Cristo entra pela porta e pelo buraco da fechadura que ele abre no coração de todos.
Ninguém consegue ser indiferente diante de Jesus.
Ninguém consegue ser indiferente diante de Jesus. Há uma força de atração tão grande, invencível, que todos os que chegam a conhecer de sua existência ou se decidem a amá-lo e tornar-se assim seus amigos apaixonados procurem ver nele o centro da vida, o salvador.
Na sua palavra, vivida e assumida, encontramos a solução de todos os problemas que angustiam a humanidade de todos os tempos. Se todos fôssemos seguidores de Cristo e imitássemos seu exemplo e vivêssemos suas palavras deixadas como testamento vivo através dos evangelhos o mundo já seria outro e todos nós gozaríamos de uma paz imensa, de uma tranqüilidade, seríamos capazes de viver juntos sem nenhuma guerra e sem ódio.
Jesus veio e ninguém, se é inteligente, pode negar que num determinado momento da história humana existiu um homem enviado por Deus chamado Jesus, que ao longo dos seus anos de vida intensa de pregação soube cativar o amor e o respeito de imensa multidão e ao mesmo tempo soube também, por causa de sua fidelidade ao projeto do seu Reino, e por amor à verdade do qual não só foi defensor, mas foi ele mesmo a verdade, teve um número de pessoas que odiaram até desejar sua morte. Conseguiram montar um tribunal, que os mesmos juristas de hoje nos dizem que foi "comprado, falsificado e manipulado", e o condenaram à morte.
O evangelista Lucas apresenta no início do seu evangelho as motivações que o fizeram escrever depois de cuidadosa investigação e pesquisa o seu relato para que o amigo "Teófilo" pudesse acreditar e ter certeza da própria verdade. Os evangelhos não são historinhas para criança dormir de noite, ou novelas bem preparadas, mas sim o testemunho de homens e mulheres dignos de fé, que sabem que somente a verdade e unicamente a verdade tem espaço na vida de Jesus e dos seus seguidores.
A leitura do evangelho apaixona a todos os que dele se aproximam e tentam compreender, com a lógica do amor e da história, toda a mensagem transformadora de Jesus. Não foi por acaso que Lucas, relatando o testemunho do velho Simeão quando Jesus foi apresentado ao templo, faz uma profecia que desde então se verifica constantemente. "Este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição."(Lc 2,34) Por isso que há pessoas que diante do evangelho, consciente ou inconscientemente, se sentem agredidos e fazem de tudo para derrubar a certeza da fé da história e se divertem com um gosto quase "masoquista" de buscar idéias mais impensáveis e mais peregrinas para poder dizer "os evangelistas o que contam não é a verdade, a verdade é outra. São os evangelhos apócrifos que a igreja escondeu para que a verdade não fosse conhecida".
Quem pensa assim é em verdade alguém que não conhece a história e nem sabe que a igreja nunca teve e nunca terá medo da verdade, porque a força da verdade se afirma sozinha e liberta as pessoas. Mas o que mais me intriga é que no fim do ano, perto do Natal, todas as revistas grandes, médias, pequenas, e pequeníssimas sentem necessidade de falar de Jesus. Por que será? Para muitas revistas de grande tiragem do Brasil é puro ibope, não é amor a Cristo, porque sempre atacam a verdade do evangelho e da igreja.
Mas sem dúvida se não falassem de Cristo e não colocassem títulos chocantes não venderiam. Eu admiro as fantasias dos escritores e jornalistas que sabem procurar títulos que deixam a todos meio intrigados e a gente como eu acaba comprando para ver o que diz. É puro comércio e marketing porque depois de ler se vê que tinham razão os romanos quando sentenciavam "nihil novo sub soli", "nada de novo debaixo do sol".
Não vou dizer o nome das revistas porque dizem que não se pode, mas não é difícil para os meus cinco leitores saber de quais revistas estou falando. Só pensar nas quatro mais importantes e mais vendidas e ver que o que estou dizendo é pura verdade. Uma vez escrevi e recebi crítica pesada e vou dizê-lo novamente: "nunca compre livro de teologia em banca de jornais". Banca de jornal se compra sensacionalismo do mais imbecil ao mais interessante.
Mas afinal o que leva estes editores a permitir que neste tempo de natal suas revistas tenham páginas e páginas, até com belas fotografias sobre Jesus? Será que é o amor à verdade, ao dinheiro, ao ibope, ou um secreto amor para o Cristo que os tortura por dentro para que se decidam a jogar a toalha da descrença e, sem vergonha, assumir a verdade de Jesus? Ao final, quando alguém nos importuna com sua presença e tentamos destruí-lo com a nossa atitude, alguma coisa deve existir? Por que no fim do ano não dedicam páginas e páginas a outras religiões? Por que não buscam caminhos mais inteligentes nas bibliografias que colocam? Por que citar sempre livros que apóiam suas tendências e não têm uma visão um pouco mais científica que é saber escutar a todos?
Mas afinal fico feliz em ver que Cristo é o centro da atenção de todos, e fico triste em ver que alguns só se esforçam para dizer o contrário do que é a verdade mais luminosa. Paciência! Mas o Cristo entra pela porta e pelo buraco da fechadura que ele abre no coração de todos.
Frei Patrício Sciandini, ocd
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