estabilidade familiar. Caso queiram um documento de união civil, basta dirigir-se ao poder público, que o atestado será fornecido em pouco tempo. E logo em seguida, caso o considerarem necessário, podem obter o “divórcio instantâneo”, sem problema. Por que ainda casar, se a nova geração não sente mais utilidade no reconhecimento público da sociedade? E vejam que ainda nem estou falando do casamento religioso.
Agora vejam a luta dos gays. Querem que suas uniões sejam equiparadas às de uma família tradicional. Querem que existam leis que garantam a herança para o parceiro; que cada qual possa ter acesso ao sistema de saúde; que possam adotar crianças... Eles sabem se mexer. Mas não é este seu objetivo principal. Onde querem chegar, é obter o reconhecimento público da sociedade. É exatamente o que “homem e mulher”, no casamento tradicional, julgam poder dispensar. A aprovação pública de casamentos heterossexuais não é apenas útil, mas uma garantia para a estabilidade da família. A legislação civil não se ocupa em facilitar a perenidade da família. Sua maior preocupação é criar leis que facilitem qualquer veleidade de separação. Agora digo uma coisa. Para quem tem fé cristã, e tem verdadeiro amor ao parceiro, receber a bênção de Deus se torna um imperativo categórico. Isso vem em primeiro lugar. Também casar perante a lei civil é de grande valor. Mas vem em segundo lugar.
Por:Dom Aloísio Roque Oppermann, scj
Fonte: CNBB
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