sexta-feira, 20 de maio de 2011

DIÁCONOS.

Os convertidos de origem grega apresentaram aos Apóstolos a reclamação de que suas viúvas eram discriminadas no atendimento. Os mesmos Apóstolos, percebendo que não podiam fazer o trabalho evangelizador e ao mesmo tempo o serviço social, instituíram diáconos para fazerem esta última tarefa (Cf. Atos 6,1-7).

Há quase cinqüenta anos do Concílio Vaticano II vemos recomeçado na Igreja o Diaconato Permanente, com a missão de promover no interno da comunidade eclesial e na sociedade em geral, o sentido do serviço aos mais necessitados. De modo especial os diáconos têm a incumbência do testemunho de vida cristã no matrimônio, no trabalho profissional e na ajuda à formação da comunidade eclesial. Seu trabalho é múltiplo e de grande ajuda para a formação da comunhão de vida e da ação evangelizadora da Igreja. Sua ação não se restringe à Liturgia, com a presidência do sacramento do batismo, a pregação da Palavra e a assistência oficial aos matrimônios. Mais: sua vocação é a de fortalecer a vida comunitária e liderar a promoção dos mais deixados de lado na comunidade e na sociedade.

A diaconia ou o serviço é a característica do testemunho e do ensinamento de Jesus: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”(Mateus 20,28). Ele não tinha nem onde reclinar a cabeça. Sua solidariedade com as pessoas marginalizadas foi total. A lição do Lava-Pés, a parábola do Bom Samaritano e todo seu ensinamento sobre o serviço aos mais humildes chamam-nos atenção para vivermos, como cristãos, de modo simples e serviçal. Quem assume o primeiro grau do sacramento da ordem, tornando-se diácono, caracteriza, para toda a comunidade, sua missão de viver sempre como humilde servo para realizar o bem aos outros em nome e por causa de Cristo. “Os diáconos permanentes” (cooperam) “no serviço vivificante, humilde e perseverante como ajuda valiosa para os bispos e presbíteros”(Aparecida 282). Quanto mais grau de incumbência recebida pela pessoa, seja nos outros graus do sacramento da ordem, seja nas outras vocações eclesiais de religiosos e leigos, mais ela deve se convencer a viver conforme o modelo de Jesus. Quem assume, em sã consciência e responsabilidade o compromisso do batismo, deve necessariamente procurar imitar o Filho de Deus, que só pensou e agiu para nos ajudar, sendo simples, pobre, desapegado e ocupado em promover o bem de todos, a partir dos mais fragilizados.

O documento de Aparecida nos lembra a necessidade do discipulado e da missão. O seguimento a Jesus exige do discípulo amoldar-se a Ele e aceitar a levar seu Evangelho a todos. Isso se faz com a conversão total à pessoa do Mestre, com o exemplo de vida coerente com a fé, com o serviço ao próximo, como membro comprometido com a Igreja, com o diálogo e o ensinamento da fé aos outros. O diácono, conforme a prática de sua vocação, deve ser exemplo disso no seu contexto familiar, na comunidade eclesial e na sociedade, tendo proeminência na ajuda à comunidade para que ele seja comprometida com a opção evangélica preferencial pelos empobrecidos (Cf. Aparecida 396). Esta deve fazer parte da evangelização, que “envolve a promoção humana e a autêntica libertação ‘sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade’” (Aparecida 399).

Por:Dom José Alberto Moura


Fonte: CNBB

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